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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

BOURGOGNE...MON EX-AMOUR

 

Disse, repetidas vezes, que para conhecer, escrever, comentar, opinar ou ministrar aulas, sobre vinhos, é preciso viajar (muito) para conhecer as tradicionais regiões produtoras.

Quem acredita ser possível aprofundar conhecimentos frequentados um dos inúmero cursos, muitos dos quais são picaretas e nascem em todos os cantos do Brasil, como cogumelos após a chuva, está redondamente enganado: A esmagadora maioria dos que ministram “cur$os” não tem preparo adequado, conhecimento prático, nunca saiu do Brasil para conhecer os países produtores da Europa e quando o fez foi através de algum patrocínio das importadoras-predadoras.


O patrocínio sempre é oferecido pelas importadoras que, como todos sabem, não são empresas  beneficientes e cobram retorno em propaganda, indicações, sugestões etc. para suas garrafas estocadas.

Os “professores”, que aí estão, quase sempre foram formados por outros “professores” que, também, nunca, ou quase nunca, viajaram e também se (de)formaram com outros “mestres” de araque e por aí vai.....

O melhor curso e melhor professor? “Método Google”, eficaz, barato e confiável.

Outra vantagem do “Método Google” e que com o dinheiro poupado você poderá viajar, pelas regiões vinícolas do velho mundo e aprender na fonte.

Uma semana em Beaune, Alba, Porto etc. “ilumina” mais do que um ano frequentado cursos picaretas onde nada de importante se aprende.

O Goggle é também mais seguro: No Google não se corre o risco de ser obrigado a rebolar e degustar, entre-copos, “tremendas-bostas” como a Barbera da Perini

Quando escrevo: “conhecer regiões vinícolas”, me refiro aos países europeus e naturalmente descarto o Brasil que ainda hoje vinifica 80% de seus quase-vinhos com uvas não viníferas e que continua sendo o purgatório dos enófilos e paraíso dos produtores-predadores.

Frequentei, confesso, quase envergonhado, durante três semanas, a ABS de Brasília.

 Abandonei a associação depois de uma degustação, de vinhos nacionais, comandada por um “professor” que não sabia distinguir um Merlot de um Cabernet Sauvignon e após ouvir o presidente, de então, declarar que não sabia da existência do Champagne Blanc de Blanc.

Foi fácil perceber que a ABS Brasília era um balaio de incompetentes e uma piada de mau gosto.

Uma herança modesta, que uma tia benevolente me deixou, nos anos 1980, me permitiu viajar, várias vezes por ano, pela Europa vinícola: Itália e França em 1º lugar e 2º lugar respectivamente.

“Morei” em Alba, La Morra, San Quirico D’Orcia, Montalcino, Arona, Chiavari etc.

  Percorri quase todas as regiões italianas, visiteis a Borgonha, Alsácia, Languedoc, Provence, Champagne e Rhône um sem número de vezes, conheci muitos produtores (alguns se tornaram amigos) e.....li muito.


Deveria começar minhas “lembranças & lambanças” de viagens pela Itália, mas em minha última matéria declarei que escreveria “Bourgogne, Mon Ex-Amour” e assim, a Borgonha será alvo de meu primeiro eno-tour.

Mas por que “Bourgogne Mon-Ex Amour”?  



Explico: Não deixei de amar a famosa região vinícola francesa, mas alguns fatores e várias decepções, diminuíram a chama da antiga e irrefreável paixão.

Três fatores contribuíram para o meu arrefecimento: o câmbio quase irracional, os preços “franceses” e a qualidade que algumas vezes deixou a desejar: A qualidade já não justifica os preços.

Eu era feliz, e não sabia, quando, desde os anos 1990, até os anos 2000, um Euro valia 1,7/2,8 Reais.


A Europa era barata, acessível, os preços franceses não assustavam e até os Grands-Crus da Borgonha eram abordáveis, convidativos.

  Não recordo quantas garrafas de Criots-Bâtard-Montrachet, Bâtard-Montrachet, Montrachet, Chevalier-Bâtard-Montrachet, Chambertin, Vosne-Romanèe, os Chablis Grenouilles, Blanchot e Valmur, Clos dela Roche, Charmes Chambertin etc. bebi e comprei naqueles anos, mas posso assegurar que não foram poucas.

Passava mais tempo vadiando por Beaune, Chablis, Mâcon, Puligny-Montrachet, Meursault, Solutrè, Vergisson, Saint-Amour, Mercurey, etc. do que em minha casa, no Brasil.

Aos poucos, mas inexoravelmente, “La Vie em Rose” foi se transformando em

 “Que Reste-t-il de Nos Amours" quando o Euro chegou aos R$ 6.5

https://www.youtube.com/watch?v=oV-MyH_E9-0

Hoje, na Borgonha, uma refeição, decente, “irrigada” com duas taças de vinho, não sai por menos de 45/50 Euros.

Se somarmos o mínimo necessário para “sobreviver” todos os dias (hospedagem + 50 Euros, gasolina + 30 Euros, aperitivos + 30 Euros), uma semana de Borgonha, sem comprar nem uma pasta dental, aliviaria o cartão em quase R$ 10.000.



Ir até a Borgonha e não comprar algumas de suas famosas garrafas seria como ouvir um discurso sobre “O Politicamente Correto” sem vomitar...impossível

Meia dúzia de garrafas dos 1er cru da Côte de Beaune e meia dúzia dos da Côte-de-Nuits, aliviariam a carteira em não menos de 1.000 Euros (R$ 6.500), assim, uma semana “bourguignonne” queimaria nossas reservas em quase R$ R$ 17.000.

Se o passeio for realizado por um casal então .....

Continua

Bacco

Um comentário:

  1. Moedas emergentes ganharam bem terreno em relacao ao US$ ultimamente. Destaque de moeda que continua a apanhar mais que cabra em horta de japones: BRL.

    Ate rand se recuperou fortemente.

    Eca.

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