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terça-feira, 9 de abril de 2019

LISBOA I


A TAP melhorou; aposentou os “14 Bis” que voavam para a Brasil e os substituiu por aviões mais modernos, silenciosos e confortáveis.

O serviço de bordo, todavia, continua o mesmo: Apressado e quase sufocante

Os atendentes, minutos após a decolagem e em frenético toque de caixa, começam o serviço dos aperitivos,

Poucos minutos depois, antes mesmo que se possa terminar a taça de espumante, servem o jantar e não deixam dúvidas que querem acabar rapidamente com o serviço, apagar as luzes e.…Boa noite.

A carta de vinhos, em mais um acerto da TAP, melhorou consideravelmente.

Ainda mastigando o último pedaço, de uma sofrível pescada ao forno, um comissário se aproximou e perguntou se desejava chá, café, vinho do Porto ou um digestivo.

 
Com o guardanapo tampando a boca, na tentativa de evitar que pedaços de pescada fossem parar na cara do rapaz, respondi que aceitaria, sim, um cálice de “Moscatel de Setúbal” da garrafa que vira ao lado do vinho do Porto.

A generosa dose deixou claro que aquela seria, também, a última.

Sempre achei que os portugueses são excelentes produtores de vinhos, mas não sabem vendê-los.

Porto, Madeira e Verde são vinhos que em suas categorias não tem rivais no mundo, mas, excluindo os dois primeiros, quem conhece o Vinho Verde, Colares, Rabigato, Encruzado e muitíssimos outros?

E a lista não para por aí: Há uma enorme variedade de vinhos, produzidos com castas autóctones, praticamente desconhecidos.

O “Moscatel de Setúbal”, que nada deve a outros grandes e renomados vinhos de sobremesa (prefiro bebê-lo sem nada comer) é um ilustre desconhecido na Itália, França, Alemanha etc.
 

O “Moscatel de Setúbal Casa Ermelinda Freitas”, servido pela TAP é um grande vinho.

Sua cor âmbar, perfumes incríveis e complexos, ótima persistência na boca e com um longuíssimo final, que lembra a laranja amarga, me obrigou a importunar o comissário que com cara de enfado me serviu mais uma taça.

No aeroporto de Lisboa, mais uma surpresa: O “Moscatel Casa Ermelinda Freitas” custa pouco mais de 7 Euros.

Prevenir é melhor que remediar......comprei 6 garrafas.
 
 
Viva os vinhos portugueses!

Bacco

3 comentários:

  1. Pois, pois, Bacco. Os vinhos portugueses que cita são excelentes. O Moscatel de Setúbal tem um preço inexplicavelmente agradável, como o próprio vinho. O Roxo, melhor ainda. Aos outros que citou (entre eles o belo e exótico Colares, como aquele de Viúva Gomes) eu adicionaria os ótimos brancos feitos com a Sercial na Bairrada e os fresquíssimos Arinto. Portugal deve se orgulhar de suas castas. No entanto, também lá tem a turma que gosta das uvas francesas. Uma heresia para quem tem tanta riqueza em castas autóctones.
    Salu2,
    Jean

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  2. Meu conhecimento de vinhos portugueses é muito limitado. Agradeço sua colaboração ao mencionar mais duas castas. Uvas francesas em Portugal? Palhaçada

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    Respostas
    1. Bons vinhos portugueses e baratos na origem custam caro na ex colonia. Em relacao a serem maus vendedores...discordo; Sao grosseiros, ignorantes, preguiçosos, picaretas, espantam a freguesia mesmo. Mas nao maus vendedores e promotores dos produtos deles.

      Auguri, Bstrd.

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