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terça-feira, 21 de agosto de 2018

BARBERA "PEIRAGAL"


 


“Prove esta Barbera”

Todas as vezes que Fabio, proprietário do “Sabot”, o mais badalado bar e um dos meus endereços favoritos de Santa Margherita, agrega uma nova etiqueta em sua carta de vinhos, me oferece uma taça do recém-chegado.
 

Fabio sabe que sou um razoável apreciados e conhecedor de vinhos piemonteses e sempre pede minha opinião quando fecha uma negociação.
 
 
 
 

 A minha opinião nunca mudou suas decisões, mas serve para massagear meu ego….

Provei a Barbera, gostei e entusiasmado, aprovei.

Pedi para ver a garrafa e mais uma vez me surpreendi: A Barbera “Peiragal”, que estava bebendo, é produzida pela vinícola, nada artesanal, “Marchesi di Barolo”.
 

A “Marchesi di Barolo”, localizada bem na entrada da aldeia homônima, pertencias à nobre família Falletti.

Com a morte de Juliette de Colbert, esposa do marquês Carlo Tancredi Falletti, terminou a dinastia dos Falletti.

Juliette, antes sua morte, ordenou que a vinícola, depois de seu desaparecimento, fosse transformada em “Opera Pia” (instituição tipicamente italiana que se encarrega de ajudar os mais pobres e necessitados)

No começo do século IXX a “Opera Pia Marchesi di Barolo” lutava, desesperadamente, para sobreviver.
 

Em 1929 Pietro Abbona, viticultor da região, comprou a vinícola, a modernizou e hoje, a empresa, tocada por seus filhos e netos, produz 1,4 milhões de garrafas.

Boas, medianas e honestas garrafas, mas não excepcionais.

A Barbera D’Alba Peiragal 2015 é um belo exemplo de que se uma vinícola de grande porte (para padrões italianos) resolve vinificar com seriedade, pode surpreender.

Boa estrutura, grande equilíbrio e perfeita harmonia entre aroma e paladar, a Peiragal é uma ótima Barbera que termina, na boca, com uma interessante e contida nota amadeirada que agradou até meu “preconceituoso” paladar.

Belo vinho, mas o preço não é exatamente convidativo.

A Barbera D’Alba “Peiragal” custa 14/18 Euros e não é certamente um vinho que frequenta, todos os dias, as taças italianas.

 
As taças italianas, que não são ricas como as brasileiras, preferem Barbera de 5/7 Euros.

Se compararmos a “Peiragal” com aquele vinho, que teimam em chamar de “Barbera”, produzido em Cocalzinho (GO) e custa nada razoáveis R$ 170, o “Peiragal” por 60/80 R$ é de graça.
 

Não sei se o Barbera “Peiragal” é encontrado no Brasil, mas recomendo uma bela taça (ou mais) aos que viajarem, no próximo outono, para Alba e cidades vizinhas.

Bacco

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