De Monteriggioni até Certaldo os pouco mais de 30 km podem ser
percorridos, com calma e apreciando a belíssima Val D’Elsa,
em menos de meia hora.
Antes de retornar a Santa Margherita e ainda ignaro dos
ataques e problemas da corona vírus, resolvi visitar mais esta belíssima aldeia
relegada a um terceiro ou quarto plano pelo turismo de massa.
O motivo mais forte?
Certaldo é o berço
de Giovanni Boccaccio.
Alighieri, Boccaccio e Petrarca foram os três mais emblemáticos pilares da
literatura italiana e nada mais importante, na minha viagem Toscana, do que “viver”
o Decameron em suas origens.
O Decameron é uma coletânea de cem contos que três rapazes e
sete moças se dispõem a narrar no período de dez dias.
O “Decameron”, filmado por Pier Paolo Pasolini em 1970, é
imperdível.
Certaldo parece ter dormido quase 1.000 anos para, de repente,
acordar sem que nada tenha mudado: todas suas características medievais estão
perfeitamente conservadas.
Depois de percorrer a sinuosa e estreita estradinha, que
escala uma íngreme colina, cruzar o imponente portão principal e ingressar em
Certaldo, tem-se a nítida impressão de estar revivendo o século XIII e não
causaria espanto algum encontrar os certaldesi (habitantes da aldeia)
percorrendo os becos e ruelas da cidade vestindo roupas medievais.
O tempo, como costuma acontecer nas antigas aldeias toscanas, parece incapaz de se mover e ciumento deseja conservar, para sempre, tamanha beleza.
Além de percorrer, calmamente, as poucas e misteriosas ruas da
aldeia é preciso visitar a “casa-museu”, onde Boccaccio nasceu e viveu até sua
morte, a igreja dos santos Michele e Jacopo,
onde está sepulto o escritor, e o “Palazzo
Pretorio”.
Não há muitos endereços para beber ou comer em Certaldo, mas a
limitação de escolhas não diminui o charme dos poucos endereços.
Indicações? Nenhuma e todas.....
Curta e descubra por conta própria.
Bacco
li o Decameron entre abril e maio desse ano, aproveitando a pandemia de 2020 para ler sobre a de 1348.
ResponderExcluira leitura é longa, mas tranquila e maravilhosa. chamar de obra-prima parece pouco...