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terça-feira, 9 de setembro de 2014

NÚMERO 1 OU 1.235.567.467.01?


Agora, ludibriar os consumidores oferecendo vinhos premiadíssimos, raríssimos, magnificentíssimos, superlativíssimos, exclusivíssimos, de pequeníssima produção e preços absurdíssimos, virou, definitivamente, “modissima” .
 

 

O embuste começou, se não erro, com o “famoso” Lote 43 da Miolo.

A Miolo inventou um vinho caríssimo alegando que era produzindo com uvas colhidas no lote 43.

O lote 43 foi doado, ao imigrante e patriarca da família, Giuseppe Miolo, quando de sua chegada ao Rio Grande do Sul.

Nunca pude entender muito bem por que o lote 43, repentinamente, passou a produzir uvas tão raras e tão caras que em estado líquido custam R$ 130.

O patriarca, lá do além, resolveu abençoar aquele rincão?

O departamento de marketing da Miolo e o enólogo francês Roland-Lero   se uniram e inventaram mais uma de suas muitas sacanagens?

Não sei, mas sei que a moda pegou e uma avalanche de eno-sacanagens invadiu o mercado nacional com preços que somente diretores da Petrobras podem gastar sem chorar.

Exemplos:

Pericó Icewine (200ml) - R$ 178,20
Cave Geisse Brut 1998 R$ 700,00

Miolo Semarias 2011 - R$ 295,00
Lídio Carraro Singular Nebbiolo R$ 258,70
Pizzato DNA 99 Single Vineyard Merlot R$ 251,60
Don Laurindo Gran Reserva 80 anos - R$ 240,00

A lista continua e se encerra, por enquanto, com o MERLOTONE, da vinícola Argenta-ria, que custa pornográficos R$ 290,00.

Eu disse por enquanto?

Pois é....... A Perini, aquela vinícola gaúcha que produz o pior Barbera que há na face da terra, resolveu entrar nos mercados dos “eno-babacas-nacionais” e lança sua eno- sacanagem: “PERINI Nº 1” por ínfimos R$ 190,00.

Aviso aos eno-babacas: Corram, corram, corram, pois a Perini produziu apenas 600 garrafas dessa preciosidade.

Aliás, “reduzidíssima quantidade produzida” é quase sempre a desculpa que os predadores gaúchos de vinho encontram para justificar os escandalosos preços.

Mais uma vez declaro que no Brasil não há controle algum e as vinícolas podem etiquetar 600, 6.000, 60.0000 ou quantas garrafas forem necessárias, sem serem molestadas por nenhum órgão controlador.
 

A exclusividade e não a qualidade, então, é a justificativa encontrada pelos eno-sacanas-gaúchos para cobrar preço altíssimos?

Que dizer, então, das reais 180 garrafas que Luciano Capellini produz, em Volastra, do fantástico “Vin de Gussa” e que vende por 22 Euros?
 

Que dizer, então das verdadeiras 280/300 garrafas de Criots-Bâtard Montrachet que Denis e Alexandra Blondeau-Danne produzem e vendem por 60 Euros?

Estou escrevendo sobre dois vinhos fantásticos, raros e que os clientes reservam com anos de antecedência.

A Perini, que nem sabe vinificar um Barbera decente, não parece ser confiável para produzir um espumante que custe R$ 190,00.

Se há inúmeros idiotas que ainda votam em Maluf, haverá 600, 6.000 ou 60.000 idiotas que se orgulharão em comprar um Nº 1 da Perini por R$ 190

Dionísio
 

OS. Aguardem o lançamento das 300 garrafas do premiadíssimo, exclusivíssimo, disputadíssimo, insuperabilíssimo, magnificentíssimo “Cantina da Serra Reserva Especial” por razoáveis R$ 175,87.


 

 

13 comentários:

  1. Saudades das criticas dos restaurantes de Brasilia.

    Acredito que estão com medo de encarar os restaurantes de Brasilia, e estão cozinhando em casa, se sim poderiam disponibilizar algumas receitas....

    Abraço

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    1. eu pensei a mesma coisa quando li isso...

      http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2014/09/09/interna_revista,1493/limoncello-ristorante.shtml

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    2. Criticar os restaurantes de Brasília é fácil: Com algumas raras exceções são todos uma ........
      Vamos disponibilizar algumas receitas que Bocca experimentou na Itália.

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  2. Continuo a receber emails ofertando o merlotone. 600 gfs que dao cria.

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    1. Vc vai receber até eles escoarem as 600.000 garrafas produzidas

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  3. mais lenha para a fogueira do patriotismo?

    http://oglobo.globo.com/blogs/enoteca/posts/2014/09/08/os-sete-de-setembro-uma-selecao-de-vinhos-brasileiros-de-dar-orgulho-548998.asp

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  4. e o que dizer desse aqui?
    http://oglobo.globo.com/blogs/enoteca/posts/2014/09/02/arqueologia-de-prateleiras-ou-loteria-que-achar-um-vinho-antigo-548147.asp#comments

    Don Giovanni 2002 (R$ 18,90)
    "Por isso, o aroma chegou a me fez lembrar de certos monumentos enológicos, como um belo Porto, pelas notas oxidativas, além de Barolo e Gevrey-Chambertin, e até evoquei um Château Cheval Blanc ao perceber o perfume delicado, cheio de nuances, pura sedução no aroma de flores secas, alcaçuz, terra, cogumelos, insinuações defumadas, compotas cítricas de laranja, um odor de natureza morta, umas tangerinas maduras tangenciando a boca."

    Ah, nada como um vinho com odor de natureza morta que faz lembrar de Porto a Borgonha, passando por Barolo e Cheval Blanc. Pura sedução.

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    1. Viram a foto da rolha destruída e da filtragem? Filtro Melitta. hahahaha.

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  5. Que é o asno? Mais um paladar de inox no mercado?

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    1. Asno? Desculpa, asno eh um animal util, e levemente inteligente.

      Esse jumento que escreve essas m (m de merda) nao merece meia sinapse minha.

      Lixo, completo lixo.

      Bastaria escrever que o vinho foi uma surpresa pela tempo, pela safra, oh que mundo bom. Mas nao, resolveu falar em ''notas oxidativas'', barolo, porto.

      Nota oxidativa = eufemismo para vinho quase morto de jornalista (com diproma???) suspeito de super faturar criticas.

      Lixo.

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    2. Calma, Joãozinho! Você está em uma idade de risco. Se continuar assim vai comprometer seu coraçãozinho. Deixa o cara escrever besteira, tomar vinho vencido e influenciar um monte de bobos a comprar vinho nacional de mais de 10 anos em prateleiras de supermercado.

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  6. A revista adega fez uma reportagem sobre as famosas 600 garrafas do merlotone. Opa! ainda tem. O mais interessante foi a descrição da produção do vinho: num casarão de 1931 onde redes foram adaptadas para desidratação das uvas, paredes duplas para desidratação, dispostas cacho a cacho por 43 dias... e segue! Pai do céu parece um manual de alguma coisa. Tipo assim perder a virgindade na década de 30.

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