A mesma história...... Abro a adega à procura de um vinho
tinto, sem grandes pretensões, para acompanhar meu frugal jantar e o que
encontro?
Importantes Amarone, Barbaresco,
Barolo, Brunello, Gattinara..... Nem uma garrafa de Barbera, Freisa, Dolcetto, Valpolicella, Rossese,
Grignolino.
São 19 horas, o (mini) supermercado, ao lado de casa, ainda
está aberto.
Pensei: “em cinco minutos vou e
volto”.
Na prateleira dos tintos muita porcaria barata e nem uma
garrafa decente.
Lambrusco de 1,90,
Merlot baratos, Bonarda horrorosas, Gutturnio deploráveis.
Um monte de insultos
vinícolas que poderiam ser superados, apenas, por insultos ainda maiores: vinhos gaúchos.
Espere um pouco…. Escondida, em uma prateleira há uma Barbera, “La Monella”, por 8,60 Euros.
Sem pensar duas vezes pego a garrafa, pago e volto célere para
casa.
Caminhando recordo a trajetória vencedora de Giacomo Bologna, suas
Barbera e da vinícola “Braida”.
Giacomo Bologna morreu em 1990, ainda muito jovem, mas o
viticultor de Rocchetta Tanaro, deixou sua marca nas garrafas de Barbera que
até hoje frequentam enotecas de Tóquio, São Paulo, New York, Londres, Roma,
Pequim etc.
Bologna foi o primeiro a vinificar a Barbera em barrique.
Giacomo, sempre um passo à frente dos outros, percebeu o
enorme potencial da Barbera, resolveu apostar no vinho mais popular do Piemonte
e resolveu transformá-lo em um sucesso internacional.
Até aquela data o Barbera, vinho mais emblemático da região,
frequentava mesas de bares, restaurantes e residências, engarrafado ou não, bom
ou ruim, sem que ninguém dessa muita bola para as vinícolas que o produziam.
A Barbera era vinificada e consumida em quantidades
hiperbólicas.
Bologna, quando resolveu “enobrecer” a Barbera, foi aprender (lógico)
como usar a barrique na França.
Os franceses sempre dão algumas dicas, mostram suas adegas,
contam as histórias de seus vinhos, mas o pulo do gato…Nem pensar!
Giacomo, bom e inteligente viticultor, não precisou de muitas
“aulas” técnicas.
Voltou para Rocchetta Tanaro e produziu algumas Barbera que
fizeram história; a primeira delas e mais famosa, foi a “Bricco
dell’Ucellone”.
Hábil comerciante e ótimo marqueteiro, Bologna “seduziu”
críticos, jornalistas, sommeliers e seu “Bricco dell’Uccellone”,
em pouco tempo, caiu no gosto dos americanos, ingleses, japoneses etc.
Com a fama veio o sucesso comercial e o “Bricco
dell’ Uccellone”, uma boa Barbera, mas sempre e apenas uma Barbera,
atingiu preços dignos de serem comparados aos praticados pelos produtores
gaúchos.
O vinho da vinícola “Braida” ganhou o passaporte para o mundo,
mas sumiu das mesas italianas.
Ninguém, na Itália de hoje, é tão idiota de pagar por uma Barbera,
por melhor que seja, o preço de um grande Barolo ou Barbaresco.
Barbera é Barbera, o Barolo é um outro discurso.....
O “Bricco dell’Uccellone”, assim como muitos outros vinhos italianos, com
preços vitaminados, é consumida apenas por turistas estrangeiros.
Já no nome “La Monella” (a molequinha) revela todo seu jovem e frisante
frescor.
“La Monella” no nariz revela aroma de
rosas e algumas notas de cereja.
Na boca é uma festa para o paladar e um convite para sempre
mais um copo.... Um perigo!
Toda esta frisante juventude e exuberância, porém, não
consegue esconder uma bela estrutura, um bom corpo e uma inesperada maciez.
Quer beber uma boa e jovem Barbera?
“La Monella” é a resposta.
Pena que a Expand tenha sumido do mapa e com ela tenham desaparecido,
do mercado brasileiro, os vinhos da vinícola “Braida”, mas “La Monella”
pode ser encontrada facilmente em qualquer canto da Itália.
Prove
Bacco
Ja vi essa marca varias vezes na "bota" e achei a mesma muito italiana. Rotulo muito italiano demais ou sei la, nao atrai, nao tem aquele desenho convidativo. Pelo jeito perdi uma boa chance.
ResponderExcluirQuando tiver uma nova oportunidade prove. Não espere um "vinhão", mas como aperitivo ou acompanhando embutidos é ótima.
ExcluirCaRIOca,
ResponderExcluirEra vendido em terras brasilis pela falecida expand!. Tenho uma garrafa ainda com preço de RS48,00!
Esta faltando no blog algum post sobre os vinhos da Sardenha !
ResponderExcluirTambém gosto deste vinho. E costumava comprar na Expand por bom preço. Aliás, a Expand tinha muita coisa boa. Uma pena o que aconteceu.
ResponderExcluirSalu2
Agora sim:
ResponderExcluirCave Geisse entra para o guia 1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer (http://www.vivendoavida.net/?p=35374)
Eu prefiro morrer sem beber
ResponderExcluirQuem quiser obter formaçao na area a Universidade de Uberaba e um instituto chamado Elo formam "profissionais" na area!
ResponderExcluirhttp://regenerabilidade.org.br/blog/8-rudolf-steiner-agricultura-biodinamica-e-economia-associativa