A Grignolino, casta autóctone antiguíssima, era conhecida, já
no século XIII, com o nome de “Barbesino” e somente em 1700 assume o nome
atual.
O Grignolino até os anos 1970 gozou de grande sucesso, mas a
partir da década seguinte começa seu declínio.
Os motivos: Casta muito trabalhosa seja na vinha que na adega.
Muito sensível às doenças, não se adapta aos terrenos muito
férteis e os cachos não emadurecem uniformemente.
É muito comum, na colheita, encontrar cachos com bagos escuros,
rosados e verdes o que denota maturação totalmente diferente.
Na adega o discurso não muda: O Grignolino é um vinho muito
delicado que não suporta tratamento invasivos e até nas trasfegas,
clarificações e filtrações é necessário muito cuidado.
O Grignolino é um vinho muito trabalhoso, instável e somente continua
a ser vinificado graças à teimosia e quase heroísmo dos produtores da província
de Asti e Alessandria.
Os produtores de Grignolino, nos últimos anos, veem seus
esforços serem recompensados pelas mudanças das tendências dos consumidores que
se cansaram de beber vinhos pesados, encorpados, impenetráveis.
Os conhecidos e
cansativos “internacionais parkerianos” (todos iguais).
Os enófilos já não seguem cegamente a ditadura do mercado, dos
formadores de opinião e já não são “consumidores manada” (todos na mesma
direção).
A tendência, hoje e
ainda bem, é a busca por garrafas produzidas com castas autóctones, bem
identificáveis e que exprimam um terroir específico.
Não foi por acaso que na Itália, na última década,
reapareceram dezenas de vinhos que havias sido praticamente cancelado da memória.
Timorasso, Gamba di
Pernice, Pelaverga, Pecorino, Nieddera, Pignoletto etc. são
algumas das ótimas “descobertas” que vieram para ficar e que ora se juntam às mais
renomadas.
O Grignolino é representado por duas DOC: Grignolino d’Asti e Grignolino del Monferrato Casalese.
Na DOC “Asti” são produzidas cerca de 1.200.000 garrafas e na
DOC Monferrato Casalese 340.000.
As duas DOC são válidas apesar de algumas diferenças: O Grignolino D’Asti
é mais perfumado, mais claro e deve ser consumido jovem.
O Grignolino
del Monferrato Casalese tem
mais estrutura é mais tânico e resiste a um moderado envelhecimento.
O Grignolino, assim com Freisa e Ruché, é um vinho se ama ou
se odeia..... Eu amo.
Uma dica para os brasileiros que em outubro e novembro costumam
visitar Alba e aldeias vizinhas para comer trufas e beber Barolo e Barbaresco:
Algumas taças de Grignolino,
Pelaverga, Gamba di Pernice, Timorasso, Freisa e Ruchè não fazem mal algum.
Os produtores de bons Grignolino?
Aqui vão algumas vinícolas que recomendo sem medo: Liedholm,
Accornero, Gaudio, Castello di Gabiano, Braida.
Provem e comentem.
Bacco
Otimo, vinho e uva novos. Conhece o CRIVELLI? Tem aqui na esquina de casa por alguns dolares furados.
ResponderExcluirNunca bebi ,mas acredito ser um bom Grignolino D'Asti. Na Itália custa + ou - 10 Euros
ResponderExcluirAinda bem que nem tudo no mundo dos vinhos se resume aos nossos problemas com sommerdiers, importadores tubarões e afins. Muito bom que os consumidores cansaram dos vinhos parkerizados e iguais. Percebo uma valorização de vinhos mais frescos e feitos com respeito aos terroirs.
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