Percorrendo a estrada, ladeada por vinhas de Chardonnay, que
de Puligny vai até Chassagne é fácil perceber como poucos metros poder causar sutis
diferenças entre uma denominação e outra.
Fechei a matéria anterior comentando alguns vinhos degustados
na vinícola de Thomas Morey, mas deixei de relatar minhas impressões sobre seu “Vide Bourse”.
Quem olhar com atenção o mapa dos vinhedos de Chassagne-Montrachet
perceberá que o “Dents
de Chien” margeia o Grand Cru “Montrachet” enquanto o “Vide Bourse” confina com o “Bâtard-Montrachet”.
Pouco mais de 300 metros dividem as duas denominações, mas a mágica
diversidade do solo doa aos dois vinhos importantes diferenças.
O “Dents
de Chien”, com um intenso aroma floral e nítidas sensações de mel,
é uma festa para o olfato.
Na boca começa quase opulento,
atinge um final incrivelmente longo e a opulência inicial vai dando espaço para
a avelã tostada.
O “Vide Bourse” é um festival
de cítricos.
Há de tudo: Limão siciliano, laranja, grapefruit ....
Na boca a pera e o damasco são dominantes, mas não apagam a
pimenta que triunfa num final de rara persistência.
Grande vinho!
Dois ótimos vinhos com preços bem razoáveis, quando e se
comparados aos seus famosos primos e vizinhos “Montrachet” (mínimo 250 Euros) e “Bâtard-Montrachet
(mínimo 110 Euros)
Já reservei 6 garrafas de “Vide Bourse” para o próximo ano.
Grande Bacco! Uma vez mais parabéns pelo texto!
ResponderExcluirE aproveitando o ensejo e dentro desse tema dos "vinhos raros" (como denominou o outro EDUARDO), estou lendo "Reflections of a wine merchant" do Neal I. Rosenthal e em um dos capítulos iniciais ele trata com tanto entusiasmo e saudosismo de um vinho italiano que resolvi perguntar se vocês conhecem. É o Chambave Rouge, da uva gros viens que, segundo o autor, é um vinho das regiões mais altas do Vale D'Aosta e que ele sequer sabe se ainda é produzido. Diz que no início da década de 80 teria tomado as safras 61, 71, 74 e 78 do produtor Ezio Voyat. Ainda segundo o autor, tal produtor não conseguiu repetir a qualidade de tais safras, mas o vinho nunca saiu de sua memória e até hoje ele (o autor), teria uma garrafa do 61.
Vocês conhecem essa denominação? Chegaram a experimentar algum vinho do Ezio? Atualmente, existe algum produtor que consiga bons resultados para esse vinho ou para a cepa gros viens nos arredores do Mont Blanc?
Desde já agradeço.
Eduardo (aquele do Freisa da Vajra)
Eduardo, leia a matéria sobre o Chambave
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