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sábado, 6 de janeiro de 2024

O ESTOURO

 


Finalmente e ainda bem, as festas de final de ano já são apenas lembranças.

 O último panettone, vinho, bacalhau, peru, chester, tender, farofa, pavê etc. já foram consumidos e digeridos, os quase sempre inúteis presentes já trocados nas lojas repletas de outros impacientes “trocadores”, a televisão já embalou com naftalina os manjados e piegas filmes bíblicos e natalinos, os “obrigatórios” sorrisos “monalisicos” e os olhares celestiais desapareceram das faces das pessoas .....  É o Brasil voltando à inexorável e nem sempre angelical normalidade.


As festividades são rapidamente esquecidas, mas ainda é preciso suportar o balanço, sempre otimista, de prefeitos, governadores e políticos que, invariavelmente, classificam os eventos como: “grande sucesso”.

Os fogos de Copacabana, a mais badalada festividade de final do ano, fizeram a felicidade de milhões de celulares cariocas, paulistas, mineiros, paranaenses, goianos etc. que, durante os longos 12 minutos de fogos de artifícios, eternizaram incontáveis bocas “cu de galinha”, bundas arrebitadas, peitos marmóreos, lábios carnudos, sorrisos branqueados..... todos rigorosamente “fakes”


Graças ao policiamento ostensivo (3.000 policiais kkkk), dois milhões de turistas, felizmente, não foram assaltados, roubados, estuprados, nas areias da mais famosa praia do Rio de Janeiro, mas a trégua “natalina” acabou e a bandidagem deverá voltar a operar normalmente já a partir desta semana.



Sempre tive a curiosidade, mas nunca descobri, onde milhões de pessoas, que se aglomeram no último dia do ano, na praia de Copacabana, fazem suas necessidades fisiológicas.

Se o banheiro for o mar, ao alvorecer do dia 1º de dezembro, Iemanjá, ao sair das águas, não ostentará o tradicional traje azul celeste, mas uma roupa cor “feijoada completa”.


Festas, promessas, quase nunca levadas a sério, almoços e jantares pantagruélicos, fogos de artifícios, excesso de álcool, brindes com borbulhantes garrafas de espumante etc., como em todos os anos, no dia 2 de janeiro já são o passado quase remoto: É o Brasil voltando gradativamente ao normal.

Falei em espumante?



Pois é, o espumante é o vinho que mais simboliza datas importantes e festivas, aniversários, casamentos, finais de ano etc. e nada mais alegre do que abrir a garrafa provocando o inconfundível “estouro”.

O estouro é entusiasmante, mas cuidado com a euforia e ….os olhos.


Sim, acredite se puder e quiser: 34 pessoas, na Itália, tiveram graves lesões na vista ao serem atingidas por uma rolha na hora de abrir uma garrafa de espumante.

Um estudo revelou que a pressão, de uma garrafa de espumante, pode ser até três vezes superior ao de um comum pneumático de carro (a pressão na garrafa pode alcançar 6 Bar = 87 Libras) e que a rolha sai da garrafa a uma velocidade de 80 km horários e pode percorrer uma distância de até 13 metros.

O estudo continua informando que a rolha pode atingir o olho em menos de 0,05 segundos o que inviabiliza até um simples piscar.



As consequências possíveis, de um trauma como este, podem chegar à cegueira permanente, descolamento da retina, do cristalino e outros danos importantes.

Para controlar os riscos são necessários alguns cuidados.

1º) Resfriar bem a garrafa (10º é o ideal). O resfriamento diminui a pressão e a rolha perde velocidade.

2º) Nunca agitar a garrafa.

3º) Desarrolhar a garrafa longe das pessoas e sempre em um ângulo de 45º.

4º) Se encontrar dificuldade em extrair a rolha, não se acanhe em segurá-la firmemente com um guardanapo de tecido, rodar delicadamente a garrafa até o afrouxamento da cortiça.


Mais um conselho: Evite definitivamente o “Sabrage”.

O “Sabrage” é espetáculo circense, de 5ª categoria, em que a garrafa de espumante e “degolada” com um golpe seco de sabre.

Conta a lenda que os soldados napoleônicos costumavam festejar as vitorias abrindo as garrafas de Champagne utilizando seus sabres (daí “sabrage”).



A mesma lenda revela que o mesmo acontecia antes das batalhas para doar mais coragem aos combatentes.

Hoje o “sabrage” é uma palhaçada que muitos sommeliers realizam para impressionar os enófilos principiantes e ignaros.

É uma tremenda bobagem que pode ser realizada até com uma tampa de panela ou escumadeira basta, para isso, ter o cuidado de resfriar bem a garrafa, segurá-la em inclinação de 45º e aplicar um golpe curto e seco.

Dois “sabrages” veja:

 https://www.youtube.com/watch?v=GJzfo1Y07QU&list=UUk-Tx8y5To6EFjtTpeayWeQ&index=5

https://www.youtube.com/watch?v=YWnm1Evrnus&list=UUk-Tx8y5To6EFjtTpeayWeQ&index=9

Esqueça a palhaçada e abra o espumante normalmente e ...Cin Cin

Dionísio

 

 

2 comentários:

  1. Quando criança era obrigado a passar o ano novo em Copacabana. O evento da época era a patética "cascata" do hotel Meridien (onde atualmente funciona um Hilton com padrão de qualidade Ibis). A cascata durava 15 segundos e depois levávamos 3h pra voltar pra casa - que não era longe. O trânsito em Copacabana após o ano novo só se compara aqueles filmes apocalípticos em que todos tentam fugir da cidade ao mesmo tempo. É puro caos. Não anda. No último ano de obrigação dessa via crucis, tentei me aventurar na praia, na época não existia celular e a marginalidade era bem menor, mas tomei tanto banho de Sidra Cereser que nunca mais. Ainda resido no RJ, mas não vou a Copacabana no ano novo nem que me paguem.

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