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quarta-feira, 16 de junho de 2021

PERDIDOS NO TEMPO

 


 Há muito tempo sinto a tal ”inveja branca” (ainda pode falar isso?) de quem tomou grandes vinhos, aqueles que podiam ficar num móvel qualquer, da cozinha, durante dias, só com a rolha ‘’fechando’’ a garrafa e que melhoravam e melhoravam mesmo depois de abertos.

Para essa turma, bem mais velha e com mais litragem, o papinho de bomba de vácuo, tratamento com gás nobre ou inerte, reza e ondas cerebrais, para preservar vinho, são coisas de e para idiotas (é provável que estejam certos) e, como se não bastasse esse privilégio, este pessoal ainda pagava preços “humanos” para vinhos deliciosos.

 Atualmente e em qualquer parte do mundo, o cidadão do bem tem que vender um rim para tomar um grande vinho.

 Caso tenha já vendidos os dois rins é preciso ter a sorte de ser vizinho de boas e pequenas vinícolas.

Depois de importunar enólogos e fazer algumas pesquisas na Internet, transcrevo aqui algumas conclusões; a maior parte delas tem origem em estudos científicos, outra pequena parcela nasce, por enquanto, de várias suposições.

 Por mais incrível que soe, o mundo do vinho ainda está no jardim da infância do aprendizado, assim como os eleitores daquelepaiz.

Afinal, qual segredo ocultavam os vinhos espetaculares de outrora que tinham a capacidade de mudar, evoluir, melhorar, durante dias e dias enquanto hoje, os ditos grandes vinhos da humanidade, não duram mais de que 24 horas depois de abertos?


Não por coincidência uma boa parte do ”mistério” pode ser atribuída às mudanças climáticas.

Até meados das décadas de 80 e 90 os vinhos eram produzidos esmagando uvas com menor teor de açúcar e muito mais acidez final do que os atuais.

 O clima tinha muito a ver com isso (peço perdão às frangas terra-planistas, mas o clima muda, mudou, mudará sempre).

Some-se, ao clima, taninos mais verdes, também.

 Explicando a equação:

Taninos mais verdes são mais ‘’duradouros” e/ou resistentes e acabam protegendo o líquido de alterações e consequentemente o deixam menos exposto à oxidação rápida.

A oxidação acontecia, claro, mas mais lentamente do que hoje.

PH mais baixo, também, preserva o vinho por muito mais tempo e por isso, os de então, eram mais resistentes (adivinha??) à oxidação.

Com o clima mais quente os vinhos mudaram.

 Mais e mais consumidores aportaram ao mundo do vinho preferindo produtos realizados com uvas mais ‘’maduras’’ (acidez mais baixa, pH mais alto), taninos mais polidos, redondos.

Também houve melhoras na cantina; várias técnicas começaram a ser utilizadas para clarificar, filtrar e deixar os vinhos com melhor aparência para os consumidores.


 Aditivos para melhorar (ou remediar) textura, cor, sabor...todo o processo (modernizante) retirou, do líquido, compostos que poderiam proteger ou adiar reações de oxidação.

Contente por descobrir mais essa, passei uma temporada ausente dessa sala de bate-papo virtual pois fiz várias colonoscopias às cegas em alguns hospitais particulares e até no SUS.

O resultado, surpreendente, será revelado em breve.

Na época dos grandes vinhos, tínhamos, ao menos, um presidente maluquinho que andava de moto (a Kawasaki Ninja, alguém ainda lembra?) e de Ferrari F40.

 Hoje temos isso que está aí.

Os chineses caminham para trás para estimular os outros músculos da perna e da mente.

Nós caminhamos para trás por talento puro mesmo.

Percamos as esperanças.

Bonzo

 

3 comentários:

  1. Novidade zero, CT. Isso é mais conhecido que nota de 10. Não estudou isso em seu curso de agronomia?

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  2. Breve seremos também a segunda melhor trufas do mundo! O Sul não para!

    https://www.revistamenu.com.br/2021/06/18/biologo-descobre-trufas-brasileiras-que-valem-r-6-mil-o-quilo/amp/

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  3. Engano seu... somos os 1º do mundo e o Rio Grande do Sul já detém a primazia em espumantes, salames, queijos, azeite, massas, marron glacé, caviar , aceto balsâmico, foie gras, bacalhau, perfumes, moda e....picaretas

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