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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

CHAMPAGNE X ESPUMANTE

 


Obrigado, Dionísio….

 Herdei um belo pepino, mas a assunto é bastante interessante e merece ser aprofundado.

O anônimo tem razão quando comenta: “21 Euros num espumante não é brincadeira não…”, mas exagera quando determina “....Deve estar à altura de Champagne” e quando continua:

Anônimo27 de outubro de 2023 às 12:03

Sim, mas dificilmente trocaria a qualidade de um Champagne mais básico (talvez em torno de 23 euros, não tenho certeza) por um espumante. Vamos aguardar o comentário sobre o Cosumano 700, seria ótimo surpreender, mente aberta sempre

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Sorte, dos espumantes brasileiros, não existirem muitos críticos “mente aberta sempre” como nosso querido “anônimo” que “dificilmente trocaria a qualidade de um Champagne mais básico (talvez em torno de 23 euros, não tenho certeza) por um espumante”....



Se surgirem mais “mente aberta sempre” a maior parte dos “espumantistas-predadores” nacionais deverá perder dentes, garras, desfaçatez e criar vergonha para, finalmente, fornecer, ao mercado brasileiro, garrafas potáveis por preços abaixo de R$100.



Feita a premissa vamos ao que interessa.

Para definir o que é um “Champagne básico” é preciso informar que na região “Champagne” há mais de 4.700 engarrafadores, mas pouco mais de 300 deles produzem vinho de boa qualidade.

Não é necessário grande esforço para concluir, então, que a palavra “Champagne”, nem sempre ou automaticamente é sinônimo de qualidade, assim, abaixo de 30 Euros, salvo em promoções especiais, é muito difícil encontrar garrafas de alto ou até bom nível.



Vamos aos custos.

Para produzir uma garrafa de Champagne são necessários 1,2/1,5 kg de uva.

1 quilo de uva custa, na região, entre 4 e 6,5 Euros

É fácil calcular, então, que somente de matéria prima, para produzir uma garrafa de Champagne, são necessários, grosso modo, 7 Euros.

Até vinho se transformar em “Champagne” são necessários, no mínimo, 15 meses (ou muitos anos) o que representa um tempo nada desprezível de capital imobilizado.



 Não podemos esquecer, por fim, a garrafa, rolha, gaiola, etiqueta e caixa de papelão da embalagem final.

Analisando os custos elencados é fácil concluir que: mesmo uma garrafa de Champagne “mais básica” custa, ao viticultor, 12/15 Euros.

Se juntarmos transporte, taxas, impostos, lucro do revendedor etc., parece ser quase impossível encontrar, nas prateleiras das enotecas e supermercados, algo interessante custando 23 Euros.



 Alguns Champagne “médios” que podem ser levados para casa por 28/30 Euros: “Nicolas Feuillatte Rèserve Exclusive Brut”, “Jacquart Brut Mosaique”, “Heidsieck Monopole”, “Tsarine Cuvèe Premium” etc.



Gastando um pouco mais (33/36 Euros) podemos encontrar o “Drappier Carte D’Or”, “Gosset Extra Brut”, “Lanson Black Label Brut”, “Ayala Brut Majeur”, “Paul Bara Brut Reserve” etc.

 Acima destes valores..... O “Gout de Diamants” é o limite.



Voltemos ao “Cusumano 700” e ao espumantes italianos.

As mais conhecidas e reconhecidas regiões italianas, produtoras de espumantes são a “Franciacorta” e a “Trento Doc”.

Com a nova moda-mania do “espumante-sempre”, foi fácil para o mercado italiano se dedicar de corpo, alma, pouco ou nenhum escrúpulo, à produção de “bolhas” em todo os cantos e com todas as uvas possíveis e inimagináveis (há espumante até de Susumaniello....)





Resultado: Um mar de deploráveis espumantes (Prosecco em 1º lugar) e algumas boas e ótimas revelações.

Os espumantes da Alta Langa, Sicília e Alto Adige estão entre as boas revelações.

Em 2022, na Itália, foram produzidas e vendidas, pasmem, 978 milhões de garrafas de espumante.

 Não é necessário ser um gênio para perceber que aconteceu e está acontecendo uma verdadeira “corrida às bolhas de ouro” e todos querem “garimpar” no novo borbulhante Klondike italiano.



Se o leitor for um atento enófilo perceberá que todos os maiores e mais badalados produtores italianos já apresentam, em seu “cardápio-vinícola”, pelo menos um espumante.

Antinori, Fontanafredda, Banfi, Frescobaldi, Coppo, La Scolca, Travaglini, Bolla, Ceretto, etc., quase todos os grandes produtores vendem espumantes, mas nem sempre os produzem.



Há dezenas de empresas especializadas na produção de espumantes que abastecem pequenas, médias e até grandes vinícolas, com garrafas de todos os níveis de qualidade.

 É possível escolher qualquer etiqueta, qualquer uva, o método de vinificação e a quantidade.



Este é o mundo dos espumantes terceirizado que produz garrafas de 4/15 (ou mais, até) Euros.

Pagou? Pode estourar a rolha.



No próximo capítulo: Preços e qualidade dos espumante italianos e dos incomparáveis Champagne

Bacco

6 comentários:

  1. Não da p negar, um dos marketings mais bem feitos no mundo do vinho é o de Champagne, passar régua alta na qualidade foi mesmo um exagero meu. Excelente conteúdo Bacco e obrigado por ver relevância nos comentários. No aguardo da próxima matéria, comparações à Champagne quase sempre rendem pepino..

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  2. Olá amigos! Já que o tema é espumantes e champanhe, vou colocar as minhas recomendações de connoisseur, verdadeiras pérolas que tive o prazer de provar em prestigiadas vinícolas nacionais. Todos esses rótulos são respeitados na ABS: Pedras altas blanc de noir, Cave Geisse blanc de blanc, Estrelas do Brasil Brut, Viapiana Nature e Guatambu extra brut. Tim tim!

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  3. fritada de neurônios alcançada com êxito

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    Respostas
    1. Ele voltou! 🤦🏻‍♂️🤦🏻‍♂️🤦🏻‍♂️

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    2. Com o testemunho de sua passagem pelo purgatório

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    3. 🤣🤣🤣🤣🤣

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