Quando descobriram que comer mais que
o necessário, ficar o dia todo jogando video-game deitado e trancado em casa,
contribuía para aumentar, de forma impressionante, o número de "crianças-bolhas"
e gordas, em boa parte do mundo, algumas organizadoras de corridas de rua
resolveram abrir competições para meninos e meninas.
O legal dessas corridas é ver
gordinhos sendo humilhados pelos "pernilongos" que os deixam,
invariavelmente, para trás.
As mães dos pesos pesados se sentiam tristes
com o desempenho e trauma dos infelizes toneladas
Os organizadores perceberam que perderiam
clientes, digo, crianças para as futuras corridas e deram um jeito nisso... Hoje, todos ganham medalha.
Para não deixar o gordo traumatizado resolveram
dar medalhas para todos: Até o gordinho que chega último é medalhado.
No judô, onde os gordos se vingam dos
pernilongos-corredores e ganham todas as competições, há o inverso: para não
traumatizar os mais magrinhos e perder clientes, todos ganham medalhas, também.
Há poucos concursos no mundo onde há
somente um vencedor, ou 3 medalhistas.
Hoje na Formula 1 há pontuação até ao
décimo colocado.
Todo mundo ganha, mesmo perdendo.
Premiações para filmes, restaurantes,
carros, livros, barcos, aviões etc. foram "inventados" para motivar as
pessoas a comemorarem.
Hoje, infelizmente, visam apenas acumular renda
para organizadores e “premiados”.
Uma nova indústria nasceu.
Da celebração e premiação, em um passe de
mágica, chegamos à puxação de saco, distorção de números e franquias mil.
O setor de bebidas, vinhos em primeiro
lugar, não poderia ficar de fora dessa picaretagem.
Não estava lá, mas posso imaginar as
festas, em várias regiões da Europa, durante a comemoração da vindima (sempre
"a melhor do século").
Comemoravam a vida, se embebedavam,
namoravam a prima atrás das vinhas e das hortas... era só alegria.
Para aqueles que, hoje, estranham os
90 mil concursos de vinhos, especialmente aquela picaretagem que atende pelo pomposo
nome e que distribui uma tonelada de medalhas (participou? Ganhou): "Concurso Mundial de Bruxelas", tenho
notícias: Está confirmado que medalha dada (ops, obtida por um vinho) ajuda a
vender, e muito, mais garrafas.
Recente
pesquisa publicada pelos próprios organizadores (padece, portanto, de mais
auditoria na veracidade) constata que na Bélgica o aumento médio das vendas,
pós medalhas, é de cerca 18%, na Espanha e 20/ 30%, em Portugal (cuidado com as
piadas redundantes) o aumento nas vendas vai até 40%.
Essa semana recebi e-mail de cantina
italiana promovendo o melhor Rosato do Sul da
Itália (me recuso fazer propaganda de picareta) e
que tem Cabernet Sauvignon no corte.
Desconfiei e verifiquei que a vinícola
foi premiada com mais uma medalha nesses concursos... imensa cara de pau , mas que , pelo jeito, deve colar.
Cada vez que vejo uma garrafa com uma
medalha penso que quem está levando, atrás da vinha ou da horta, sou eu, é você....
somos todos
Bonzo
Eu costumava comprar um certo vinho português que me agradava. Nada demais, era um bom vinho para o diário apenas. Mas ai ele ganhou uma dessas medalhas do "Concurso Mundial de Bruxelas"! O vinho continuou exatamente o mesmo, mas agora na loja havia um poster proclamando que ele teria sido escolhido como o melhor vinho do mundo! Além disso cada garrafa agora ostentava o selinho dourado. O preço foi a única alteração notável: dobrou! Perderam o consumidor aqui!
ResponderExcluirmais uma ótima matéria, Bonzo. se fosse F1 até 1990, ganharia 9 pontos. não sei como não conseguem sequer lembrar da "grande" tradição vinícola belga quando sequer desconfiam do concurso de Bruxelas, entre outras coisas.
ResponderExcluirsó uma pergunta: chegou a pegar alguma prima atrás das vinhas?
Quis dizer que ate o decimo lugar neguinho leva ponto hoje. Primas tinham 20 anos a mais ou 20 anos a menos. Dancei.
ExcluirAs vinicolas, jornalistas, criticos, traders, importadores e sommerdiers odeiam consumidor informado. Vamos ainda mudar esse mercado.
SDS.
Gostaria de ver um texto sobre essas pessoas mal vistas no meio: vinho-brasil, que se auto- denominam ``digital influencer``, como o bizarro ``advogado `` Malizia que gosta de tirar bolos de dinheiro em eventinhos para torrar que nem um besta em vinagres... ou ainda na marketeira, especialista em muitas cadeiras: chef de cozinha ( menos cozinheira), nutricionista (...), sommeliere agora de vinho, que antes era para ser vinagre, mas com milagre de jesus, ela transformou em vinho... logo mais se revelará enóloga, e tudo pelos livros que coleciona... São, os que se denominaram digital INFLUENCIADORES pelos absurdos que fazem e pensam nas redes sociais, mais gozado quem os seguem, ou gente que é preguiçosa, ou que quer alguma coisa em troca.
ResponderExcluirSeria legal um texto sobre a guerra dessas figuras.
Boa ideia. Vamos amos pensar no assunto
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