Tento, mas não consigo, encontrar quem minta mais do que
nossos produtores de vinho.
No quesito “meias verdades”, os eno-pinóquios nacionais são
páreo duro até para os nossos políticos.
Se nossos produtores usassem apenas 30% da imaginação que
dedicam ao marketing e às propagandas enganosas para melhorar a qualidade e
diminuir seus espantosos preços e lucros, o Brasil já seria respeitado em
grande parte do mundo vinícola.
Mas não, os nossos engarrafadores preferem investir em
divulgadores, sommeliers, formadores de opinião e em qualquer caneta de vida
fácil, à disposição, para continuar iludindo os consumidores brasileiro
Resultado?
O setor vinícola brasileiro, que continua produzido quase 80%
de suas garrafas com uvas não viníferas, não pode e nem deve ser levado a
sério.
Vinícolas gigantescas, como Salton
e Aurora,
por exemplo, que ainda vinificam tremendas-bostas como Country
Wine, Mosteiro, Sangue de Boi, Chalise, Canônico etc. deveriam
ter vergonha e parar de engarrafar estas inomináveis e caras porcarias.
Mas percamos as esperanças......
Os quase-vinhos, como
os mencionados, são fáceis de produzir, de baixo custo industrial, não exigem grandes
investimentos nem refinada enologia, proporcionam grandes lucros e o lucro
sempre foi e será sempre a única prioridade do setor.
Não há luz no final do
túnel e tome tremendas-bostas por preços de bons vinho europeus.
As vinícolas esquecem, sistematicamente, a qualidade, a diminuição
dos preços e investem pesado no exército de “postadores-profi$$ionais” que todos os dias
invadem e poluem as redes sociais com mensagens enaltecendo este ou aquele
vinho nacional.
É quase impossível encontrar um grupo, no Facebook, Instagram etc., em que alguma tremenda-bosta nacional não seja alvo de elogios ou comentários favoráveis.
Durante os longos meses da pandemia houve um verdadeiro tsunami
de postagem, pasmem, elogiando o tremenda-bosta “Pérgola” da Vinícola
Campestre.
A tática e sempre a mesma: Um contratado, ou funcionário da Campestre,
posta declarando, falsamente, que em sua total ignorância vinícola provou e gostou
do Pérgola e indaga se alguém mais o conhece.
Acredite se quiser, mas
uma sandice como esta desencadeia centena de comentários elogiosos àquela
imundice vinícola.
As perguntas e as respostas, claro, são “paridas” por um pequeno exército contratado pela Campestre.
Resultado: A solene porcaria “Pérgola
Branco Suave Seleção” custa mais do que um “Soave”, que de “suave “ nada tem (Soave é a cidade
que empresta o nome à DOC) produzido no Veneto com uva Garganega.
Já fiz esta comparação, mas é sempre bom lembrar que o Giuseppe
Rossi, de Vicenza, com seu salário mínimo, de 1.000 Euros, poderia comprar 435
garrafas de Soave, da vinícola Cadis e beber uma por dia até o final de 2022
O João de Souza, morador da Ceilândia, com o salário mínimo de
R$ 1.100, poderia comprar apenas 55 garrafas de Pérgola e beber aquela zurrapa,
caso fosse um hepático-masoquista, até meados de junho de 2021.
O reverso da medalha:
Não há uma caneta de vida fácil, sequer, que lembre ou faça menção aos preços
extorsivos do vinho nacional (se alguém lembrar “altos impostos”, sinta-se
mandado à merda…).
O entusiasmo que tomou conta das canetas de aluguel, pelo
“prodigioso” aumento do consumo de vinho, no Brasil, poderia ser comparado ao
orgulho dos maranhenses quando souberam que seu estado, em um fantástico “salto”,
ultrapassou Alagoas e conquistou o 26º lugar (penúltimo do Brasil) no IDH.
Brasil.... Maranhão do vinho!
Mas não acaba aqui.....na próxima semana mais uma matéria sobre
o assunto onde analisarei os custos para produzir uma tremenda-bosta nacional e
um Soave
Dionísio.
Patricio Tapia/Descorchados 2021
ResponderExcluir" a experiência de provar vinhos (tintos e brancos, sobretudo os tintos) pode ser decepcionante no Brasil, primeiro por dificuldade do clima, depois da sanidade das uvas que resulta em pouca qualidade dos varietais e que a maioria dos tintos são desequilibrados em acidez e taninos".
O Tapia publica, em 2021, o que nós de B&B já escrevemos há décadas. Falta, ao "Descorchados", esculhambar , também, os preços
ResponderExcluirNota de repúdio
ResponderExcluir"Eu João de Souza, morador da Ceilândia não bebo estas porcarias de vinhos! Respeite meu Corote!!"
João,Peço perdão ...quem bebe esta tremenda bosta é o José de Souza
ResponderExcluirExportamos malandragem.
ResponderExcluirTinto alentejano Júpiter, a mil euros a garrafa, estreia "Vinhos do Outro Mundo"
O consultor vinícola Cláudio Martins, apostado em "colocar os vinhos portugueses no mapa", vai "aliá-los" a outros de conceituadas regiões mundiais e lançou agora o primeiro, um alentejano, com que espera faturar perto de 700 mil euros.
https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/amp/tinto-alentejano-jupiter-a-mil-euros-a-garrafa-estreia-vinhos-do-outro-mundo
Que vão tomar esta p.... lá em Júpiter. Já não chega o que estão pedindo por um Barca Velha? Agora vem com este negócio de 'Júpiter'? Ah vtnc, viu! O vinho português sempre foi sinônimo de bom custo benefício, tirando uns absurdos que existem, mas agora, parece que estão entrando na onda.
ExcluirEnquanto houver "enoloides" abonados e abestados haverá aproveitadores e malandros para lhes tomar dinheiro. Que se danem
ResponderExcluirSem falar que esses 2,8 litros/ano per capita é fruto de uma firula contábil de uma con$ultoria do mercado de vinhos.
ResponderExcluirSe for usado o cálculo que se usava para dizer que ó consumo no Brasil estava há anos estacionado nos 1,7 litros mal chegamos dos 2 litros/ano per capita.