O Abruzzo é uma região, da Itália central, mais conhecida
pelas catástrofes naturais.
Que não recorda o terrível terremoto que, em 2009, arrasou
Aquila, capital da região, deixando quase 100.000 desabrigados?
Mas Abruzzo não é só catástrofe: Abruzzo abriga os maiores
parques naturais da Itália, pequenas aldeias medievais de sonho, algumas das
melhores massas da Bota e um importante patrimônio enológico.
As castas autóctones da região, mais importantes e conhecidas
são: Montepulciano d’Abruzzo, Trebbiano d’Abruzzo, Passerina e Pecorino.
Há muitos anos sou fã dos vinhos “abruzzesi” Montepulciano,
Trebbiano, Cerasuolo e, mais recentemente, o Pecorino.
Enrico Valle, proprietário da ótima “Vineria Macchiavello”, de
Santa Margherita, resolveu promover algumas garrafas de “Trebbiano d’Abruzzo” de
Emidio Pepe e eu, sem pestanejar, limpei o estoque.
Emidio Pepe, controvertido viticultor italianos, muito antes
que os “vinhos naturais” virassem moda, já praticava uma vinificação para lá de
radical.
A uva de seu “Trebbiano d’Abruzzo” ainda é esmagada com os pês, o
vinho não é clarificado, filtrado e fermenta naturalmente sem a adição de
leveduras selecionadas.
Bota artesanal nisso.....
O resultado desta “radicalização” pode ser extraordinário ou,
muitas vezes, uma tremenda bosta.
Tentando ser o mais otimista possível diria que 20% das
garrafas que bebi, do Trebbiano d’Abruzzo Emidio Pepe, lembravam o cheiro do estábulo
em final de tarde.
Este cheiro de cocô de vaca é aroma que encanta e seduz o
nariz do Beato “aberração de tão bom” Salu.
Eu acho uma tremenda porcaria.
Mas, quando a garrafa é aquela certa, o Trebbiano d’Abruzzo de Emidio
Pepe, faz sonhar.
O que bebi neste final de semana me fez esquecer duas deploráveis
garrafas francesas que um amigo fez questão que eu experimentasse.
O Trebbiano d’Abruzzo, com seus aromas
delicados, grande estrutura, bom corpo e um logo final, que lembra a amêndoa amarga,
vale todos os 25 Euros que gastei.
Quem acha que os vinhos do Emidio Pepe são caros nem pode passar
perto de uma garrafa do Trebbiano d’Abruzzo do “Valentini”: O Valentini custa o dobro ou mais...
Apesar de biológico, triple A, pisado com os pés (pleonasmo?),
sem clarificações, filtrações etc.etc.etc, o “Trebbiano d’Abruzzo de
Emidio Pepe”, para o desgosto dos “radicais dos vinhos naturais”,
leva sulfitos.
“Trebbiano d’Abruzzo
Emidio Pepe” um grande vinho......quando se encontra a garrafa certa.
Bacco
O Trebbiano d'Abruzzo Valentini é excelente, mas é caro. Aliás, cada vez mais caro. Preciso beber uma garrafa boa do Emidio Pepe.
ResponderExcluirSds,
Paulo Abreu
É preciso tentar
ResponderExcluirRealmente não entendo como garrafas da mesma safra podem ser tão diferentes... Tanques de inox mal lavados? Barricas de carvalho diferentes? Odeio esse cheiro de esterco nos vinhos... Uma vez visitei a Lidio Carraro e TODOS os vinhos tinham cheiro de merda.
ResponderExcluirVamos por etapa: Os vinhos da Carraro tem cheiro de merda porque são umas merdas. Muitas vezes algumas garrafas ( mesma safra) são mal armazenadas . E finalmente o que você comentou: Falta de higiene. NO caso da Emídio Pepe paga, aas vezes , pelo seu radicalismo
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