Santa Margherita não é procurada pelos turistas por ser um
paraíso gastronômico.
Endereço eminentemente turístico e de fama mundial (a Ligúria, em 2023, recebeu mais de 17 milhões de turistas), não revela endereços estrelados, locais requintados, sofisticados, com cozinhas inventivas ou de altíssima qualidade.
Os restaurantes locais oferecem aquela meia dúzia de manjados
pratos da culinária regional e que podem ser encontrados em todos os
restaurantes desde Ventimiglia até Bocca di Magra (veja no google maps).
Trofie al Pesto (massa
com molho de manjericão), Fritto Misto (fritura de peixe), Spaghetti alle
Vongole, Peixe à Lígure, Pansotti in Salsa di Noci (massa recheada com verduras
e molho de nozes), Coniglio alla Ligure (coelho à moda lígure) etc.
Pratos simples, fáceis de preparar, mas sempre muito bem
cobrados......Comer, em Santa Margherita, não é barato.
Nos meses invernais muitos locais fecham as portas e somente
reabrem quando a temperatura mais amena anuncia o início da primavera e a volta
dos turistas.
Há sempre e ainda bem, alguns restaurantes e bares que permanecem de plantão para atender os moradores e os raros turista dos finais de semana.
Após anos de experiências, nem sempre agradáveis, enxuguei
minha lista de restaurante e hoje frequento apenas aquela meia dúzia que atende
minhas modestas “exigências”: Boa cozinha, preços justos e proprietários
sorridentes.
Se alguém estiver se perguntando qual a importância dos “proprietários
sorridentes” e fácil perceber que
o questionador nunca esteve na Ligúria…. Os lígures são de uma gentileza e alegria comparáveis as
de um rottweiler faminto.
Almoçar ou jantar, “vigiado” pelos olhares de um rottweiler lígure,
é uma experiência nada agradável.
Emilio, proprietário do “Santa Lucia”, restaurante localizado na orla mais badalada da
cidade, foge à regra e sempre recebe os clientes com um discreto, mas
permanente e sincero sorriso.
O sorriso é importante, mas a cozinha de ótima qualidade e os preços praticados, são os motivos que fizeram eleger o “Santa Lucia” um dos meus três restaurantes prediletos da cidade.
Março é o mês em que as alcachofras “invadem” as mesas
italianas para a alegria dos apreciadores da espinhosa (nem sempre.) hortaliça
e eu sou um deles.
Emilio nem pergunta: Uma bela salada
de alcachofras cruas, pequenas lulas ao molho de alcachofras, grissini pão, uma
taça de vinho, agua com gás = 20 Euros.
Valor inimaginável para o turista que resolve almoçar ou
jantar em Santa Margherita, mas a minha “fidelidade” e presença constante, amolecem
até os mais duros corações lígures......
A taça, que Emilio propõe e serve, é quase sempre a de um
vinho local: Pigato,
Albarola, Bianchetta Genovese, Vermentino....
Semana passada, como de costume, Emilio me ofereceu o vinho,
eu provei e...... “Que vinho você me serviu?
Emilio, quase apavorado, esbugalhou os olhos e balbuciou: “É um Vermentino
da Laura Ascheri....Você não gostou? ”
Respondi que havia gostado e gostado muito, mas vamos voltar
ao passado.
Bebi inúmeras garrafas de Pigato, da mesma vinícola, mas, o
Vermentino é uma casta que não nunca me empolgou (a não ser a da Sardenha), sendo
assim, nem lembrava se e quando o havia bebido alguma vez.
Interessante e belo vinho que merece a próxima matéria.
Bacco
‘Toscana brasileira’: conheça o lugar que conta com uma rota incrível de vinhos, azeites e queijos
ResponderExcluirhttps://www.estadao.com.br/paladar/radar/toscana-brasileira-conheca-o-lugar-que-conta-com-uma-rota-incrivel-de-vinhos-azeites-e-queijos/
Comparar a Serra da Mantiqueira com a Toscana é claro indicio que o jornalista não conhece a região italiana nem no Google maps
ExcluirJá conhecia a opinião do Bacco sobre os vermentinos.
ResponderExcluirEstive recentemente na Ligúria - suas dicas certeiras sobre a região são frequentes aqui - e tomei vermentinos locais que apreciei muito.
Na única ocasião que ousei pedir o vermentino de Gallura, pude conhecer a “gentileza” lígure. Então optei por mais um belo vermentino local.
De curiosidade procurei aqui e o tal restaurante fechou em 2020. https://brasiliaempresas.stgnews.com.br/limoncello-encerra-operacao-na-asa-sul/
ResponderExcluirComo é o serviço de vinho na Itália, temperatura certa? Brancos, espumantes saem de adega ou refrigeradores? A taça parece estar na temperatura de tinto
ResponderExcluirInteressante perguntar se nos restaurante italianos os vinhos são servidos na temperatura certa, mas tudo bem...... É sempre bom lembrar que a taça foi fotografada em começo de março. Março é mês invernal e a temperatura , em Santa Margherita, não ultrpassa os 13º/15º
ResponderExcluirOi amigos, aqui fala o tagarela. Peço desculpas pelo assunto off topic, mas acabo de chegar na Argentina e achei em um mercado o famosinho (No BR) DV Catena a R$36, este mesmo vinho no Brasil custa R$230. Realmente a margem dessas importadoras está um completo absurdo. Tenha em mente que o mercadinho que vende a R$36 não vende a preço de custo e que a Mistral, pelo volume, deve comprar mais barato que ele. Pra pensar...
ResponderExcluirTagarecha, obviamente estao perdidos com inflacao. Se pierden la referencia en precios, tche.
ExcluirNão é o caso, esses produtos são dolarizados, em peso realmente se perde a referência, em dolar não. Coloquei em R$ mas convertendo do US$.
ExcluirSó enotonto compra vinhos na Mistral. Se não é a importadora de maior margem de lucro, com certeza está no top 3. E quando ela bota os vinhos brancos de safras mais antigas na promoção, eles vão seguir caríssimos e além disso, oxidados.
ResponderExcluirConcordo, perfeito!
ExcluirQuanto pagaria num Ch. Musar branco, por exemplo?
ResponderExcluirAí você está falando de um grande, raro e longevo branco. Obviamente, os 760 pedidos pela Mistral não é barato. Mas trata-se de um vinhaço.
Excluirde qual safra?
ExcluirAs mesmas 700,00 janjas que só um IMBECIL pagaria num Sauvignon Blanc Chileno da MiscraU:
Excluirhttps://www.mistral.com.br/p/vinho/amayna-cordon-huinca-sauvignon-blanc-2023-garces-silva-family-vineyards-amayna-boya
Acho que 2016, Bacco. Pós falecimento do velho Hochar.
Excluir10
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