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sexta-feira, 24 de abril de 2015

BARBERA "LA MONELLA"


 

 



A mesma história...... Abro a adega à procura de um vinho tinto, sem grandes pretensões, para acompanhar meu frugal jantar e o que encontro?

Importantes Amarone, Barbaresco, Barolo, Brunello, Gattinara..... Nem uma garrafa de Barbera, Freisa, Dolcetto, Valpolicella, Rossese, Grignolino.



São 19 horas, o (mini) supermercado, ao lado de casa, ainda está aberto.

Pensei: “em cinco minutos vou e volto”.

Na prateleira dos tintos muita porcaria barata e nem uma garrafa decente.

Lambrusco de 1,90, Merlot baratos, Bonarda horrorosas, Gutturnio deploráveis.
 

 Um monte de insultos vinícolas que poderiam ser superados, apenas, por insultos ainda maiores:  vinhos gaúchos.

Espere um pouco…. Escondida, em uma prateleira há uma Barbera, “La Monella”, por 8,60 Euros.

Sem pensar duas vezes pego a garrafa, pago e volto célere para casa.

Caminhando recordo a trajetória vencedora de Giacomo Bologna, suas Barbera e da vinícola “Braida”. 
 

Giacomo Bologna morreu em 1990, ainda muito jovem, mas o viticultor de Rocchetta Tanaro, deixou sua marca nas garrafas de Barbera que até hoje frequentam enotecas de Tóquio, São Paulo, New York, Londres, Roma, Pequim etc.

Bologna foi o primeiro a vinificar a Barbera em barrique.

Giacomo, sempre um passo à frente dos outros, percebeu o enorme potencial da Barbera, resolveu apostar no vinho mais popular do Piemonte e resolveu transformá-lo em um sucesso internacional.

Até aquela data o Barbera, vinho mais emblemático da região, frequentava mesas de bares, restaurantes e residências, engarrafado ou não, bom ou ruim, sem que ninguém dessa muita bola para as vinícolas que o produziam.

A Barbera era vinificada e consumida em quantidades hiperbólicas.
 

Bologna, quando resolveu “enobrecer” a Barbera, foi aprender (lógico) como usar a barrique na França.

Os franceses sempre dão algumas dicas, mostram suas adegas, contam as histórias de seus vinhos, mas o pulo do gato…Nem pensar!

Giacomo, bom e inteligente viticultor, não precisou de muitas “aulas” técnicas.

Voltou para Rocchetta Tanaro e produziu algumas Barbera que fizeram história; a primeira delas e mais famosa, foi a “Bricco dell’Ucellone”.

Hábil comerciante e ótimo marqueteiro, Bologna “seduziu” críticos, jornalistas, sommeliers e seu “Bricco dell’Uccellone”, em pouco tempo, caiu no gosto dos americanos, ingleses, japoneses etc.

Com a fama veio o sucesso comercial e o “Bricco dell’ Uccellone”, uma boa Barbera, mas sempre e apenas uma Barbera, atingiu preços dignos de serem comparados aos praticados pelos produtores gaúchos.

O vinho da vinícola “Braida” ganhou o passaporte para o mundo, mas sumiu das mesas italianas.

Ninguém, na Itália de hoje, é tão idiota de pagar por uma Barbera, por melhor que seja, o preço de um grande Barolo ou Barbaresco.

Barbera é Barbera, o Barolo é um outro discurso.....

O “Bricco dell’Uccellone”, assim como muitos outros vinhos italianos, com preços vitaminados, é consumida apenas por turistas estrangeiros.

Já no nome “La Monella” (a molequinha) revela todo seu jovem e frisante frescor.

“La Monella” no nariz revela aroma de rosas e algumas notas de cereja.

Na boca é uma festa para o paladar e um convite para sempre mais um copo.... Um perigo!
 

Toda esta frisante juventude e exuberância, porém, não consegue esconder uma bela estrutura, um bom corpo e uma inesperada maciez.

Quer beber uma boa e jovem Barbera?
 

“La Monella” é a resposta.

Pena que a Expand tenha sumido do mapa e com ela tenham desaparecido, do mercado brasileiro, os vinhos da vinícola “Braida”, mas “La Monella” pode ser encontrada facilmente em qualquer canto da Itália.

Prove

Bacco

8 comentários:

  1. Ja vi essa marca varias vezes na "bota" e achei a mesma muito italiana. Rotulo muito italiano demais ou sei la, nao atrai, nao tem aquele desenho convidativo. Pelo jeito perdi uma boa chance.

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    1. Quando tiver uma nova oportunidade prove. Não espere um "vinhão", mas como aperitivo ou acompanhando embutidos é ótima.

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  2. CaRIOca,
    Era vendido em terras brasilis pela falecida expand!. Tenho uma garrafa ainda com preço de RS48,00!

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  3. Esta faltando no blog algum post sobre os vinhos da Sardenha !

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  4. Também gosto deste vinho. E costumava comprar na Expand por bom preço. Aliás, a Expand tinha muita coisa boa. Uma pena o que aconteceu.
    Salu2

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  5. Agora sim:

    Cave Geisse entra para o guia 1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer (http://www.vivendoavida.net/?p=35374)

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  6. Eu prefiro morrer sem beber

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  7. Quem quiser obter formaçao na area a Universidade de Uberaba e um instituto chamado Elo formam "profissionais" na area!
    http://regenerabilidade.org.br/blog/8-rudolf-steiner-agricultura-biodinamica-e-economia-associativa

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