Disse, repetidas vezes, que para conhecer, escrever, comentar,
opinar ou ministrar aulas, sobre vinhos, é preciso viajar (muito) para conhecer
as tradicionais regiões produtoras.
Quem acredita ser possível aprofundar conhecimentos frequentados um dos inúmero cursos, muitos dos quais são picaretas e nascem em todos os cantos do Brasil, como cogumelos após a chuva, está redondamente enganado: A esmagadora maioria dos que ministram “cur$os” não tem preparo adequado, conhecimento prático, nunca saiu do Brasil para conhecer os países produtores da Europa e quando o fez foi através de algum patrocínio das importadoras-predadoras.
O patrocínio sempre é oferecido pelas importadoras que, como
todos sabem, não são empresas beneficientes e cobram retorno em propaganda, indicações,
sugestões etc. para suas garrafas estocadas.
Os “professores”, que aí estão, quase sempre foram formados
por outros “professores” que, também, nunca, ou quase nunca, viajaram e também
se (de)formaram com outros “mestres” de araque e por aí vai.....
Outra vantagem do “Método Google” e que com o dinheiro poupado
você poderá viajar, pelas regiões vinícolas do velho mundo e aprender na fonte.
Uma semana em Beaune, Alba, Porto etc. “ilumina” mais do que um ano frequentado cursos picaretas onde nada de importante se aprende.
O Goggle é também mais seguro: No Google não se
corre o risco de ser obrigado a rebolar e degustar, entre-copos, “tremendas-bostas”
como a Barbera da Perini
Frequentei, confesso, quase envergonhado, durante três semanas,
a ABS de Brasília.
Abandonei a associação
depois de uma degustação, de vinhos nacionais, comandada por um “professor” que
não sabia distinguir um Merlot de um Cabernet Sauvignon e após ouvir o presidente,
de então, declarar que não sabia da existência do Champagne Blanc de Blanc.
Uma herança modesta, que uma tia benevolente me deixou, nos
anos 1980, me permitiu viajar, várias vezes por ano, pela Europa vinícola:
Itália e França em 1º lugar e 2º lugar respectivamente.
“Morei” em Alba, La Morra, San Quirico D’Orcia, Montalcino,
Arona, Chiavari etc.
Deveria começar minhas “lembranças & lambanças” de viagens
pela Itália, mas em minha última matéria declarei que escreveria “Bourgogne,
Mon Ex-Amour” e assim, a Borgonha será alvo de meu primeiro eno-tour.
Mas por que “Bourgogne Mon-Ex Amour”?
Explico: Não deixei de amar a famosa região vinícola francesa,
mas alguns fatores e várias decepções, diminuíram a chama da antiga e
irrefreável paixão.
Três fatores contribuíram para o meu arrefecimento: o câmbio quase
irracional, os preços “franceses” e a qualidade que algumas vezes deixou a
desejar: A qualidade já não justifica os preços.
Eu era feliz, e não sabia, quando, desde os anos 1990, até os
anos 2000, um Euro valia 1,7/2,8 Reais.
A Europa era barata, acessível, os preços franceses não assustavam
e até os Grands-Crus da Borgonha eram abordáveis, convidativos.
Não recordo quantas garrafas de
Criots-Bâtard-Montrachet, Bâtard-Montrachet, Montrachet, Chevalier-Bâtard-Montrachet,
Chambertin, Vosne-Romanèe, os Chablis Grenouilles, Blanchot e Valmur, Clos dela
Roche, Charmes Chambertin etc. bebi e comprei naqueles anos, mas
posso assegurar que não foram poucas.
Aos poucos, mas inexoravelmente, “La Vie em Rose” foi se transformando em
“Que Reste-t-il de Nos Amours" quando o Euro chegou aos R$ 6.5
https://www.youtube.com/watch?v=oV-MyH_E9-0
Hoje, na Borgonha, uma refeição, decente, “irrigada” com duas taças de vinho, não sai por menos de 45/50 Euros.
Se somarmos o mínimo necessário para “sobreviver” todos os
dias (hospedagem + 50 Euros, gasolina + 30 Euros, aperitivos + 30 Euros), uma semana
de Borgonha, sem comprar nem uma pasta dental, aliviaria o cartão em quase R$
10.000.
Ir até a Borgonha e não comprar algumas de suas famosas
garrafas seria como ouvir um discurso sobre “O Politicamente Correto” sem
vomitar...impossível
Meia dúzia de garrafas dos 1er cru da Côte de Beaune e meia
dúzia dos da Côte-de-Nuits, aliviariam a carteira em não menos de 1.000 Euros
(R$ 6.500), assim, uma semana “bourguignonne” queimaria nossas reservas em
quase R$ R$ 17.000.
Se o passeio for realizado por um casal então .....
Continua
Bacco
Moedas emergentes ganharam bem terreno em relacao ao US$ ultimamente. Destaque de moeda que continua a apanhar mais que cabra em horta de japones: BRL.
ResponderExcluirAte rand se recuperou fortemente.
Eca.