Na disputa, sul-americana, o chileno “Cousiño Macul” me
pareceu superior ao “primo” argentino “Lágrima Canela” e comentei, o fato, na
matéria de 10 de setembro.
Na mesma matéria, prometera descrever algo sobre a última
garrafa que abri no almoço de domingo: “Corton-Charlemagne”
Algumas informações sobre Aloxe-Corton.
Aloxe-Corton é uma minúscula vila da Côte de Beaune que se distingue,
de todas as irmãs da região, por duas interessantes particularidades: Possui
maior superfície de Grands Crus da Borgonha e é a única que produz um Grand Cru
branco e um Grand Cru tinto.
Esta era uma verdade até 2015, mas a partir desta data Chambolle-Musigny divide com Aloxe-Corton o
privilégio de possuir, também, um Grand Cru tinto e um branco.
Poucos Chardonnay podem ser comparados ao Corton-Charlemagne e, mesmo na
super-badalada Côte de Beaune, os rivais são raros.
O Montrachet, certamente, é um
O Criots-Bâtard-Montrachet, talvez
e........ Acabou minha lista.
Vinho extraordinário cuja produção total, de 300 mil garrafas
(média), é dividida entre 55 produtores/engarrafadores.
A garrafa de Corton-Charlemagne 2014, que
abri, foi adquirida diretamente do produtor, Maurice Chapuis.
A domaine de Maurice Chapuis se estende por 12 hectares e o
viticultor, de Aloxe-Corton, produz, aproximadamente, 4.000 garrafas de
Charlemagne por ano.
Apesar da boa qualidade, o Chardonnay, da “Cousiño Macul”,
quando comparado ao vinho da Borgonha,
desaparece.
É uma luta injusta.
Apesar da pouca idade (4 anos) o Corton-Charlemagne já apresentava
um excepcional equilíbrio, incrível mineralidade e grande finesse.
Nos aromas requintados e sutis pude perceber agrumes e
delicadas notas amanteigada.
Na boca muita elegância e um final interminável.
Grande vinho que confirma a supremacia dos Chardonnay da Côte
de Beaune sobre os primos de todos os cantos do mundo.
Um pequeno senão: Sou cliente antigo de Maurice Chapuis e
infelizmente acompanho a constante, mas “inexorável” elevação da sua tabela de
preços.
Nos últimos três anos o Corton-Charlemagne, de Chapuis, passou
de 60 para 70 Euros e não dá sinais de querer estacional no atual patamar.
Corton-Charlemagne, da Domaine Maurice
Chapuis, um grande vinho.
Bacco
P.S. Estou mais tranquilo.
Dionísio me informou que por 70 Euros, devo comprar um contêiner
de Charlemagne, pois um “Tempranillo Aberração de Tão Bom”, de Cocalzinho, é
vendido, para os eno-otários locais, por R$ 520.
Chegaram as garrafas do bom Cousiño Macul. Uma pergunta prática, Bacco: qual o segredo pra apreciar um bom vinho branco? Temperatura é essencial. Como gosto de aproveitar o vinho aos poucos, sem pressa, normalmente vemos ele esquentar rapidamente, principalmente no verão. Você serve um pouco mais gelado que os 10/12 graus recomendados? Ou tem outra dica?
ResponderExcluirVc tb pode comprar uma cinta térmica que envolve o vinho, é mais prático. É só deixar direto no congelador e tirar para usar. Se demorar muito para beber a garrafa compre duas! Com uma, acho que dá pra manter bem a temperatura por cerca de 1 hora.
ExcluirAbs,
Marcos
Não tem segredo. Temperatura 10/12 eu considero muito baixa e prefiro um pouco mais alta. Temperatura muito baixa "esconde" qualidades e principalmente defeitos. Deixe num balde de gelo e quando esfiar demais tire do balde. Lembre-se: O frio é um recurso para esconder defeitos. Você pode se espelhar na Coca Cola: só e bebível bem gelada , caso contrário.....
ResponderExcluirEssa dúvida sobre serviço me lembrou do sommerdier que me serviu esse final de semana em um restaurante de Salvador. Ao invés de resfriar meu vinho ele preferiu usar o decantador. Pra piorar a cada 5 minutos enchia minha taça em um nível muito maior que o aconselhável. Total desastre. Provavelmente esse deve ter algum blog sobre vinhos...
ResponderExcluirA mania de encher o copo é ridícula . O garçom faz isso para obrigar um maior consumo e , consequentemente, uma nova garrafa
ResponderExcluirProvei hoje o Cousino Macul. Que surpresa agradável!Aromas cítricos, de pão, frescor, elegância e amanteigado no ponto. Realmente vale muito mais do que custa.
ResponderExcluirDuvido que esse vinho nao de uma boa dor de cabeca. Tenta tomar uma garrafinha e se sobreviver, conta o como foi. Grata surpresa pelo preco, mas tem mais quimica ali que no laboratorio do breaking bad. Quem achar que comprou uva prensada, fermentada e engarrafada, esta no escuro. Nao tem miraculo. SDS.
ExcluirJoão, esse vinho foi indicação do Bacco e Acho que ele não recomendaria se fosse porcaria.
ResponderExcluirCada cabeça, uma sentença. Afinal, o Bacco é Bacco, não Júpiter. Ele tem o direito de gostar e o Rato direito de duvidar da qualidade do vinho. It's democracy!
ExcluirRespeito demais o Ratão mas a Cousino Macul tem mais de 100 anos de história. Claro que isso não garante nada (o próprio Bacco já contou que teve produtor no Piedmont admitindo que iria colocar água na safra mais atual de Barolo).
ResponderExcluirO que acho é que o Chile possui boas condições de terroir pra produzir um vinho de qualidade. Ao contrário de Cocalzinho...
Concordo com você, Vinicius! Alguns podem até ter reservas quanto aos vinhos chilenos, mas os caras não apenas têm tradição de terroir como conhecimento. E recentemente têm produzido vinhos mais interessantes (para o meu gosto). No caso da Cousino Macul, ela consegue manter a tradição, o que lhe dá respaldo.
Excluir[]s
Nao estou a defenestrar o tal vinho, somente que por opcao pessoal, nao profissional, jamais compraria, tomaria e degustaria como se fosse o mel dos reis. Tem valor interessante, como varios outros feitos em grande escala, mas longe de ser o vinho para ser escolhido e colocado no Space X e enviado comigo a Marte se uma garrafa for permitida por passageiro. SDS.
ExcluirHahaha. Boa, Ratão! Imaginando aqui minha viagem pra Marte na Space X com alguns crus e premier crus da borgonha.
ResponderExcluirEsse Ratão é um chato. Felizmente sumiu.
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