Apesar do otimismo e do esforço de Arrebola e seus seguidores,
para promover o vinho e seu consumo, o panorama vinícola do Brasil continua uma
piada.
A piada começa na própria America do Sul onde somente a Bolívia
bebe menos vinho do que o Brasil.
Onde está o erro?
Qual o problema?
O que fazer?
O coro dos produtores é uníssono em apontar os "culpados":
O governo e os altos impostos.
Pode até ser verdade, mas nossos produtores de quase-vinho,
quando defendem a redução dos altos impostos, como forma de aumentar o ridículo
consumo de vinho no Brasil, esquecem, ou melhor, omitem algumas informações.
O vinho é taxado em 55%
até chegar ao consumidor?
Sim!
Mas o pobre consumidor, também, não paga 56% para tomar cerveja e
82% para encher a cara com cachaça?
Sim!
Como explicar, então, a enorme diferença entre o consumo de
vinho (1,7 litro/ano per capita), o da cachaça (11 litros/ano) e o da cerveja
(61 litros/ano)?
Não sei qual a justificativa encontrada pelos dos defensores
do vinho nacional, mas certamente não será a o de sua baixa qualidade e do
preço irreal.
Minha opinião: enquanto produzirem 80% de vinho com uvas
"americanas", cobrarem preço insultuosos, insistirem na propaganda
fajuta e a lenga-lenga de sempre, o vinho no Brasil será consumido apenas por
uma ínfima fatia da sociedade e a grande massa da população continuará bebendo
cerveja e cachaça apesar dos, também, altos impostos.
Enquanto nossos sommeliers, que por sinal somente ministram
cursos com vinhos importados (porque será?), formadores de opinião, críticos, revistas,
blogueiros etc. encherem a bola de vinhos ridículos o panorama continuará
negro.
Das "31 jóias
raras e caras", apontadas por Guilherme Rodrigues, não há
nenhuma que deixe de estuprar o bolso do enófilo nacional.
Uma última observação: Na matéria anterior afirmei que apenas
possuidores de paladar de epóxi poderiam considerar os vinhos tormentosos, do "pavonesco"
Dani-dos-mil-nomes, como excelentes.
Não é possível, então, que o coro seja uníssono e que todos os
elogiem.
Qual o segredo?
Ode está o pulo do gatuno?
Simples..... Nas garrafas degustadas pelos críticos o vinho não
é aquele das garrafas comuns, as garrafas que chegam ao consumidor.
Bebi todos os vinhos do pavão e nenhum ultrapassou a soleira
da mediocridade.
Os vinhos foram comprados anonimamente e nas garrafas havia a
realidade do "Atelier Tormentas".
Nas garrafas endereçadas aos críticos, divulgadores, imprensa,
etc., certamente a realidade não é a mesma
e fala com sotaque francês.
Enquanto isso o nosso pavão, com seu new-look , agora na
versão BMW, nos enche de ternura
Dionísio
E aí, vale a pena?
ResponderExcluirCollina San Ponzio Barolo 2012, por um valor estupendo: apenas R$179,90 cada garrafa na caixa com 6 ou R$199,90 a unidade.
O vinho nasceu nas colinas de La Morra, comuna no norte da Barolo DOCG, em Piemonte.
Ali, a família de Pietro Balocco, fundador da propriedade, cultiva Nebbiolo há mais de 100 anos.
Se vc lembrar que uma garrafa de "Bueno La Valletta" custas R$ 230, o San Ponzio está de graça.
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