As aldeias das "Langhe" são dezenas.
Em quase todas há um
castelo, nenhuma possui mais de 3.000 habitantes e seus territórios são
compostos de pequenos distritos que em italiano se chamam "frazione (i)".
No início do ano resolvi e não me perguntem a razão, me hospedar,
por alguns dias, em Perno.
Perno é um minúsculo distrito de Monforte D'Alba.
Pouco mais de 50 casas, menos de 100 habitantes.
Em suas colinas,
todavia, nascem grandes Barolo e, no pequeno centro, há 4 bons agros-turismos,
dois ótimos restaurantes e, ainda bem, nenhum chinês.....
Os restaurantes, que recomendo com entusiasmo: "L'Arco dei Nobili" e "La Repubblica di Perno".
"L'Arco dei Nobili", aos pés
do castelo de Perno, é tocado, magistralmente, por Angela e o marido Marco
Angela, durantes longos anos, foi ajudante de Gianni Cauda na
administração das panelas do consagrado "Dai Bercau" de Verduno.
Angela e Marco realizam, no "L'Arco
dei Nobili", uma cozinha tradicional, sem muitas inovações,
mas de grande qualidade. Confira.
As panelas da "La
Repubblica di Perno" são tocadas por Marco Forneris.
Marco é um grande cozinheiro e demonstrou suas qualidades no
famoso restaurante "La Libera" de Alba, onde foi sócio.
Ao vender "La Libera", Forneris, foi contratado, como
chef, e assumiu a cozinha do estrelado Michelin "La Rei" de
Serralunga D'Alba.
Marco privilegia a cozinha tradicional com toques de rara
inventiva. Confira.
Nas três ocasiões, em que estive nos dois locais, vivi agradáveis
surpresas saboreando pratos e, especialmente, esvaziando taças.
No "L'Arco dei Nobili",
no aperitivo, antes do almoço, pedi um vinho branco sem especificar a casta ou
o produtor.
Apenas um vinho branco.
Ao levar a taça ao nariz, a primeira surpresa.
Aromas sutis de flores
e cítricos revelavam um vinho nada comum ou banal.
Na boca, a certeza: Estava bebendo um belo branco.
Pedi para ver a garrafa e mais uma surpresa: "Langhe Rossese Bianco" produzido, em
Perno, pela vinícola Giovanni Manzone.
Uma pequena pausa....
Quando recusei atender ao pedido de Walter para apontar os 10
melhores vinhos tintos italianos declarei que não me sentia seguro e nem
capacitado para a tarefa.
O universo vinícola italiano é rico, vastíssimo e complexo.
Seria muita picaretagem posar de "sumidade" para
enganar os que ainda conseguem ler minhas cantilenas.
Seria mais um enganador, um palhaço..... um
Bilu-Didu-Tetéia-da-Vida.
Resolvi restringir a lista e elencar os vinhos do Piemonte
onde eu declarava possuir vastos conhecimentos.
Enquanto olhava para a garrafa de "Langhe Rossese Bianco"
percebi que meus "vastos conhecimentos" escorriam para o ralo.
O jantar, no
"Repubblica di Perno", me reservou outra surpresa.
A noite chuvosa, o clima frio e os pratos muito condimentados,
da tradicional cozinha piemontesa, pediam um bom tinto local.
Revelei meu desejo e me foi servida uma taça de Barolo e......
que Barolo.
A primeira taça evaporou rapidamente.
Veio a segunda.
Não contente, ordenei a terceira e antes que minha mente e
olhos falhassem, pedi para ver a garrafa.
Surpresa!
O "Barolo Gramolere 2012" , que tanto
me empolgara, era produzido em Perno por Giovanni Manzone a mesma vinícola do ótimo
"Langhe
Rossese Bianco".
Próxima matéria: Visitando a
"Giovanni Manzone" para descobrir mais sobre o "Barolo
Gramolere" e o "Rossese Bianco"
Bacco
Não conheço o Langhe Rossese Bianco, mas já bebi o Barolo Bricat e o Gramolere da Giovanni Manzone. São belíssimos vinhos. E comprei por um preço inacreditável para Brasil, em uma loja virtual. Nem acreditei quando vi na loja.
ResponderExcluirSds
Quanto?
ResponderExcluirMédia de 170 Reales! Acredita? Teve um dia que peguei ainda com um desconto, que saiu a 159. Coomprei algumas garrafas do Gramolere, Castelletto e do Bricat, mas arrependi de não ter comprado mais.
Excluirarrepender, é pouco
ResponderExcluirMas peguei umas 4 garrafas de cada e convenci todos meus amigos a comprarem também. Assim, terei Giovanni Manzone para beber por um bom tempo. :)
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