Em anos, não tão distantes, os aeroportos eram estruturas
quase espartanas, onde nos dirigíamos apenas para embarcar ou recepcionar amigos,
familiares, colegas etc.
Uma exceção: Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde muitas
famílias, sorridentes e felizes, todos os domingos acompanhavam, durante horas,
aterrissagens e decolagens.
Alguns bares, restaurantes, bancas de jornais e nada mais, eram
os únicos comércios que poderíamos encontrar nos saguões dos antigos
aeroportos.
Os tempos mudaram e os aeroportos, também...
Hoje os aeroportos são verdadeiros shoppings, onde mais da
metade da área interna é ocupada por centenas de comércios, onde perfumarias,
restaurantes, bares, lojas de grifes famosas, souvenir, bebidas, alimentares,
cafés, artigos esportivos etc. etc. disputam bravamente os cartões dos abonados
e abobados viajantes.
Os menos afortunados aguardam seus voos nos corredores, sentadinhos, quando encontram
finalmente uma poltrona vaga e bebericando chope de R$ 25 (preço que
paguei, mês passado, no aeroporto de Guarulhos).
Os mais sortudos e abonados podem ser vistos enchendo a cara e
a pança nas famosa e exclusivas, mas nem tanto, “Salas VIP”.
Exclusivas, “ma non troppo”, as “VIP”, já são acessíveis aos
viajantes das classes executivas, portadores de cartões “premium” das
companhias aéreas e para todos os que se dispõem a pagar algo entre R$ 150/200.
Em minha recente viagem internacional, tive a oportunidade de
retornar à sala “Vip Latam" do aeroporto de Guarulhos.
Moderna, espaçosa, bem decorada, moveis confortáveis e de
bom gosto, banheiros limpíssimos, a sala “VIP Latam”, do aeroporto de Guarulhos,
recebe muito bem os viajantes.
Comidas frias e quentes, pães, frutas, doces, café, chá, refrigerantes,
vinhos, espumantes, cervejas, whisky etc.,
são verdadeiras e irresistíveis tentações onde o faminto e sedento viajor pode
“matar” a fome e a sede até conseguir, caso assim deseje, uma indigestão por
excesso de comida ou bebida (ninguém fiscaliza a quantidade).
A qualidade?
Não se deve esperar pratos estrelados “Michelin”, mas a
qualidade da comida é muito superior à da maioria dos patéticos restaurantes de
Brasília.
A grande desilusão, como sempre, é a seleção dos
vinhos.
Tem-se a impressão que o sommelier, encarregado da seleção, é
um sádico de carteirinha: Nunca vi tantos “vinhos-tremendas-bostas”
reunidos em um só local.
Vinhos chilenos, tintos e brancos, de 3ª categoria e, horror
dos horrores.....“Chandon Réserve Brut” única
opção de espumante.
Nesse ponto é preciso respirar fundo, esquecer as garrafas
chilenas meia-boca e dedicar algumas linhas ao ridículo espumante “Chandon Réserve Brut”.
Antes de iniciar minha crítica, ao espumante “Chandon Réserve Brut”, uma pergunta:
Como o grupo LVMH, que detém marcas de altíssimo nível e prestigio,
entre elas, Château D’Yquem, Ruinart, Dom Perignon, Krug, Hennessy, Domaine de Lambrays,
Glenmorangie, etc. etc. etc. etc., permite que a filial brasileira produza um
espumante tão deplorável e ridículo?
Já na escolha do método “Charmat”, usado na vinificação,
o “Chandon Réserve Brut” se parece com um
simples, banal e barato Prosecco.
A semelhança continua na total falta de qualidade
e na quase improbabilidade de beber uma segunda taça e a total impossibilidade de
uma terceira.
O “Chandon Réserve Brut” não apresenta aroma, sabor, perlage, finesse,
persistência ou qualquer outra característica, própria, de um bom espumante.
O “Chandon Réserve Brut”, amorfo e sem caráter, custa R$ 110/120.
Uma garrafa do bom “Trento DOC Ferrari Brut” é encontrada, nos supermercados e enotecas
italianas, por Euros 14/17 (R$ 75/90)
O Cagon (ops) Chandon Réserve Brut é um belo exemplo da limitada qualidade
e dos preços excessivos dos espumantes “Made in Brasil”.
Há algo
pior do que o “Chandon Reserve Brut”?
