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terça-feira, 16 de outubro de 2018

MIOLO MOLE



Havia quase esquecido de como a Miolo costuma assaltar o bolso do consumidor brasileiro, mas há quase um mês a indústria gaúcha martela, se trégua, a paciência dos enófilos com um anúncio que oferece seu “Sesmarias”, para entrega em 2020, por módicos R$ 423,24.
A empresa, em sua propaganda, realça que é uma oportunidade única para reservar um vinho excepcional.
“Um vinho singular, especial para amantes de vinho. Conheça o conceitual Sesmarias, elaborado com uvas da lendária safra de 2018.
Faça sua reserva e garanta um ícone para a sua adega”

”…lendária safra 2018”?
Quanta picaretagem...... Desde quando o Brasil produz uvas “lendárias”

Já imaginaram se a moda pega?
“Reserve já seu lendário Chapinha 2018

A empresa acredita piamente na imbecilidade do consumidor e até faz doce limitando a venda de “apenas” 6 unidades para cada CPF

O eno-tonto somente poderá adquirir 6 garrafas do vinho suruba.

O “lendário” Sesmarias é uma verdadeira suruba de castas e de nações: A Miolo botou, no mesmo caldeirão, Touriga Nacional, Tannat, Petit Verdot, Merlot, Cabernet Sauvignon e (ufa) Tempranillo.


Então, caro eno-tonto, você compra, agora, em 2018, 6 garrafas de “Sesmarias”, desembolsa R$ 2.539, 44 (estes 44 centavos me intrigam....) e recebe a mercadoria, com o diploma de eno-tonto do ano, em 2020.

Mais uma coisinha: O “Sesmarias” não é hiperbólico somente no preço.....

O “Sesmarias” apresenta nada menos do que 15,8º de álcool.

A Miolo não declara, mas minhas fontes revelaram que os quase 16º são necessários para deixar o comprador bêbado o mais rápido possível e assim esquecer a ferrada que levou.

Ainda mais descarados e falsos são os comentários dos Miolo-Boys no “Facebook”

Axel Novo Este é o Romanée-Conti do Brasil, apenas produzidos em grandes safras, está é apenas sua 3ª edição em 2 décadas. É feito para os seres normais achem caro, pois são poucas garrafas e quem tiver a capacidade e competência de achar que vale apena irá pagar! O restante das pessoas apenas ficará imaginando como é este vinho....

Dionísio Ramos Caganèe-Bosti hahahahahahahameiau
Tri
Axel Novo Para alguém graduado nos cursinhos ABS, de 6 meses e pôs graduado com wst que duram 3 dias pode até ser, mas para nós, os verdadeiros profissionais da enologia "os enólogos" este vinho brasileira é sim uma expressão de alta enologia e competência do vinho braseiro.

Dionísio Ramos Tá levando quanto para dizer tantas sandices
0
Axel Novo Não são sandices, apenas estudo e profissionalismo!!! Coisa de de quem fez uma faculdade sobre vinho, sei que não entende.


É impossível reproduzir todos os comentários fajutos, mas os do “enólogo” são impressionantes.

Não consigo esquecer as palavras do Diego Arrebola em uma das muitas diatribes que tivemos

O mundo do vinho no Brasil, lentamente, está mudando, sim! E você gostando, ou não, profissionais como a Gabriele Frizon, a Daniela Bravin e eu somos parte dessa mudança”.

Caro Arrebola, você pode até ter sucesso em sua quase quixotesca jornada, mas gostaria de saber como poderá mudar o panorama vinícola nacional.

 Vejamos: 80%, da produção brasileira de quase-vinhos, continuam sendo vinificados com uva não vinífera (Sangue de Boi, Chalise, Chapinha”, Cantina da Serra, Gões etc.)

  Os produtores-predadores não desistem e continuam insultando os consumidores, com preços irreais e escandalosos.

Alguns exemplos brasileiros e europeus

Cave Geisse “Brut 2002” R$ 800,00
Champagne Brut Réserve - Billecart-Salmon
37,00 €


Lídio Carraro “Singular Nebbiolo” R$ 320,00

Barbaresco DOCG 2015 - Produttori del Barbaresco

26,80 €


Lidio Carraro “Grande vindima Tannat” R$ 320,00

Pericó “Vinho do Gelo” R$ 298,00

Pirineus “Uma Aberração de Tão Bom BandeirasR$ 175,00
  Vinchio Vaglio Serra - La Leggenda - Barbera d'Asti D.O.C.G. 5,70 € tasse incl.



Valduga “Luiz Valduga” R$ 400,00

Marco Danielle Tormentas “Ambar 2014” (Sauvignon) R$ 360,00.
Pouilly-Fumé 2012 Eric Louis 23,00
Vamos continuar bebendo menos de 2 litros per capita/ano e culpando os altos impostos
Dionísio


10 comentários:

  1. Como dizia a piada que o luisque contou em pelotas, safra lendaria de C* he rol@.

    Aquele quadro do jo soares que acordava do coma era no alvo certinho. Fora o outro cara que ligava da franca para a madalena....

    ...essepaiz nao muda. Nem lentamente, nem nadamente. Nada muda nessa porcaria, mas so piora

    Fui, abraço, Di.


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  2. É surreal tentar entender estes produtores gaúchos... Vamos ter fé que um dia a palavra índole tenha algum significado para os demiolados...

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  3. Somenente haverá uma melhora quando acabarem com o protecionismo

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  4. http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/INDUSTRIA-E-COMERCIO/564244-PROPOSTA-PREVE-NO-MINIMO-40-PARA-IMPOSTO-SOBRE-VINHO-IMPORTADO.html

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    Respostas
    1. Por que será que sobra tanto vinho? Em vez de melhorarem e baixarem os preços, os caras querem aumentar dos importados. É de lascar.

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    2. Vai continuar baixando o consumo. O protecionismo é terrivel. Lembram o protecionismo dado à informática no regime militar?

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    3. Quando do último (recente) aumento de impostos aos vinhos importados, tinham o mesmo discurso protecionista, e fiquei atordoado quando li que o então presidente da Ibravin afirmou que esta entidade tinha trabalhado pelo aumento dos impostos aos importados. Mesmo sem entrar no mérito do protecionismo,
      qualquer lugar com gestores descentes e com discernimento teriam batalhado pela redução de seus impostos, até para buscar promover o acesso de produtos de melhor qualidade para um país que tem um potencial enorme de consumidores a ser desenvolvido. Mas não, eles só pensam de forma imediatista para o próprio bolso, e na facilidade maior que será solicitar aumento de impostos do que o contrário, não enchergando a longo prazo. Que grande decepção, Ibravin!
      E assim, vamos continuar passando raiva, pagando valores descabidos por um bom caldo por aqui. O que me resta é o transtorno que deveria ser desnecessário para trazer umas boas garrafas nas viagens.

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  5. O que seria pior, o preço dos quase-vinhos ou a euforia (imparcial e honesta??) dos populares em relacao a esses vinhos?

    vou tomar jurubeba leao para esquecer desse artigo.

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  6. Eu não bebo vinho nacional há anos. Minto, um ou outro bom espumante, que não aqueles com preços exorbitantes dos grandes produtores. Quando vão cair na real?

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  7. É mesmo de rir para não chorar.
    Acho que chegou o momento de migrar para a cervejinha e para a cachaça.

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