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quinta-feira, 16 de maio de 2019

LAMBRUSCO 2





O que você pensa do sujeito que se locomove com um Lamborghini ou Ferrari para ir ao supermercado, buscar o filho na escola, ao banco, no centro da cidade e na hora do rush, rodar 50 km por uma estada de terra, para pescar na fazenda do amigo?

E de um outro que veste um smoking para ir ao boteco da esquina beber cerveja com amigos?

Babaquices de novo rico e sem noção de ridículo?

Pois é.…apreciar e beber somente grandes vinhos, vinhos caros, etiquetas famosas é exatamente a mesma coisa: Ridículo!

Beber Amarone na praia, Barolo com pizza, Brunello di Montalcino à beira da piscina, além de risível, revela que o enófilo segue cegamente guias, sommeliers de 5ª categoria, (de) formadores de opinião e acredita no lema: “Se é caro....é bom”

Nada mais falso.

Alguns exemplos de ótimos vinhos do meu dia-dia: Gavi “Minaia” de Nicola Bergaglio (5 Euros), “Rubesco” Lungarotti (7 Euros), Barbera D’Asti “Tre Vescovi” (8 Euros), Lambrusco “Otello” (6,50 Euros).

A lista é muito mais longa, mas os quatro exemplos são mais que suficientes para demonstrar que nem todos os dias é dia de Barolo, Amarone (cruz credo...), Brunello, Chassagne-Montrachet, Barca Velha etc.

Além do preço, “estuprador de cartões”, beber etiquetas caras em confrarias (a nova mania dos enófilos tupiniquins) denota um grau de tontice alarmante: Depois de meia dúzia de taças é bem provável que nenhum dos confrades saiba diferenciar um Barolo de um “Miolo “argh” Seleção da Vida”  

No Brasil, paraíso dos predadores do vinho (importadoras e produtores unidos jamais serão vencidos) os caminhos preferidos e percorridos são dois: 1º) etiquetas renomadas, badalas e exageradamente caras 2º) as piores porcarias que a enologia possa criar.

Há uma luz no fim do túnel.... Percebo que algumas pequenas importadoras buscam é já trazem etiquetas interessantes, quase desconhecidas no Brasil, justamente na faixa do meio e com preços mais “humanos”.

Gostaria de sugerir aos estes importadores uma atenção especial para o Lambrusco.

Você, eno-tonto e bebedor de Amarone, que torceu o nariz e sorriu “nonchalance” ao ler “Lambrusco”, saiba que o “pobre Lambrusco” é muito mais indicado ao nosso clima tropical e à nossa comida, do que o híper-alcoólico e adocicado vinho da Valpolicella.

Algumas dicas de ótimos Lambrusco que os amigos poderão provar na Itália ou trazer nas malas para o Brasil: “Otello” Ceci, “Concerto” Medici Ermete, “Cantina della Volta Brut Rosè”, “Vecchio Moro” Rinaldini, “ Classico Brut Il Mattaglio” Della Volta, “ Nero di Nero” Barbolini, “Quaranta” Vanturini  

A lista poderia continuar, mas seria impossível beber todos os bons Lambrusco.


 Acredito que a dicas acima acabarão de vez com o preconceito que o enófilo brasileiro nutre em relação ao Lambrusco.

Bacco


4 comentários:

  1. “Concerto” Medici Ermete era importado pela finada Expand e a um preço justo. Sem contar que comprei muitas grfs em sale e todas, sem exceção, foram ótimas companhias. Hoje é importado pela Decanter, mas, o preço é abusivo. Tanto é que se procurar um pouquinho compra-se Champagne pelo mesmo preço ou até menos. Sim, são produtos e vinhos totalmente diferentes, mas, em terras tupiniquins, preço por preço fico com Champagne. Distorções de um país que entende lhufas sobre vinhos.

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    1. Concordo como "anônimo" acima. A propósito, nunca vi um vinho sequer, que tenha mudado de importadora, e que tenha tido seu preço reduzido. É impressionante! E como o amigo acima disse, o preço do Concerto ficou muito alto.

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  2. O lema acima de tudo já agride o português, deveria ser: se for caro, é bom. O subjuntivo morreu no Brasil, como, em geral, o bom vinho.

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  3. Obrigado, professor. O lema , entre aspas, tenta se aproximar da fala popular e do português da rede globo, mas reconheço o erro. O subjuntivo morreu, no meu lema e levou , consigo, as vírgulas do seu comentário

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