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domingo, 19 de novembro de 2023

CHAMPAGNE X ESPUMANTE 2

 



No mundo dos vinhos e vinhas há algumas denominações que, apesar de serem imitadas em todas as partes do planeta, conseguem permanecer sempre um degrau acima das incontáveis imitações.



Alguém já bebeu algo melhor do que um grande Porto ou Madeira?

Você já provou um Nebbiolo superior ao Barolo ou Barbaresco?

Há algum Chardonnay comparável aos fantásticos Chassagne-Montrachet e Puligny-Montrachet?



Notícia de Pinot Noir melhores do que os da Côte de Nuits?

São apenas alguns exemplos da famosa expressão francesa “TERROIR”.

Terroir, que a maior parte dos influencers, sommelier, críticos, jornalistas e eno-picaretas brasileiros, juram que signifique “terreno”, na língua francesa, mas na realidade é algo muito mais complexo.



 “Terroir”, termo mais complexo e completo que os franceses “inventaram”, é perfeito para determinar o que separa as imitações das grandes denominações que mencionei.

O “terroir”, também e especialmente no Champagne, é fator determinante.

Antes de continuar devo confessar (pela centésima vez) que considero o Champagne o melhor e mais completo vinho do mundo.


 Uma frase, do meu amigo Massimo Martinelli, resume tudo o que eu poderia dizer: “Quando você chega em casa cansado, depois de uma noitada de muita comida e muita bebida, mas ainda “precisa” de um copo para relaxar antes de dormir, qual a melhor opção? As mágicas e insuperáveis bolhas de uma taça de Champagne …”

Muitos, em todos os cantos do planeta, produzem espumantes, mas mesmo após séculos e séculos o Champagne continua dominando taças, mentes e....bolsos.

Minhas limitações geográficas não permitem que discorra sobre todos os espumantes que existem, mas, como pretendi, desde o começo, desejo escrever e tecer algumas comparações entre o Champagne e os espumantes italianos.



As mais importantes denominações italianas, de espumantes, são:

       Prosecco = 700 milhões de unidades

       Asti= 103 milhões

       Franciacorta = 20 milhões

       Trento Doc    = 15 milhões.

O meu comentário, de hoje, se limitará ao Franciacorta e Trento DOC que, em minha opinião, são os territórios mais importantes e representativos das bolhas peninsulares

As vinhas da Franciacorta se estendem por 2.902 hectares localizados em 19 municípios da Lombardia e a denominação abriga 121 vinícolas consorciadas.



A “Trento DOC” espalha seus vinhedos em 800 hectares e seus espumantes são produzidos em 66 vinícolas.

Números que empalidecem quando e se comparados aos da Champagne:   Em seus 24.000 hectares de vinhas “trabalham” mais de 16.000 viticultores que produzem nada insignificantes 325 milhões de garrafas.

As principais diferenças, entre os espumantes italianos, Franciacorta, Trento DOC e o francês Champagne, podem ser resumidas em uma única palavra: Terroir.

“Terroir”, como já alertei, não pode ser considerado apenas “terreno”.

 O terroir representa um conjunto de fatores: Clima, solo, variedades de uvas, tradições e cultura.



O “terroir” determina, também, o perfil dos “Vins Clairs” da Champagne.

Na Champagne, o “Vins Clairs” (vinhos base) possuem uma elevadíssima acidez e, não por acaso, muitos produtores recorrem à malolática para diminui-la.

A alta acidez, depois de muitos anos de afinamento “sur lies”, doa ao Champagne grande complexidade e um frescor quase cortante, duas de suas inimitáveis características.

A história, também, é importante no “terroir” das três denominações.



Franciacorta e Trento Doc emergem no século XX enquanto a cultura espumantística do Champagne nasce no século XVII.

 Alguns séculos acumulando preciosos patrimônios de experiências, conhecimentos, técnicas e que foram transmitidos de geração em geração, são mais algumas importantes diferenças entre as denominações.



Finalmente há o clima, a composição do terreno, mas não quero alongar, ainda mais, a matéria…

Continua.

10 comentários:

  1. Espumantes levam porrada da armazenagem ate o transporte ate o consumidor final. Raramente chegam em condições apresentáveis ou perto do que eram quando sairam da vinicola. O cidadao compra um champagne qualquer por Cz$ 800 esperando ouvir trompetes dos anjos, mas so escuta uns lamentos do capeta (no caso, a sogra que tem uma sede alcoolica da molestia).

    Tenho dito.
    Janjao Botelho.

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    1. Nem diga. Veuve Clicquot em festinha de casamento sairia melhor como caldo de pickles.

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    2. Pura verdade que não se aplica apenas a espumantes ou champagne. Tintos também chegam neste país tropical quase sempre longe de sua qualidade máxima.

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    3. Os preços, em compensação.......

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    4. Não imaginava que a diferença de sabor seria tão afetada assim. Parece algo semelhante à uma pizza comida na pizzaria e outra entregue em casa

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    5. Quem já teve oportunidade de tomar um bom vinho na vinicola e o mesmo vinho no BR sabe a diferença. É grande. O transporte, armazenagem, procedimentos de alfândega etc submetem o vinho a mudanças de temperatura que interferem na vedação da rolha e permite microoxinegacao. Isso sem falar no calor Brasileiro e em problemas menores (luz, vibração, etc). Imagine um vinho que depois disso tudo ainda ficou 1 ano ou 2 guardado por aí. É complicado.

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  2. Janjão Botelho? Desde a antiga revista MAD não escutava falar

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    1. Janjao Botelho, Jacques Rebostais e as irmas Pitulho moldaram e definiram meu modo de ser e de agir.

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    2. Nossa!!! Que legal!!!

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