No verão 2021 um mar de vinhos rosés inundou bares e
restaurantes do velho continente.
A moda dos rosados, aos poucos, foi abrindo caminho e hoje as
etiquetas “cor de rosa” já são presença obrigatória em todas as cartas de vinho.
O rosé é sinônimo de informalidade, alegria, juventude.
Nos espumante rosés, a
informalidade, alegria e juventude cedem espaço para a elegância, sofisticação
e fascínio.
Que há de mais elegante, sofisticado e fascinante do que uma
taça de Champagne “Billecart Salmon Rosé”?
Minha “queda” pelo Billecart Salmon Rosé é antiga, notória, mas
hoje quero apresentar vinhos de até 20 Euros, acessíveis aos bolsos de todos os
enófilos e que podem ser encontrados em qualquer enoteca da Itália (quando a
Europa reabrir as portas aos turistas brasileiros).
A primeira sugestão é um rosé siciliano, mais precisamente um “ETNA DOC”.
Para quem ainda não está familiarizado, com as denominações
italianas, informo que a “ DOC ETNA” foi
a primeira da Sicília (1968), se localiza nas encostas do homônimo vulcão e suas
castas predominantes são as tintas Nerello
Mascalese, Nerello Cappuccio e a branca Carricante.
O Etna está se transformando no novo “Eldorado Vinícola ” dos barões-predadores
italianos que aos poucos estão abandonando a Maremma e seus “AIAS” (Solaia,
Sassicaia, Ornellaia etc.).
Os vinhos caros e afrancesados, de Bolgheri e vizinhança, são atualmente
apreciados e consumidos apenas pelos turistas abonados-abobados que não sabem
beber e querem apenas ostentar o poder de seus cartões.
Gaja, Allegrini, Banfi, Zenato, Berlucchi, Zonin etc. já
perceberam que a Maremma é bananeira que já deu cacho e quem ganhou, ganhou,
quem não ganhou….se ferrou.
Os industriais do vinho
estão lançando seus tentáculos sobre todas as vinhas que encontram nas encostas
do vulcão siciliano e …salve-se quem puder.
É bem provável que em poucos anos os vinhos da região ostentem
preços brasileiros e se tornem inviáveis aos comuns e mortais enófilos.
Mas, por enquanto e ainda bem, é possível beber os ótimos
“Etna” sem violentar o cartão....
No “Nanin”, meu restaurante preferido
em Chiavari, nunca peço o vinho e sempre delego a tarefa ao Marco, chef e proprietário
do local.
Marco, que além de
competente cozinheiro é um grande conhecedor de vinhos (seria interessante
presenciar um debate de Marco e alguns de nossos olímpicos sommerdiers.
Massacre total........ ) não erra uma e sempre me surpreende com suas
“descobertas”
O prato: “Acciughe al Verde” (Anchovas em Salsa Verde) pedia um vinho fresco, mas com boa estrutura, persistente e nada banal.
“Prove este rosé”
Marco abriu uma garrafa de “Etna
Rosato” da vinícola Murgo,
abasteceu minha taça e..... “Prove! ”
Bebi um gole e...... Enxuguei meia garrafa.
O Etna Rosato Murgo se apresenta cor rosada com alguns reflexos avermelhados,
revela aromas de frutas onde é claramente perceptível o morango e na boca
esbanja elegância, boa estrutura e longo final.
Rosé surpreendente, que não “sumiu” ao encontrar as “Acciughe al Verde” e
deixou claro que pode ser degustado como aperitivo ou acompanhar perfeitamente
massas e risotti de peixes ou frutos do mar ou
“Etna Rosato” Murgo, vinificado com Nerello Mascalese (90%) e
Nerello Cappuccio (10%) custa, em média, 10/12 Euros.
Recomendo com entusiasmo
Bacco
A série continua com mais rosés
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