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terça-feira, 9 de novembro de 2021

ALBA GOLD

 


Não bastassem as limitações impostas pelos controles da pandemia e o câmbio desfavorável, os brasileiros, que desejam e conseguem alcançar Alba e território, durante a famosa feira do tartufo em 2021, precisam enfrentar mais um “inimigo”: Preços estrelares.


Hotéis, bares, restaurantes, lojas de gastronomia, etc., parecem competir, entre si, para saber quem conseguirá estourar, mais e primeiro, os cartões dos desavisados e inocentes turistas eno-gastronômicos


Os hotéis e agro turismos, especialmente nos finais de semana, são tomados de assalto por suíços, alemães, holandeses, ingleses e americanos, que não torcem o nariz nem se assustam com diárias de 200-300-400 Euros, ou mais até, necessários para se hospedarem em estruturas que em tempos normais (sem trufas) custam menos de um terço.


Restaurantes, sempre lotados, disputam, entre si, para ver quem cobra mais por uma magra ralada de “Tartufo Bianco”, quem cozinha pior e quem mete mais a mão nos bolsos dos turistas por uma simples garrafa de Barbera, Dolcetto, Nebbiolo etc.

Há restaurantes que cobram 35 Euros por um Dolcetto que no produtor custa pouco mais de 6 Euros.

 


Langhe Dolcetto DOC "l'Alteno" La Fusina

 
Piemonte
 
Langhe Dolcetto DOCG "Alteno"
 
2019
 
Sku: 0385
Disponibilità immediata
Q.tà 
€ 6,90

Nos bares de Alba é praticamente impossível conseguir uma taça de branco ou tinto, abaixo de 5 Euros e se a sede for de espumante, então......O “então” custa 7/12 Euros.

1ª “novidade”: Os “langhet” (moradores da região) parecem ter sidos atacados pelo mesmo vírus imbecilizante que transformou os gaúchos nos mais ridículos e presunçosos viticultores do planeta.


Assim como Valduga, Miolo, Geisse, Salton, Perini etc., os piemonteses acreditam que seus espumantes, “Alta Langa”, já são comparáveis e até superiores aos consagrados Franciacorta e, pasmem, podem competir obro a ombro com os Champagne.

Os “Alta Langa” não chegam nem aos pés dos Champagne e, das inúmeras taças que fui “obrigado” a enxugar, apenas dois me convenceram e “non fanno cagare”: Deltetto e Ettore Germano.

Se a qualidade dos “Alta Langa” não entusiasmam, seus preços fazem chorar: As taças, dos dispensáveis espumantes piemonteses, são vendidas, nos bares de Alba, por salgados 7 Euros.

Se os preços dos “Alta Langa” fazem chorar copiosamente os cartões dos brasileiros, os dos brancos não enxugam lágrimas.


 Os Chardonnay, Viognier, Riesling, Sauvignon, castas que os viticultores locais teimam em cultivar nas “Langhe”, apesar de cômicos resultados qualitativos, são “empurrados” por nada econômicos 5/7 Euros, mas parecem baratíssimos se o ignaro turista ordena os vinificados por Gaja ou Coppo.

Os vinhos dos acima citados produtores, que não brincam em $erviço, somente umedecem as taças dos bebedores de etiquetas por 10/12 Euros.

Até vinhos banais como Nascetta, Arneis, Favorita, não se entregam por menos de 5 Euros.

A famosa gastronomia local parece ter sofrido bastante com a pandemia: perdeu tradição, qualidade, inventiva e abriu espaço para uma cozinha “apressada”, banal.


Todos os bares e os agros turismo da região oferecem, em seus cardápios, “Agnolotti del Plin”, “Carne Cruda, Vitello Tonnato”. “Risotto al Barolo”,Insalata Russa” etc., mas preparados por “cozinheiros” vindo de Bangladesh, Marrocos, Sri Lanka, Índia etc. (não há número suficiente de chefs italianos para tocar as centenas de cozinhas).



Resultado?

A total banalização e falta de qualidade no preparo da ótima gastronomia local.

Nada melhorou, então?

Melhoraram e muito, as contas bancárias dos empresários do setor


Os preços cobrados são escorchantes.

Na próxima matéria comentarei a enganação e a malandragem que comandam o comércio do “Tartufo Bianco”


Bacco

 

 

4 comentários:

  1. E ai Bacconha, como vai vossa insolencia? Olha, quem comia em restaurantes alemaes, japoneses, mexicanos, espanhois onde os donos e empregados (colaboradores hoje em dia) eram desses paises, foi uma catastrofe quando a nova geracao veio com chines fazendo comida mexicana, nordestino fazendo sushi, brasileiro fazendo comida alema, e qualquer um fazendo comida 'italiana'.

    Demorou para chegar ai, essa p toda.
    Ha pouco tempo li um artigo interessante que falava do desaparecimento de muitas tradicoes, receitas e modus operandi tipicos de pequenas regioes e produtos com o sumico das pessoas, o encolhimento dessas populacoes. Acrescento aqui dialetos e idiomas que tambem sumirao.

    O lado bom de tudo isso? Nao tem. Ha.

    Auguri.

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    Respostas
    1. Caro Roedor-Mor, é a famosa e odiosa globalização da mediocridade. Adorei "nordestino fazendo sushi" hahahahaha. Os dialetos sumirão, mas e ainda bem, após meu sumiço. Abraço

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    2. Mas agore está surginde com tode force o dialete neutre. Vai substituir todes.

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  2. Os combustíveis aumentaram em média 0,20€, tarifas de energia e água também! A "cesta básica" do europeu médio, assalariado como gregos, portugueses e espanhóis subiu! As passagens de voos "domésticos" idem vide preço do petróleo! Há sim uma inflação na zona (literalmente) do euro!

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