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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

O ALTO PIEMONTE

 


Demorou, mas até Carlo Petrini, fundador e presidente da “Slow Food”, percebeu que as colinas das “Langhe”, pátria, entre outros grandes vinhos, do Barolo e Barbaresco, um dos territórios vinícolas mais prestigiosos e importantes do planeta, foram de tal forma endeusadas e badaladas que o preço do hectare, de vinhas, Nebbiolo, ultrapassou a soleira do bom senso e se aproxima da loucura.



As terras dos Barbaresco e Barolo sofreram, nas últimas décadas, um agressivo assalto da especulação.

Investidores, que nunca tiveram algum contato com a viticultura, foram atraídos pelo glamour do vinho e das colinas das “Langhe”.

Dispostos a gastar “montanhas” de $$$$$, os novos “Gaja”, seduziram corações e carteiras, conseguindo, assim, comprar tradicionais vinícolas como a Vietti, Serafino, Coppo, Borgogno, Saffirio, Gagliardo etc.)



Resultado? O valor dos vinhedos alcançou a estratosfera

 A exagerada valorização, das terras, aumentou o prurido nas mãos e bolsos dos jovens viticultores que já não hesitam em vender suas ricas vinhas e dar um adeus (banana, seria mais apropriado....) à secular herança vinícola.



 Os novos empresários, do vinho, sem nenhum compromisso com a enologia local, tradições, cultura e costumes do território, querem apenas brilhar e faturar alto no charmoso mundo vinícola.

 As Langhe estão caminhando, a largos passos, para se transformarem em uma nova Bordeaux.



Para dar uma ideia, da incrível especulação, bastaria lembrar que, atualmente, um hectare de vinhas, “Nebbiolo da Barolo”, pode tranquilamente custar hiperbólicos e insanos quatro milhões de Euros.

 É bom lembrar que, nos anos 1970, o mesmíssimo hectare, poderia ser adquirido por 4/5 milhões das velhas Liras, valor que corresponde a atuais 2.000/2.500 Euros.



O mais incrível e que nas confinantes vinhas do “Monferrato” e “Roero” o preço do hectare vale dezenas de vezes menos.

Carlo Petrini, todavia, escondeu e camuflou, o quanto ele contribuiu, com seus eventos, feiras, propaganda, investimentos, lojas, etc. para a glamourizar Alba e arredores até transformá-la em uma das regiões vinícolas mais badaladas e caras do planeta.

Resultado?



Até eu, que visitava as Alba quatro, cinco, ou até mais vezes por ano, transferi minhas atenções para os vizinhos Monferrato e Alto Piemonte onde ainda é possível comer, beber e dormir, muito bem, por muito, mas muito menos.

Gosta de vinho produzido com uvas Nebbiolo?



No Alto Piemonte, ótimos vinhos como o Carema, Fara, Ghemme, Lessona, Gattinara, Boca, Bramaterra, sem a mesma complexidade e estrutura do Barolo, mas que possuem grande elegância, refinados, harmônicos, de acidez bem integrada e mais fáceis de beber, podem ser encontrados, ainda, por 12/30 Euros.



Em minha última passagem, pela região comprei algumas garrafas de Gattinara por 15 Euros e mais outras, de Ghemme, por 16 Euros.

Mas é bom se apressar...... Os predadores já descobriram o campo fértil (e barato) do Alto Piemonte e iniciaram a “inva$ão”.

Aldo Conterno comprou, em Gattinara, a tradicional vinícola Nervi.

 Paolo De Marchi (Isole Olena Cepparello) abriu as portas da “Proprietà Sperino” em Lessona.

Resultado?



Gattinara Docg 2019 - Nervi (Conterno)

59,00 €
Tasse incluse

O “Gattinara Nervi”, que custava 15/20 Euros, hoje ostentando, na etiqueta, o nome “Gattinara Nervi Conterno” só entrega sua rolha por salgados 50/160 Euros.




€ 140,00 € 126,00-10 %Prezzo minimo ultimi 30 giorni

O Lessona “Proprietà Sperino” é vendido por nada razoáveis 60/80 Euros, mas você pode alegrar suas papilas, com o ótimo e até melhor, Lessona da “Tenute Sella” por 22/26 Euros.

Para não corre o risco de ser sodomizado, brutalmente, o melhor KY ainda é o de encontrar novos caminhos e descobrir, por exemplo, o Carema da “Cantina Produttori di Nebbiolo di Carema” (15,90 Euros), ou o “Carema Riserva” (21,90 Euros).




15.90 

Beber bem é preciso, ser assaltado pelos predadores é idiotice.

