Esta matéria poderia exibir outros cabeçalhos: “Os chineses estão chegando”, “Os brasileiros compram tudo o que veem”,
“Os russos esvaziam as adegas da França
e Itália” e.... por aí vai.
Na região vinícola de Bordeaux os chineses parecem brasileiros
em Miami: Compram, compram, compram e já são proprietários de meia dúzia de
grandes e formosas vinícolas.
O última propriedade, com seus 65 hectares de vinhas, que
passou para mãos chinesas, foi o “Château de la Riviere”.
O chinês não poderá, todavia, provar o vinho de suas futuras colheitas:
O helicóptero, que o proprietário anterior, James Gregoire, havia
disponibilizado para sobrevoar os vinhedos do château, caiu e não deixou
sobreviventes (francês incluso).
O fenômeno “comprador”, apesar de existente, não é importante
nem preocupa a Borgonha.
Milhares de pequenas propriedades familiares, sem grande
potencial econômico, com produção limitada em poucos milhares de garrafas, além
de preços elevados, não animaram, ainda, compradores orientais.
Apenas o Château de Gevrey-Chambertin foi recentemente vendido
para os chineses.
O negócio causou
comoção e revolta na região.
Acredito piamente que o tsunami amarelo se acalmará em poucos
anos e a Côte-Dor continuará sendo paradigma de terroir.
Creio ter contribuído com a sequência de matérias para ajudar,
quem nos segue, a ter uma ideia mais clara de terroir e não acreditar que, por
(mau)exemplo, o Lote 43 da Miolo seja um vinho de “terroir”.
O Lote 43, onde a indústria gaúcha jura produzir as uvas que
utiliza na vinificação do vinho homônimo (será?), quando muito, pode ser
considerado um “terror”.
Há outro “terrores” no sul do Brasil, aliás o território gaúcho,
com seus Chalise, Cantina da Serra, Mioranza, Chapinha, Sangue de Boi etc.
deveria contratar o Freddy Krugger como garoto propaganda de seus quase vinhos.
Não poderia terminar, esta série de matérias, sem comentar as
etiquetas que comprei em minha última viagem pela Borgonha.
Bienvenues-Bâtard-Montrachet Grand Cru 2011
Jean-Claude-Bachelet:
Dourado com reflexos esverdeados. Aroma complexo de flores,
manteiga (não exagerada) e avelãs tostadas.
Na boca opulento, aveludado,
elegante.
Grande estrutura
Grandíssimo Chardonnay que melhorará ainda mais com o passar
dos anos.
Euro 85
Blanchot-Dessus Premier Cru 2011 Jean Claude Bachelet:
O que dizer deste vinho? Que é um dos melhores brancos que já
bebi?
Que sua elegância, é ímpar?
O Blanchot-Dessus dos Bachelet e difícil de descrever, pois o
enófilo pode cair no ridículo e se tornar um Gladston (lembram do salame,
presunto cru, cavalo suado etc.?) pois é, o Blanchot deve ser bebido apenas pensando
que os 40 Euro, que custou, foram poucos e bem
gastos. O Blanchot Dessus de Bachelet entra na
minha seleção de “IMPERDÍVEIS”
Criots-Bâtard-Montrachet
Grand Cru 2010 Blondeau-Danne
Vinho sofisticado, complexo, com grande estrutura e incrível
persistência na boca. O Criots é um vinho raro, soberbo e deve ser bebido com
respeito e coração.
Excelente!
Melhor custo-qualidade-benefício do ano: Euro 85
Na próxima semana: “O Anti-Terroir”
Bocca
E de pensar que aqui no Brasil tem vinho bem mais caro que estes que você cita. É uma brincadeira. Ótima a série Terroir. É para o pessoal saber que não é só fazer um cercadinho, produzir umas uvas lá dentro, um vinho mais ou menos a partir delas, dar um nome chamativo e sair dizendo que é vinho de terroir.
ResponderExcluirSalu2,
Jean
Jean, como disse, no sul confundem terroir com TERROR
ResponderExcluirBacco,
ResponderExcluirestou planejando uma viagem para a Europa com a minha mãe no final de julho. temos uns quatro dias livres, queria saber se você vai estar por lá. não consigo me decidir se passo esse tempo no Lago Como, em Veneza, na riviera lígure ou nas cidadezinhas do Piemonte...
Eduardo , os únicos meses que "fugio" da Itália são julho e agosto. Calor , , mar de turistas, preços altos=fuga. Se você gosta de multidão ,Veneza e Riviera. See gosta de vinho , Piemonte, Lago de Como ?
ResponderExcluirDeixa pra depois....
Faltou um "G" o correto é: FUGGIO
ExcluirFrances e bom de maketing
ResponderExcluirMelhor que produtor brasileiro?
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