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sábado, 16 de julho de 2016

SANTA MARIA MAGGIORE




A rotina do retorno é sempre a mesma: Três ou quatro dias antes do embarque deixo a Ligúria, atravesso quase todo o Piemonte até alcançar Arona, a mais importante cidade piemontesa do Lago Maggiore.

Em Arona, mora meu velho e fiel amigo, Pietro.
 

Pietro, durante minha ausência, guarda, em sua garagem, o meu carro.
 
 

Arona é muito bonita, tranquila, mais próxima do aeroporto do que Milão e sem os problemas típicos das grades cidades: Arona é um paraíso quando comparada a Milão.

 
Nos dias que antecedem o vôo sempre percorro as vizinhas aldeias produtoras de grandes vinhos.

Boca, Fara, Ghemme, Lessona, Gattinara, Sizzano, sempre revelam novas e ótimas etiquetas.

A boa gastronomia, também, é um atrativo, mas ultimamente tenho sofrido alguns revezes.

O "Ori Pari" e a "Cinzianella" fecharam as portas, o "Pinocchio", da antiga estrela Michelin conserva apenas os preços salgados Nada de novo no front.
 

O calor úmido já estava incomodando.

 Sem pensar muito mais resolvi colocar o carro na estrada, rumei para os Alpes e fui almoçar no "Le Colonne", em Santa Maria Maggiore.

A linda Santa Maria Maggiore, localizada na Val Vigezzo, é uma aldeia alpina totalmente diferente e única.
 

Santa Maria Maggiore tem, como característica principal, não os costumeiros chalés de madeira, mas enormes casarões edificados em imensos jardins.

No passado a riqueza dos casarões deve ter destoado, de forma brutal, com a pobreza da Val Vigezzo.
 

Santa Maria Maggiore, também conhecida como a capital internacional dos limpadores de chaminés, era um centro recrutador de mão de obra barata para limpadores de chaminés.
 

Nos séculos passados as famílias pobres cediam muitos de seus filhos apenas para se livrarem de bocas para alimentar.

 
As crianças menores eram as mais procuradas pelos limpadores de chaminés: seu tamanho era ideal para descer facilmente pelas chaminés e não entalar (a humanidade é linda.....).

A miséria da Val Vigezzo parecia ainda maior quando comparada à opulência dos imensos casarões.

Santa Maria Maggiore nunca foi feudo dos Sarneys....... A miséria é coisa do passado e até a igreja se mancou.

 

Limpa, tranquila, diferente, Santa Maria Maggiore merece uma visita.

  Percorrer calmamente suas ruas, admirar seus palácios, tomar uma taça de vinho, em um dos dois bares da pracinha da igreja e, finalmente, almoçar ou jantar no "Le Colonne" são momentos e lembrança difíceis de esquecer.


Bacco

PS Próxima matéria: Le Colonne

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