Sim, o imbebível argentino Chandon Garden Spritz
Dionísio
Chandon nacional é fraquinho mesmo, mas por aqui vejo a R$80, achei caro o preço indicado (não que valha a pena por R$80). Quanto às salas not-so-VIP, são a coisa mais sem padrão do mundo. Já peguei salas VIP impecáveis e salas VIP horrorosas. Não há o mínimo de critério.
ResponderExcluirE pessoe entra na VIP em Heathrow da classe executive e parece uma saída de jogo entre CRB e CSA. Es sales VIP nos USA e Canada parecem terminal do Tietê. Dificil escrever em linguagem neutre. Cacete.
ExcluirQuem dera as outras salas VIP brasileiras (como as da Ambaar) tivessem Chandon. Lá á seleção é BEEEEM mais fraca que essa da TAM
Excluirusei a sala VIP da American Express em Guarulhos e gostei. ampla, organizada, calma.
ResponderExcluirinfelizmente, a seleção de vinhos é de nível semelhante à da sala VIP da Latam, então preferi tomar um coquetel, a menos pior das alternativas disponíveis.
Zé
Chandon Reserve Brut é tomar e aguardar aquela boa dor de cabeça que só se resolve com 3 neosaldinas.. que horror..
ResponderExcluirBacco & amigos, vocês acharam que nossas vinícolas iriam parar no "2o melhor espumante do mundo"? Iriam parar nos quase-vinhos tintos? No caso do trabalho análogo a escravidão? Apresento-lhes a mais recente "inovação": Vinhos envelhecidos em madeira Brasileira. Para que barricas de carvalho francês quando se pode envelhecer com chips de jequitiba ou castanheira?! https://youtu.be/mZUseWWGcf4?feature=shared
ResponderExcluirInacreditável! Quer saber? Não há esperança. É um verdadeiro tsunami de picaretas e picaretagens
ExcluirNão seria melhor os produtores brasileiros pararem de inventar moda, investirem na qualidade e cobrarem preços mais reais em seus vinhos?
ExcluirPerca a esperança. Os produtores já tem a justificativa de sempre na ponta da língua, “elevada carga tributária.. blah,blah”. E acredito tb que o investimento em qualidade na produção de vinhos no Brasil não conserta terroir ordinário
ExcluirConcordo que o terroir não permitirá grandes vinhos, entretanto, é possível fazer algo "ok", escolhendo a uva certa, o estágio certo em madeira, e principalmente o preço justo. Um vinho pro dia a dia, por que não? O problema que nossos produtores se acham franceses na qualidade e no preço, mas não são nem chilenos ou sul-africanos, imagine franceses...
ExcluirA tá! E qual é o valor médio desse vinho “ok” com preço justo que descreve?
ResponderExcluirSalton Classic, Pérgola, Mioranza, Miolo Seleção, Almaden, Chalise...todos TREMENDAS BOSTAS.
Excluir51 moluscos
ExcluirConsiderando as vantagens de se vender dentro do próprio país (logística, regras tributárias, incentivos, benesses etc.) penso que poderiam oferecer vinhos decentes a R$50. Só que não vai acontecer. É porcaria a R$50 ou vinhos medianos a R$150. Por isso tomam surra dos Chilenos e Argentinos dentro de casa. Até porcarias Australianas que vem do outro lado do mundo competem e vencem aqui. Uma vergonha.
ExcluirNem com criatividade de Walt Disney o vinho brasileiro vai me convencer. Cobrar por miolo seleção o equivalente em reais ao que é cobrado um petit Chablis (12 euros), eu encerro o assunto.O link prometido de uma pesquisa simplória de 6 segundos pelo Google: www.le-bourguignon.fr
ExcluirSeja criativo, pois já estou com link de Chablis 2020 por 14,7 Euros e kit Borgonha 3 vinhos por 49,8 Euros. Ou seja, o europeu desfruta de um vinho “ok” - CHABLIS, BOURGOGNE ROUGE por equivalente 80,5 reais a garrafa.
ResponderExcluirSeja realista. É óbvio que eles conseguem vinhos melhores e mais baratos lá. Além de ganharem mais que a gente. Mas não dá para comparar desta forma. Se ao menos os vinhos brasileiros tivessem preços razoáveis, o consumo seria estimulado e a tendência seria baratear. O problema é que os produtores daqui têm olho grande e acham que produzem vinhos bordaleses.
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