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segunda-feira, 23 de junho de 2014

SEXTA FEIRA 13


 


Todas as sextas quando leio, no suplementodo Correio Braziliense, “Favas (mal) Contadas”, sempre assusto: As matérias da vetusta Liana me transportam imediatamente para as séries cinematográficas “Sexta Feira 13” ou “A Hora do Espanto”.

É inacreditável: Nos longos anos, de existência da coluna, nunca li algo que não fosse matéria elogiosa e “plantada” por donos de restaurantes, bares, vinícolas, importadoras etc.

A Liana é o maior exemplo de redundância jornalística.

Elogiar, para faturar, é preciso.....

Na última “Sexta Feira 13” a coluna, mais oportunista que nunca, entrevista a enóloga que criou o “Faces”.
 

Para quem não sabe e não bebeu (ainda bem), “Faces” é aquele quase vinho que a Carraro lançou aproveitando a a copa do mundo de futebol.

A matéria é cheia de pérolas.

Veja:

 Esta coluna não se cansa de lembrar: foi uma empresa familiar gaúcha, a Lidio Carraro, no estilo vinícola-boutique, com produção de apenas 300 mil garrafas/ano, quem desbancou a poderosa bodega chilena Concha Y Toro na escalação para produzir o vinho oficial do campeonato mundial. Lançado na Copa das Confederações, o tinto Faces (tem ainda branco e rosé) já correu o mundo. Antes mesmo de ser servido nos camarotes VIPs das arenas, vem sendo vendido na rede francesa Monoprix.

O vinho traduz a homenagem de sua criadora, a enóloga Mônica Rossetti (foto), de 30 anos, ao futebol. Ela buscou inspiração nos 11 jogadores que formam um time para elaborar com o mesmo número de castas o delicioso líquido 100% brasileiro.

 

1)           A Carraro não desbancou ninguém, apenas pagou mais do que a rival chilena.

2)         Produção de apenas 300.000 garrafas? Gian Alessandria produz 40.000 e não é “vinícola-boutique”

3)         Os coitados VIP são obrigados a beber o “Faces”? Maldade, pura maldade....

Depois da melosa introdução a nossa degustadora de “....delicioso líquido 100% brasileiro” entrevista a enóloga culpada pela elaboração do “Faces”
 

 

A pergunta: Como foi o processo de inspiração e seleção das 11 castas que entraram na elaboração do vinho da Copa?

A inspiração nasceu assistindo a uma partida de futebol com meu pai. Estávamos conversando sobre o desafio de elaborar um vinho tinto com o mesmo êxito que eu havia tido no corte do vinho branco, então no fim do jogo ele comentou: “Não te preocupas que amanhã Deus te abençoará na escalação do teu time”. Foi dessa indicação que eu pensei em escalar realmente um time de uvas em homenagem ao futebol. Para definir quais uvas escalar e em qual proporção, pensei em usar um esquema tático do futebol e fazer uma analogia entre as uvas e a função de cada jogador em campo. Então escolhi o 4-4-2, em que teríamos 2 uvas atacantes (Merlot e Cabernet Sauvignon), 4 no meio de campo, com a função de complexidade aromática e volume de boca (Tempranillo, Teroldego, Touriga Nacional e Pinot Noir), 4 na defesa com função de conferir corpo ao vinho (Tannat, Nebbiolo, Alicante Bouschet e Ancellotta) e um goleiro (Malbec), responsável pelo retrogosto.

 

A enóloga, de 30 anos, afirma que Se inspirou nos 11 jogadores para elaborar com o mesmo número de castas o delicioso líquido 100% brasileiro.
 

O liquido 100% brasileiro é obtido com 100% de castas importadas, mas tudo bem...

O momento mais meloso, terno e fofo da entrevista, atinge nossos amolecidos corações quando a “Rolanda Lero” gaúcha confessa ao pai suas apreensões para elaborar mais um quase vinho da Carraro.

O momento é sublime e lembra a pureza de   “A Noviça Rebelde”

 O pai: ”Não te preocupas (gauchês puro) que amanhã Deus te abençoará na escalação do teu time”.

Ainda bem que o Deus invocado não se lembrou dos reservas e da comissão técnica, caso contrário nossa enóloga teria lascado mais de 40 castas na produção e ganharia o Guinness por ter realizado a maior “suruba” vinícola do planeta.
 

Por uma questão de bom senso e para preservar o estomago dos leitores, deixo de reproduzir o restante da matéria.

Apenas um comentário: Uma enóloga de 30 anos, já contaminada pelo marketing barato e oportunista, tenta transmitir que o vinho Faces foi realizado após inspiração divina.

Balela!

 Palhaçada!

Picaretagem!

Numa atitude mais séria e mais profissional, nossa jovem enóloga, deveria dizer: “A Carraro, aproveitando a copa do mundo, lançou um produto com 11 castas. Eu apenas assinei esse vinho suruba que está sendo comprado por um monte de trouxas”.
 

Coitados dos VIP que são obrigados a beber aquela......

Dionísio

9 comentários:

  1. Por educação eu fui levado a provar o Faces em uma visita a loja de amigo meu. Só posso descrever o vinho como oligofrênico. Mas como vivemos em uma terra repleta de tolos, esse palavrório todo de onze castas deve render boas vendas.

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    Respostas
    1. O pior é a enóloga , de apenas 30 anos , já picaretando e dizendo bobagens

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  2. Vinícola boutique produzindo 300.000 garrafas por ano? Uau!
    Mas esta da escalação é ainda melhor. Dá até para fazer algumas analogias com cada um dos jogadores.
    Salu2

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  3. Eu havia lido este post que você indica no link. É, sempre tem alguém melhor. Dentre tantas, me impressionaram as frases "Os vinhos de Bettú tem como publico alvo os que realmente amam, entendem e respeitam o vinho. São vinhos de alto valor agregado e valem cada centavo".
    []s

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  4. E veja no mesmo blog o post sobre o Nebbiolo dele, incluindo a resposta a um questionamento feito por um leitor.

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  5. A sommerdiere gorda como uma baleia assassina nem sabe o nome certo das uvas Não existe "Refosco dal Perduncolo Rosso" O correto é : PEDUNCOLO ROSSO

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  6. A baleia assassina é golfinho, basta ver o nome cientifico. Rá!

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  7. Vinho que se equipara a um barolo.
    As massas que se fixam em burocracia.
    Pessoas que nao se curvam as leis.

    Sem duvida entre as melhores da decada. Ou piores.

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