Mês passado dei continuação aos meus insanos ataques às
garrafas que ainda resistiam, bravamente, na minha esquálida adega.
Sem remorso, logica ou parcimônia, detonei quase todo o
estoque dos vinhos de Thomas Morey.
Passaram pelas minhas taças: “Bâtard-Montrachet”, “La Truffiere” (2), “Les Dents de Chien” e, para não deixar rolha
sobre rolha, sequei, também, uma garrafa de “Bâtard-Montrachet” e outra de"Bienvenue Bâtard Montrachet" de
Paul Pernot.
Thomas Morey, desde sempre, um dos meus produtores prediletos,
produz algumas imperdíveis joias vinícolas.
Thomas
Morey me “seduziu’ com o raríssimo 1er Cru “Les Dents de Chien”.
Não
conhecia, confesso, a denominação e muito menos os vinhos de Thomas
Morey até que, um belo dia......
Morey até que, um belo dia......
Viajando,
pela região, acompanhado pelo amigo Pedro Marques, proprietário
do ótimo restaurante “Terroso”, em Cascais, enquanto dirigia o carro pela
estradinha que de Puligny leva a Chassagne, Pedro indagou: “Você conhece
o Les Dents de Chien?
do ótimo restaurante “Terroso”, em Cascais, enquanto dirigia o carro pela
estradinha que de Puligny leva a Chassagne, Pedro indagou: “Você conhece
o Les Dents de Chien?
Minha
negativa provocou mais uma intervenção de Marques: “Me disseram
que é um ótimo vinho e que as parreiras do Les Dents de Chien
confinam com as do Montrachet”
que é um ótimo vinho e que as parreiras do Les Dents de Chien
confinam com as do Montrachet”
Não
é preciso dizer que depois daquela “revelação” e para aprofundar meus
conhecimentos, em todas minhas viagens pela região, caminhei diversas
vezes sobre o terreno pedregoso das vinhas do “Les Dents de Chien”.
conhecimentos, em todas minhas viagens pela região, caminhei diversas
vezes sobre o terreno pedregoso das vinhas do “Les Dents de Chien”.
Não
pensem, porém, que foi fácil encontrar o “Dentes de Cão”.
Tive
que pedir informações, procurar em muitos “vignerons”, ouvir quase
sempre “Je suis désolé mais je n'ai plus de vin à vendre” e somente, após
incontáveis buscas, encontrei o raro 1er Cru bem no centro de Chassagne-
Montrachet na vinícola de Thomas Morey.
sempre “Je suis désolé mais je n'ai plus de vin à vendre” e somente, após
incontáveis buscas, encontrei o raro 1er Cru bem no centro de Chassagne-
Montrachet na vinícola de Thomas Morey.
Bom
vinho, interessante, intrigante, mas que não despertou grandes emoções.
O
vinho do Morey, apesar de apresentar todas as características dos
grandes brancos de Chassagne-Montrachet, pecava, assim como os de
Bruno Colin, pelo excesso de manteiga.
grandes brancos de Chassagne-Montrachet, pecava, assim como os de
Bruno Colin, pelo excesso de manteiga.
Decidi
não “acelerar” os tempos e, apostando em uma evolução benéfica,
resolvi deixar ”envelhecer” o “Les Dents de Chien.
resolvi deixar ”envelhecer” o “Les Dents de Chien.
Um belo dia abri a gaveta dos vinhos de
“guarda” e dei de cara com 3
garrafas do “ Les Dentes de Chien”.
garrafas do “ Les Dentes de Chien”.
Fui
até a cozinha, me armei com um belo saca-rolhas e voltei à carga
Após
alguns anos de adega a manteiga já não posava de “prima donna”
liberando espaço aos aromas florais, cítricos, brioches .....
liberando espaço aos aromas florais, cítricos, brioches .....
Com o “declínio” da manteiga, a mineralidade,
complexidade, estrutura e
todas as raras características, que fizeram a fama dos vinhos de
Chassagne, ganharam espaço e importância.
todas as raras características, que fizeram a fama dos vinhos de
Chassagne, ganharam espaço e importância.
Thomas
Morey, em sua “Domaine” possui alguns 1er crus e Grand Cru de
altíssima linhagem, seus preços não são assustadores, a recepção é simples,
calorosa e profissional.
altíssima linhagem, seus preços não são assustadores, a recepção é simples,
calorosa e profissional.
Recomendo
o produtor, com entusiasmo, e indico, além do raríssimo “Dents
de Chien”, o não menos raro e interessante “Vide Bourse” e o
extraordinário “La Truffiere”.
de Chien”, o não menos raro e interessante “Vide Bourse” e o
extraordinário “La Truffiere”.
Voltando
ao massacre das garrafas de Puligny e Chassagne devo salientar
que o Bâtard-Montrachet 2009, do Paul, foi um pequeno degrau superior,
mais elegante, mais complexo do que o do Thomas Morey.
que o Bâtard-Montrachet 2009, do Paul, foi um pequeno degrau superior,
mais elegante, mais complexo do que o do Thomas Morey.
Talvez
o maior amadurecimento (2 anos) tenha feito a diferença.
Bacco
Ha, ja sei o que vou tomar esse fim de semana. Valeu pela dica, peste mor. Auguri.
ResponderExcluirDuvida entre Au Pied du Mont Chauve Les Chenevottes e o Maltroie....esse tipo de conflito de escolha que corroe minha saude mental.
Vinhos diferentes, mulher de sempre. PQP.
É soda.....
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