No final dos anos 1940 e até no início dos 1960, um trio de
jogadores suecos fez a alegria dos torcedores do Milan.
Gren, Nordhal e Liedholm foram os responsáveis diretos pela
conquista do “scudetto” de 1950/51.
Liedholm, quando pendurou as chuteiras, treinou vários times
italianos e se dedicou à sua paixão: Vinho.
Nils Liedholm, nos anos 1970, comprou uma propriedade em
Cuccaro Monferrato e começou a plantar vinhas.
No início vieram Barbera e Grignolino, mais tarde, para variar,
as internacionais Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.
Em 1985 a “Villa Boemia” já
era uma vinícola conhecida e reconhecida especialmente por seu “Grignolino”.
Liedholm morreu em 2007 e seu filho, Carlo, em 2015, vendeu a propriedade
para um grupo chinês.
Esta é a breve história de mais uma famosa vinícola italiana que
passa para as mãos de estrangeiros.
No Brasil poucos conhecem o Grignolino,
(se perguntarem aos “professores” dos cursos picaretas que tomam o dinheiro das
trouxas, eles entram em pânico) mas o pequeno-grande vinho piemontês teve, nos
anos 1970, momentos de gloria e foi o preferido de muita gente famosa.
Conta-se que Gianni Agnelli, proprietário da Fiat, o consumia
regularmente e que, nos dias de verão, sempre se refrescava bebendo um coquetel
que levava 50% de Champagne e 50% de
Grignolino.
Eu, não tão famoso quanto o Agnelli, sempre adorei o Grignolino, (o Freisa, também) e quando
encontro os de boa qualidade (no Brasil é quase impossível, mas na Itália é
fácil) não deixo de comprá-los.
Há um supermercado (Esselunga), entre Arona e Sesto Calende,
que sempre visito para garimpar algumas garrafas em promoção.
O “Esselunga” tem uma adega para ninguém botar defeito.
Barolo, Barbaresco, Brunello, Champagne, Franciacorta, Amarone
e muitas outras etiquetas renomadas, convivem pacificamente com Orvieto,
Bonarda, Dolcetto, Frascati, Bardolino etc.
É uma festa para os olhos e para os bolsos: Os preços do
“Esselunga” ridicularizam os praticados pelos produtores nacionais e aí se
percebe o porquê no Brasil o consumo do vinho continuará sendo ridículo.
Em minha última “garimpada” no “Esselunga” encontrei o
Grignolino Liedholm por 8 Euros e comprei algumas garrafas.
Ontem para acompanhar um prato de “seppie com piselli” (lulas
com ervilhas) abri uma garrafa de Vermentino di Gallura Giocantinu.
Ao derramar um pouco de vinho na taça, minha cozinha se
transformou, por encanto, em uma perfumaria.
Perfumes para todos os gostos e para me desgosto.
Um vinho “fabricado” especialmente para agradar aos que não
entendem de vinho.
Na Itália, vinhos assim são classificados: “ruffiani”
Tampei a garrafa de Vermentino de Gallura, guardei para
usá-lo, mais tarde e quando necessário, na comida.
....”E por que não um Grignolino? ”
Continua….
Bacco
Parla, Peste.
ResponderExcluirÉ uma festa para os olhos e para os bolsos: Os preços do “Esselunga” ridicularizam os praticados pelos produtores nacionais e aí se percebe o porquê no Brasil o consumo do vinho continuará sendo ridículo.
Um dos porques ao inves de O porque? Aquelepaiz tem mais problemas no que se refere a consumo de vinho do que meramente precos. Ate vale uma conversa sobre isso mas longe de la.
Auguri.
Bem longe.... Já estão me sabotando até no Face
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