O que você pensa do sujeito que se locomove com um Lamborghini
ou Ferrari para ir ao supermercado, buscar o filho na escola, ao banco, no
centro da cidade e na hora do rush, rodar 50 km por uma estada de terra, para
pescar na fazenda do amigo?
E de um outro que veste um smoking para ir ao boteco da
esquina beber cerveja com amigos?
Babaquices de novo rico e sem noção de ridículo?
Pois é.…apreciar e beber somente grandes vinhos, vinhos caros,
etiquetas famosas é exatamente a mesma coisa: Ridículo!
Beber Amarone na praia, Barolo com pizza, Brunello di
Montalcino à beira da piscina, além de risível, revela que o enófilo segue
cegamente guias, sommeliers de 5ª categoria, (de) formadores de opinião e
acredita no lema: “Se é caro....é bom”
Nada mais falso.
Alguns exemplos de ótimos vinhos do meu dia-dia: Gavi “Minaia” de
Nicola Bergaglio (5 Euros), “Rubesco” Lungarotti (7 Euros), Barbera D’Asti “Tre
Vescovi” (8 Euros), Lambrusco “Otello” (6,50 Euros).
A lista é muito mais longa, mas os quatro exemplos são mais
que suficientes para demonstrar que nem todos os dias é dia de Barolo, Amarone
(cruz credo...), Brunello, Chassagne-Montrachet, Barca Velha etc.
Além do preço, “estuprador de cartões”, beber etiquetas caras
em confrarias (a nova mania dos enófilos tupiniquins) denota um grau de tontice
alarmante: Depois
de meia dúzia de taças é bem provável que nenhum dos confrades saiba
diferenciar um Barolo de um “Miolo “argh” Seleção da Vida”
No Brasil, paraíso dos predadores do vinho (importadoras e
produtores unidos jamais serão vencidos) os caminhos preferidos e percorridos são
dois: 1º) etiquetas renomadas, badalas e exageradamente caras 2º) as piores
porcarias que a enologia possa criar.
Há uma luz no fim do túnel.... Percebo que algumas pequenas
importadoras buscam é já trazem etiquetas interessantes, quase desconhecidas no
Brasil, justamente na faixa do meio e com preços mais “humanos”.
Gostaria de sugerir aos estes importadores uma atenção
especial para o Lambrusco.
Você, eno-tonto e bebedor de Amarone, que torceu o nariz e
sorriu “nonchalance” ao ler “Lambrusco”, saiba que o “pobre Lambrusco” é muito
mais indicado ao nosso clima tropical e à nossa comida, do que o híper-alcoólico
e adocicado vinho da Valpolicella.
Algumas dicas de ótimos Lambrusco que os amigos poderão provar
na Itália ou trazer nas malas para o Brasil: “Otello” Ceci, “Concerto” Medici Ermete, “Cantina
della Volta Brut Rosè”, “Vecchio Moro”
Rinaldini, “ Classico Brut Il Mattaglio”
Della Volta, “ Nero di Nero” Barbolini,
“Quaranta” Vanturini
A lista poderia continuar, mas seria impossível beber todos os
bons Lambrusco.
Acredito que a dicas
acima acabarão de vez com o preconceito que o enófilo brasileiro nutre em relação
ao Lambrusco.
Bacco
“Concerto” Medici Ermete era importado pela finada Expand e a um preço justo. Sem contar que comprei muitas grfs em sale e todas, sem exceção, foram ótimas companhias. Hoje é importado pela Decanter, mas, o preço é abusivo. Tanto é que se procurar um pouquinho compra-se Champagne pelo mesmo preço ou até menos. Sim, são produtos e vinhos totalmente diferentes, mas, em terras tupiniquins, preço por preço fico com Champagne. Distorções de um país que entende lhufas sobre vinhos.
ResponderExcluirConcordo como "anônimo" acima. A propósito, nunca vi um vinho sequer, que tenha mudado de importadora, e que tenha tido seu preço reduzido. É impressionante! E como o amigo acima disse, o preço do Concerto ficou muito alto.
ExcluirO lema acima de tudo já agride o português, deveria ser: se for caro, é bom. O subjuntivo morreu no Brasil, como, em geral, o bom vinho.
ResponderExcluirObrigado, professor. O lema , entre aspas, tenta se aproximar da fala popular e do português da rede globo, mas reconheço o erro. O subjuntivo morreu, no meu lema e levou , consigo, as vírgulas do seu comentário
ResponderExcluir