Há alguns anos as confrarias se multiplicavam, rápida e
exageradamente, em todos os cantos do país.
Os encontros semanais,
quinzenais ou mensais, eram, com muita frequência, “desculpas”, subterfúgios, escapadas,
de amigos enófilos para se reunirem e encherem a cara.
Para desespero das mulheres (esposas, namoradas, noivas etc.),
nas datas fatídicas, os “caras metades” armados de garrafas mil, se dirigiam
aos endereços do encontro para retornarem, horas depois, quase sempre de porre.
Para amenizar o sofrimento feminino era muito comum que no
último encontro do ano fosse permitido ao “sexo frágil” participar da
derradeira confraria.
Machismo etílico….
O entusiasmo “confraria” arrefeceu um pouco, mas continua vivo.
As confrarias no Brasil não podem ser comparadas, nem de longe,
às europeias.
Os encontros, dos confrades,
acontecem, no máximo, 4/6 vezes ao ano e não há notícias de bebedeira em
nenhuma ocasião.
Escolhi, ao acaso, a “Confraternita della Vite e del Vino”, do
Veneto-Friuli-Venezia Giulia, para ilustrar e demonstrar a enorme diferença
entre a nossa confraria e as da Europa.
A “Cofraternita della Vite e del Vino”, que
foi fundada em 1969, é administrada por um Grão-Mestre, um Chanceler, um Camareiro
(administrador dos bens e das finanças da confraria), um “Castaldo”
(responsável para operar na esfera judiciaria) e um Mestre de Cerimônia.
No estatuto é possível ler e tomar conhecimento dos escopos da
confraria:
1). Honrar a vitivinicultura e a arte da cozinha especialmente
do Véneto do Friuli e da Venezia Giulia.
2). Desenvolver a amizade entre os confrades
3). Estabelecer relacionamentos com associações que possuam
análogos objetivos
Os confrades ,40 atualmente, se reúnem, pelo menos, três vezes
ao ano ocasião em que são previstas visitas à vinícolas regionais, nacionais,
ou de outros países, visando agregar conhecimentos e promover intercâmbios
enológicos.
Por este pequeno relato é fácil perceber que as confrarias, no
Brasil, em nada se assemelham às europeias.
Agora, o Mea Culpa….
Há alguns anos, quando as confrarias eram a coqueluche dos
enófilos brasilienses, eu, cedendo aos encorajamentos de alguns amigos,
organizei uma delas.
Os membros (uma dúzia), todos funcionários públicos e
políticos do Distrito Federal, desde a primeira reunião, promoveram uma silenciosa,
velada e predatória competição: Era preciso apresentar a etiqueta mais badalada, mais cara e melhor
pontuada pelos gurus de sempre.
Uma verdadeira fogueira de vaidade.
Depois da primeira reunião, mais ou menos organizada, um
tsunami de idiotices sem nexo determinou a escolha do vinho.
Merlot competindo, com Cabernet Sauvignon, Barolo, Puligny-Montrachet,
Hermitage, Brunello di Montalcino, Amarone, Condrieu .... Suruba total.
O final era sempre o mesmo: O excesso de álcool não permitia
que se pudesse distinguir um Amarone de um Merlot.
Frequentei a “minha confraria” por três vezes e a abandonei.
Com muito orgulho confesso que nunca mais frequentei, nem sob tortura,
outra confraria.
Alguns poucos amigos, duas ou três garrafas da mesma casta ou
denominação, pratos bem pensados e elaborados…. A melhor maneira de se apreciar
bom vinho.
Bacco
Maconaria dentro de confraria na quinta (tema: degustacan ludica de vinhos feitos com o metodo de poda invertida da DOC Arceburgo). Clube de swing (com as secretarias posando de "esposas") na sexta. Reuniao de pais e mestres (todos juntos mais uma vez) no sabado na escola.
ResponderExcluirMinha definicao de inferno. Um deles.
Prosecco Salton: minha definição de inferno....um deles
ResponderExcluirFulvia do Marco de mil nomes: minha definição de inferno.
ResponderExcluirConfraria é tudo isso e muito mais. Tem de tudo: bebedores de pontos (Parker, WS, Suckling, Atkin, etc.), fanáticos por rótulos caros, especialistas em suco de madeira, sabichões do vivino, espertinhos que só levam tranqueiras, interesseiros, puxa-sacos de plantão, defensores de vinhos nacionais que sempre colocam os Pinots brazucas no meio dos Montrachet, Gevrey-Chambertin, Nuits Saint Georges, cretinos sempre fora do tema e tem aqueles que competem com a própria sombra e ainda querem que você concorde que o dele é sempre o melhor vinho. Finalmente, tem os inconformados que levam para o lado pessoal a derrota pelo último lugar de seu vinho...aliás, faltou incluir aquele que fica procurando o vinho que levou para dar o primeiro lugar...em resumo, confrarias são o terreno fértil para enochatos fúteis de todo tipo.
ResponderExcluirhuahuahuahuahuahuahua. Boa
ExcluirPerfeito e assino embaixo
ExcluirQuanta gente infeliz aqui. Dá dó. E o Toledinho, sonhando a vida inteira com as utópicas secretárias nórdicas, inspiradoras de seu onanismo.
ResponderExcluirBoa idéia...
ResponderExcluirVou criar uma confraria "Vinho e Onan" você será o Sommelier
Gostei da ideia. Mas sugiro "Vinho e Conan". Ai eu posso entrar com meu espadão. Que você acha?
ExcluirEspadão? Você está usando binóculo quando urina?
ResponderExcluirhahahaha... Lupa. Daquelas grandonas. Mas eu esqueci de dizer que espadão é após o cialis. Antes é um canivetinho de nada.
Excluir