Havia quase esquecido de como a Miolo costuma assaltar o bolso
do consumidor brasileiro, mas há quase um mês a indústria gaúcha martela, se trégua,
a paciência dos enófilos com um anúncio que oferece seu “Sesmarias”, para
entrega em 2020, por módicos R$ 423,24.
A empresa, em sua propaganda, realça que é uma oportunidade
única para reservar um vinho excepcional.
“Um vinho singular, especial para amantes de vinho. Conheça o conceitual
Sesmarias, elaborado com uvas da lendária safra de 2018.
Faça sua reserva e garanta um ícone para a sua adega”
Faça sua reserva e garanta um ícone para a sua adega”
”…lendária safra 2018”?
Quanta picaretagem...... Desde
quando o Brasil produz uvas “lendárias”
Já imaginaram se a moda pega?
A empresa acredita piamente na
imbecilidade do consumidor e até faz doce limitando a venda de “apenas” 6 unidades
para cada CPF
O eno-tonto somente poderá
adquirir 6 garrafas do vinho suruba.
O “lendário” Sesmarias é uma
verdadeira suruba de castas e de nações: A Miolo
botou, no mesmo caldeirão, Touriga Nacional, Tannat, Petit Verdot, Merlot,
Cabernet Sauvignon e (ufa) Tempranillo.
Então, caro eno-tonto, você
compra, agora, em 2018, 6 garrafas de “Sesmarias”, desembolsa R$ 2.539, 44 (estes 44 centavos me intrigam....) e recebe a
mercadoria, com o diploma de eno-tonto do ano, em 2020.
Mais uma coisinha: O
“Sesmarias” não é hiperbólico somente no preço.....
A Miolo não declara, mas
minhas fontes revelaram que os quase 16º são necessários para deixar o
comprador bêbado o mais rápido possível e assim esquecer a ferrada que levou.
Ainda mais descarados e falsos
são os comentários dos Miolo-Boys no “Facebook”
Axel Novo Este é o Romanée-Conti do Brasil, apenas produzidos em grandes
safras, está é apenas sua 3ª edição em 2 décadas. É feito para os seres normais
achem caro, pois são poucas garrafas e quem tiver a capacidade e competência de
achar que vale apena irá pagar! O restante das pessoas apenas ficará imaginando
como é este vinho....
Tri
Axel Novo Para alguém graduado nos cursinhos ABS, de 6 meses e pôs graduado
com wst que duram 3 dias pode até ser, mas para nós, os verdadeiros
profissionais da enologia "os enólogos" este vinho brasileira é sim
uma expressão de alta enologia e competência do vinho braseiro.
Axel Novo Não são sandices, apenas estudo e profissionalismo!!! Coisa de de
quem fez uma faculdade sobre vinho, sei que não entende.
É impossível reproduzir todos
os comentários fajutos, mas os do “enólogo” são impressionantes.
Não consigo esquecer as
palavras do Diego Arrebola em uma das muitas diatribes que tivemos
“O mundo do
vinho no Brasil, lentamente, está mudando, sim! E você gostando, ou não,
profissionais como a Gabriele Frizon, a Daniela Bravin e eu somos parte dessa
mudança”.
Caro Arrebola, você
pode até ter sucesso em sua quase quixotesca jornada, mas gostaria de saber
como poderá mudar o panorama vinícola nacional.
Vejamos: 80%, da produção brasileira
de quase-vinhos, continuam sendo vinificados com uva não vinífera (Sangue de
Boi, Chalise, Chapinha”, Cantina da Serra, Gões etc.)
Os
produtores-predadores não desistem e continuam insultando os consumidores, com
preços irreais e escandalosos.
Alguns exemplos
brasileiros e europeus
Cave
Geisse “Brut 2002” R$ 800,00
Champagne Brut Réserve - Billecart-Salmon
37,00 €
Lídio Carraro “Singular Nebbiolo” R$ 320,00
Barbaresco
DOCG 2015 - Produttori del Barbaresco
26,80 €
Lidio
Carraro “Grande vindima Tannat” R$ 320,00
Pericó
“Vinho do Gelo” R$ 298,00
Pirineus “Uma
Aberração de Tão Bom Bandeiras” R$ 175,00
Vinchio
Vaglio Serra - La Leggenda - Barbera d'Asti D.O.C.G. 5,70 € tasse
incl.
Valduga
“Luiz Valduga” R$ 400,00
Marco
Danielle Tormentas “Ambar 2014” (Sauvignon) R$ 360,00.
Vamos continuar bebendo menos de 2 litros per
capita/ano e culpando os altos impostos
Dionísio
Como dizia a piada que o luisque contou em pelotas, safra lendaria de C* he rol@.
ResponderExcluirAquele quadro do jo soares que acordava do coma era no alvo certinho. Fora o outro cara que ligava da franca para a madalena....
...essepaiz nao muda. Nem lentamente, nem nadamente. Nada muda nessa porcaria, mas so piora
Fui, abraço, Di.
É surreal tentar entender estes produtores gaúchos... Vamos ter fé que um dia a palavra índole tenha algum significado para os demiolados...
ResponderExcluirSomenente haverá uma melhora quando acabarem com o protecionismo
ResponderExcluirhttp://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/INDUSTRIA-E-COMERCIO/564244-PROPOSTA-PREVE-NO-MINIMO-40-PARA-IMPOSTO-SOBRE-VINHO-IMPORTADO.html
ResponderExcluirPor que será que sobra tanto vinho? Em vez de melhorarem e baixarem os preços, os caras querem aumentar dos importados. É de lascar.
ExcluirVai continuar baixando o consumo. O protecionismo é terrivel. Lembram o protecionismo dado à informática no regime militar?
ExcluirQuando do último (recente) aumento de impostos aos vinhos importados, tinham o mesmo discurso protecionista, e fiquei atordoado quando li que o então presidente da Ibravin afirmou que esta entidade tinha trabalhado pelo aumento dos impostos aos importados. Mesmo sem entrar no mérito do protecionismo,
Excluirqualquer lugar com gestores descentes e com discernimento teriam batalhado pela redução de seus impostos, até para buscar promover o acesso de produtos de melhor qualidade para um país que tem um potencial enorme de consumidores a ser desenvolvido. Mas não, eles só pensam de forma imediatista para o próprio bolso, e na facilidade maior que será solicitar aumento de impostos do que o contrário, não enchergando a longo prazo. Que grande decepção, Ibravin!
E assim, vamos continuar passando raiva, pagando valores descabidos por um bom caldo por aqui. O que me resta é o transtorno que deveria ser desnecessário para trazer umas boas garrafas nas viagens.
O que seria pior, o preço dos quase-vinhos ou a euforia (imparcial e honesta??) dos populares em relacao a esses vinhos?
ResponderExcluirvou tomar jurubeba leao para esquecer desse artigo.
Eu não bebo vinho nacional há anos. Minto, um ou outro bom espumante, que não aqueles com preços exorbitantes dos grandes produtores. Quando vão cair na real?
ResponderExcluirÉ mesmo de rir para não chorar.
ResponderExcluirAcho que chegou o momento de migrar para a cervejinha e para a cachaça.