Bacco

     

11 comentários:

  1. Pior do que ver alguns produtores multiplicando os preços, é saber que tem muito enotonto seguindo comprando, ao invés de tentar outras alternativas... Falando em Nebbiolo, vc conhece os vinhos da Arpepe, uma vinícola situada mais ao leste, no norte da Lombardia? Tomei o Rosso di Valtellina, o vinho de entrada, e achei sensacional, bate muito Barbaresco de rótulos tradicionais..

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  2. Não conheço os vinhos da Arpepe, mas sei que na Valtellina há ótimos Nebbiolo, que na região assume o nome "Chiavennasca"

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    1. Adoro rosso di valtelina. Bom, barato, delicioso.

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    2. Peguei uma única garrafa na black friday e me arrependi. Me arrependi de ter comprado uma só. Deveria ter levado de caixa.

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    3. Barolo, Barbaresco, Bordeaux, Bento Goncalves, Brasilia, Biboca do Pinhal....vinho para tonto. Perdao aos nativos das regions citadas, mas ha centenas de outras regioes no Mundo com vinhos iguais ou melhores e muito mais acessiveis. Que se lasquem, os predadores. Vao atras de arabe brega, chines do politburo ou de politico em Brasilia; aqui nao.

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  3. Perguntei à Inteligência artificial se os vinhos Brasileiros são bons, essa foi sua resposta:

    Os vinhos brasileiros têm ganhado reconhecimento internacional por sua qualidade e diversidade. Aqui estão alguns pontos fortes:

    *Regiões produtoras*

    1. *Vale do São Francisco (BA)*: Conhecido por vinhos de clima quente, como Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot.
    2. *Vale dos Vinhedos (RS)*: Produz vinhos de alta qualidade, especialmente Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay.
    3. *Campanha Gaúcha (RS)*: Destaca-se por vinhos tintos, como Merlot e Tannat.
    4. *Serra Gaúcha (RS)*: Produz vinhos de clima frio, como Chardonnay e Pinot Noir.

    *Variedades recomendadas*

    1. *Merlot*: Suave e frutado.
    2. *Cabernet Sauvignon*: Intenso e complexo.
    3. *Chardonnay*: Fresco e mineral.
    4. *Tannat*: Robusto e tânico.
    5. *Syrah*: Frutado e especiado.

    *Marcas brasileiras renomadas*

    1. *Adega Cooperativa Garibaldi*: Uma das maiores e mais antigas do país.
    2. *Vinícola Salton*: Conhecida por vinhos de qualidade e acessíveis.
    3. *Vinícola Miolo*: Produz vinhos premium.
    4. *Vinícola Lidio Carraro*: Destaca-se por vinhos inovadores.
    5. *Vinícola Guerra*: Produz vinhos orgânicos.

    *Prêmios e reconhecimentos*

    1. *Concurso Internacional de Vinhos* (Paris, 2019): Brasil ganhou 22 medalhas.
    2. *Guia Vinhos do Brasil* (2020): 150 vinhos brasileiros receberam 3 estrelas.
    3. *Robert Parker*: Vários vinhos brasileiros receberam notas acima de 90 pontos.

    *Preços*

    1. Acessíveis: R$ 20-R$ 50.
    2. Médios: R$ 50-R$ 100.
    3. Premium: R$ 100-R$ 250.

    Os vinhos brasileiros oferecem excelente custo-benefício. Experimente e descubra suas marcas e estilos favoritos!

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    1. sai mais barato pagar US$ 20 por mês pelo acesso ao ChatGPT ou ao Grok do que molhar a mão dos nossos isentos blogueiros e jornalistas. se os quase-viticultores gaúchos descobrem isso, vai ter um monte de influenciadores na fila da sopa...

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  4. A inteligência artificial, consultada, era "Made in Maranhão"?

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  5. Tá aí o que você queria...

    https://www.miolo.com.br/espumante-miolo-under-the-sea-750ml

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    1. Olá, anônimo!

      Aqui fala o connoisseur. Estou inquieto e ansioso, fui convidado para um jantar em 2 semanas em que se abrirá um under the sea. Será um jantar harmonizado com 4 garrafas de vinho nacional: abre com um banco da Valduga, servirão de tinto o potente Tannat da Pizzato (louco pra provar!) e também o prestigiado Paralelo 31 do Galvão Bueno (um blend que esta dando o que falar). O Gran finale será com a sobremesa: eclair de creme de frutas vermelhas com MIOLO Under the Sea. Não foi barato, mas sei que valerá cada centavo!
      Tim Tim!

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