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sábado, 9 de setembro de 2023

VERDICCHIO DEI CASTELLI DI JESI 2

 


Perguntei ao garçom, do “Caffè del Teatro”, se haveria, na vizinhança, uma enoteca regional do Verdicchio.

Gentil e prestativo, o rapaz me respondeu que nas proximidades havia, sim, uma enoteca regional e em seguida me indicou o caminho,

 Percorri pouco mais de 200 metros, encontrei o edifício e entrei confiante na “Enoteca Regionale di Jesi”



Ambiente, simples, acolhedor, prateleiras bem organizadas e que expunham grande variedade de vinhos regionais.

Me aproximei do balcão e após os cumprimentos de praxe, a sommelier perguntou quais vinhos eu desejava degustar.

Respondi que o Verdicchio dei Castelli di Jesi era o real motivo de minha visita, que pouco conhecia do famoso vinho “marchigiano” e deixaria em suas mãos a decisão de escolher algumas das etiquetas mais representativas da denominação.

O estratagema funcionou, como de costume e a sommelier propôs uma degustação de 5 diferentes Verdicchio.

Começava, ali e naquele instante, a minha verdadeira caminhada para a “descoberta” do “Verdicchio dei Castelli di Jesi.



“Todos os Verdicchio que apresentei são de boa qualidade, mas, em minha opinião o melhor, no quesito custo qualidade, é o da Fattoria Coroncino”.

Bingo!

A sommelier, além de acertar em cheio na escolha do Verdicchio, me forneceu o endereço do produtor.

 Contente e satisfeito, prometi voltar para degustar outros vinhos da região.

No dia seguinte, sem pressa, mas ansioso, peguei a estrada para alcançar a “Fattoria Coroncino” em Staffolo.

Pouco mais de 15 km, muitas curvas e quantas vinhas maravilhosas....


Resultado: Mais uma hora de estrada....

A “Fattoria Coroncino” era e continua sendo, uma vinícola familiar, pequena, que à época produzia 50.000 garrafas vinificando uvas provenientes de seus 17 hectares de vinhedos.



Apesar da hora impropria, para a visita (não eram, ainda, 10 horas...), o proprietário da vinícola, Lucio Canestrari, romano de origem e marchigiano de adoção, sorridente e prestativo, me recebeu, cordialmente, me guiou pela Fattoria Coroncino, narrou um pouco de sua história, da família e de sua paixão pelo Verdicchio.

 Lucio Canestrari, no final da visita, abriu algumas garrafas e gentilmente ofereceu uma degustação.

Ótimos vinhos, preços mais que justos.......... 24 garrafas de “Il Bacco”, “Il Coroncino” e “Gaiospino” foram para o porta-malas do meu carro.



Não recordo os preços, de então, mas hoje, nas enotecas, podem ser adquiridos, “Il Bacco” 9 Euros, “Coroncino” 12 Euros, “Gaiospino” 19 Euros.



Retornei à região muitas vezes, conheci outros produtores, mas nenhum tão sincero carismático e alegre como Lucio Canestrari.

Canestrari faleceu em 2021, mas o filho, Valerio, continua produzindo vinhos com a mesma filosofia e sabedoria do pai.

Resultado? 

Seu “IL Gaiospino” 2022 é um vinho excepcional que doa grandes emoções aos enófilos e apreciadores do “Verdicchio dei Castelli di Jesi”.

Vinho não tem pontos, estrelas, taças.... Vinho tem histórias

Bacco.

PS. Lembro que, em uma das visitas, comentei, com Lucio Canestrari, se haveria a possibilidade de diminuir o teor alcoólico do Verdicchio que à época beirava os 15º.

Ainda bem que em um momento de rara lucidez filmei a resposta

Vejam

https://www.youtube.com/watch?v=SnFKw1iyaWc&list=UUk-Tx8y5To6EFjtTpeayWeQ&index=23

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