Nas últimas semanas há, nos meios de comunicação, site e blogs
especializados, uma verdadeira Blitzkrieg exaltando a grande qualidade dos
vinhos nacionais.
Notícias eno-ufanistas
por todo lado e ad nauseam.
Quando isso acontece é porque há algo, nada róseo, acontecendo
nas vinhas verde-amarelas.
São sintomas que denunciam novos problemas no pobre e capenga cenário
vinícola nacional.
Há tempos não se via tamanha investida.
Uma das primeiras, sem dúvida a mais ridícula, foi aquela do “O espumante nacional é o segundo melhor do mundo”.
Depois veio a fase das “merdalhas”.
Concursos caça-níqueis
que premiavam (continuam premiando) todos os vinhos do planeta, inclusive os
quase-vinhos nacionais.
Um tsunami de merdalhas de ouro e prata invadiu a Serra
Gaúcha.
Mais algumas tentativas, sem grande importância e agora é a
vez e a hora dos nossos mais premiados sommeliers reconhecerem a grande
qualidade de nossos vinhos.
Vinícola como a Guaspari, Salton, Perini, Pireneus, Tormentas
Bueno etc. foram e continuam sendo exaltadas por grandes nomes (nem tanto) de
nossa crítica e$specializada.
Nomes consagrados que, diga-se de passagem, até agora,
simplesmente, ignoravam os vinhos nacionais.
Será que perdi o trem que da Serra Gaúcha, passa por São Roque
e segue intrépido até Cocalzinho?
Será que não percebi as grandes mudanças que ocorreram nas
vinhas nacionais?
Até ontem os vinhos nacionais eram classificados como purgantes
e agora são elogiados por nossos mais experiente$ formadore$ de opinião?
Querem alguns exemplos?
O nosso “melhor sommelier” e grande escalador de
cruzeiros medievais, deixa para traz os Romanée-Conti, Château-Pétrus &Cia
para rolar, ladeira abaixo, até Cocalzinho onde encontra seu novo éden vinícola:
A Pireneus Vinhos e Vinhedos e o “Intrépido”.
Em sua nova realidade, que poderíamos chamar de “Feliz o Tempo
Que Passou”, nosso exterminador de fundos de garrafas preciosas,
deixados como gorjetas pelos poderosos e abonados paulistas, foi obrigado a
classificar aquela tremenda bosta de Goiás:
“Uma
aberração de tão bom”.
Ao ler tamanha imbecilidade lembrei das palavras de Ariano
Suassuna ao criticar um artigo em que o jornalista considerava o Chimbinha um
guitarrista genial.
Ariano ,brilhante, comentou :”.....eu
sou um escritor brasileiro , a língua portuguesa é o meu material de
trabalho... se eu gasto um adjetivo , como genial, com Chimbinha, o que vou
dizer de Beethoven?”
Sem mais comentários, mas acho que as pragas dos franceses, revoltados
com o escalador de cruzeiros medievais, estão surtindo efeito.
Pelo andar da carruagem
e da crise, é bem provável que nosso sommelier-espaguete, em breve,
precisará encontrar outra “Aberração de tão
bom”.
Quem pensou, maliciosamente, no “Sangue de Boi” não está tão
longe da realidade.
Mas, creiam, nosso sommelier-espaguete não está sozinho.
Aguarde a continuação.
Dionísio
A Casa Valduga está vendendo seu STORIA por "míseros" 220 rais (50 euros). E o top da vinícola, o Luiz Valduga, por 399 reais (91 euros). Gauchos espertos!
ResponderExcluirJorge.
espertos e picaretas como sempre
ResponderExcluirEsse video do Suassuna é demais! Aliás, tudo dele. Ainda bem que ainda temos coisas assim.
ResponderExcluirSalu2,
Jean
Uma vez um picareta (perdao, pilantra) me contou que esse Tropeço Boato era honesto, que poderia estar bem melhor na vida do que esta... quase ejaculei, por tras.
ResponderExcluirLixos. So Dionisio para ainda falar desses bost@s.
http://edificiotristeza.com/2017/06/26/idolos-vinhos-naturais-radiohead/
ResponderExcluirMuito bom!
ExcluirBelíssimo texto. Parabéns
ResponderExcluir"exterminador de fundos de garrafas preciosas, deixados como gorjetas pelos poderosos e abonados paulistas"... Kkkkkkkkk, vale a pena reler esses textos. Estou me divertindo. Quanto a nossa realidade do vinho, só piorou, infelizmente.
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