Obrigado, Dionísio….
Herdei um belo pepino,
mas a assunto é bastante interessante e merece ser aprofundado.
O anônimo tem razão quando comenta: “21 Euros num espumante não é brincadeira não…”, mas exagera quando determina “....Deve estar à altura de Champagne” e quando continua:
Anônimo27
de outubro de 2023 às 12:03
Sim, mas
dificilmente trocaria a qualidade de um Champagne mais básico (talvez em torno
de 23 euros, não tenho certeza) por um espumante. Vamos aguardar o comentário
sobre o Cosumano 700, seria ótimo surpreender, mente aberta sempre
Sorte, dos espumantes brasileiros, não existirem muitos críticos
“mente aberta
sempre” como nosso querido
“anônimo” que “dificilmente trocaria
a qualidade de um Champagne mais básico (talvez em torno de 23 euros, não tenho
certeza) por um espumante”....
Se surgirem mais “mente aberta
sempre” a maior parte dos
“espumantistas-predadores” nacionais deverá perder dentes, garras, desfaçatez e
criar vergonha para, finalmente, fornecer, ao mercado brasileiro, garrafas potáveis
por preços abaixo de R$100.
Feita a premissa vamos ao que interessa.
Para definir o que é um “Champagne básico” é preciso informar
que na região “Champagne” há mais de 4.700 engarrafadores, mas pouco mais de
300 deles produzem vinho de boa qualidade.
Não é necessário grande esforço para concluir, então, que a
palavra “Champagne”, nem
sempre ou automaticamente é sinônimo de qualidade, assim, abaixo de 30 Euros,
salvo em promoções especiais, é muito difícil encontrar garrafas de alto ou até
bom nível.
Vamos aos custos.
Para produzir uma garrafa de Champagne são necessários 1,2/1,5
kg de uva.
1 quilo de uva custa, na região, entre 4 e 6,5 Euros
É fácil calcular, então, que somente de matéria prima, para
produzir uma garrafa de Champagne, são necessários, grosso modo, 7 Euros.
Até vinho se transformar em “Champagne” são necessários, no
mínimo, 15 meses (ou muitos anos) o que representa um tempo nada desprezível de
capital imobilizado.
Não podemos esquecer,
por fim, a garrafa, rolha, gaiola, etiqueta e caixa de papelão da embalagem
final.
Analisando os custos elencados é fácil concluir que: mesmo uma
garrafa de Champagne “mais básica” custa, ao viticultor, 12/15 Euros.
Se juntarmos transporte, taxas, impostos, lucro do revendedor
etc., parece ser quase impossível encontrar, nas prateleiras das enotecas e supermercados, algo interessante custando 23 Euros.
Alguns Champagne “médios”
que podem ser levados para casa por 28/30 Euros: “Nicolas Feuillatte Rèserve Exclusive Brut”, “Jacquart Brut
Mosaique”, “Heidsieck Monopole”, “Tsarine Cuvèe Premium” etc.
Gastando um pouco mais (33/36 Euros) podemos encontrar o “Drappier Carte D’Or”,
“Gosset Extra Brut”, “Lanson Black Label Brut”, “Ayala Brut Majeur”, “Paul Bara
Brut Reserve” etc.
Acima destes valores.....
O “Gout de Diamants” é o limite.
Voltemos ao “Cusumano 700” e ao espumantes italianos.
As mais conhecidas e reconhecidas regiões italianas,
produtoras de espumantes são a “Franciacorta” e a “Trento Doc”.
Com a nova moda-mania do “espumante-sempre”, foi fácil para o
mercado italiano se dedicar de corpo, alma, pouco ou nenhum escrúpulo, à
produção de “bolhas” em todo os cantos e com todas as uvas possíveis e inimagináveis
(há espumante até de Susumaniello....)
Resultado: Um mar de deploráveis espumantes (Prosecco em 1º
lugar) e algumas boas e ótimas revelações.
Os espumantes da Alta Langa, Sicília e Alto Adige estão entre
as boas revelações.
Em 2022, na Itália, foram produzidas e vendidas, pasmem, 978 milhões
de garrafas de espumante.
Não é necessário ser um
gênio para perceber que aconteceu e está acontecendo uma verdadeira “corrida às
bolhas de ouro” e todos querem “garimpar” no novo borbulhante Klondike
italiano.
Se o leitor for um atento enófilo perceberá que todos os
maiores e mais badalados produtores italianos já apresentam, em seu “cardápio-vinícola”,
pelo menos um espumante.
Antinori, Fontanafredda, Banfi, Frescobaldi, Coppo, La Scolca,
Travaglini, Bolla, Ceretto, etc., quase todos os grandes produtores vendem
espumantes, mas nem sempre os produzem.
Há dezenas de empresas especializadas na produção de espumantes
que abastecem pequenas, médias e até grandes vinícolas, com garrafas de todos
os níveis de qualidade.
É possível escolher qualquer
etiqueta, qualquer uva, o método de vinificação e a quantidade.
Este é o mundo dos espumantes terceirizado que produz garrafas
de 4/15 (ou mais, até) Euros.
Pagou? Pode estourar a rolha.
No próximo capítulo: Preços e qualidade dos espumante
italianos e dos incomparáveis Champagne
Bacco
Não da p negar, um dos marketings mais bem feitos no mundo do vinho é o de Champagne, passar régua alta na qualidade foi mesmo um exagero meu. Excelente conteúdo Bacco e obrigado por ver relevância nos comentários. No aguardo da próxima matéria, comparações à Champagne quase sempre rendem pepino..
ResponderExcluirOlá amigos! Já que o tema é espumantes e champanhe, vou colocar as minhas recomendações de connoisseur, verdadeiras pérolas que tive o prazer de provar em prestigiadas vinícolas nacionais. Todos esses rótulos são respeitados na ABS: Pedras altas blanc de noir, Cave Geisse blanc de blanc, Estrelas do Brasil Brut, Viapiana Nature e Guatambu extra brut. Tim tim!
ResponderExcluirfritada de neurônios alcançada com êxito
ResponderExcluirEle voltou! 🤦🏻♂️🤦🏻♂️🤦🏻♂️
ExcluirCom o testemunho de sua passagem pelo purgatório
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