Facebook


Pesquisar no blog

quinta-feira, 3 de março de 2022

TRANSPORTES AÉREOS PATÉTICOS 2

  

Corpo doído, olhos vermelhos e cansados, apreensivo e receoso com os rígidos controles portugueses que me esperavam, levantei-me, com cuidado, do esquife da “Transportes Aéreos Pavorosos” e me dirigi ao portão da imigração.

Papelada à mão, esperei os encarregados dos controles sanitários, mas em vão: Ninguém controlou o formulário “Cascais, Av. Sabóia nº 5”, ninguém verificou meu teste antígeno, ninguém pediu meus comprovantes de vacinação e até meu passaporte europeu ninguém carimbou.

 Uma máquina se encarregou de verificar se havia algum impedimento e em segundos liberou minha entrada em solo português.

Cheguei à conclusão que os Torquemadas da TAP “Transportes Aéreos Penosos” de Brasília fazem todo o trabalho “sujo” para os colegas europeus.

Como previsível, o atraso na saída resultou na perda da conexão Lisboa/Milano.

A TAP “Transporte Aéreos Patéticos”, talvez querendo homenagear Ulisses, me ofereceu um “Roteiro Odisseia”, Lisboa/Frankfurt/Milano, que prontamente recusei.

Uma nova oferta: Lisboa/Milano às 13,40 prontamente aceita.

É preciso salientar que pisei na capital Lusa, cansado e arrebentado, às 7,30 e que “maravilhosas” 6 horas de aeroporto estavam me esperando.

A TAP “Transportes Aéreos Pobres”, em um rasgo de rara magnanimidade, me forneceu um voucher de 6 Euros para torrar, em um restaurante de minha preferência, no aeroporto (foto).

“Pontualmente” e finalmente, às 14,30, a aeronave da TAP “Transportes Aéreos Patéticos” decolou rumo Milano onde um rigorosíssimo, controle como o efetuado em Portugal, me esperava: Ninguém controlou merda nenhuma e, com ou sem Covid, me dirigi à locadora para retirar o carro que havia reservado.

No hotel, próximo de Malpensa, até que enfim um controle: “O senhor tem “green pass”?


 A resposta afirmativa permitiu que eu desmaiasse, na cama, exatamente 10 minutos mais tarde......

 

A RECOMPENSA

No dia seguinte, como de costume, almoço com o amigo Pietro.

Pietro era proprietário de um hotel em Arona (Lago Maggiore).

Cansado e de saco cheio de sustentar, com impostos e taxas, o famélico governo italiano, vendeu seu imóvel e hoje viaja, come e bebe como poucos.


Lenha crepitando na lareira, salgadinhos preparados, taças à espera e......Champagne Charles Lafitte “Orgueil de France Brut”.

A adega de Pietro, sofisticada e refinada, já me reservou grandes e boas surpresas.

Jamais havia bebido o Champagne “Orgueil de France” e confesso que o apreciei muitíssimo.

Elegante, complexo, final longuíssimo, perfumes intensos e um “perlage” fino e persistente, o “Orgueil de France” vale cada centavo do seu custo (60/65 Euros).

Depois da “viagem-martírio”, Pietro e Charles Lafitte me recompensaram magnificamente.

Bacco

PS. Quem encontrar o Orgueil de France compre imediatamente, afinal 60 Euros não são suficientes, pasmem, para comprar uma garrafa do ridículo Maria Valduga Brut Vintage.

Nenhum comentário:

Postar um comentário