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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

LIMONCELLO AZEDO



 

O dia da semana que mais temo é sexta feira.

Há anos, sempre às sextas,   Bacco, Dionísio ,eu e eventualmente alguns amigos, costumamos almoçar nos restaurantes da nossa capital.

A escolha recai quase sempre sobre Gero, Piantella ou Antiquarius que são, unanimemente, considerados os melhores da cidade (o “Da Rosario” foi excluído do nosso roteiro desde o dia em que cobraram de Bacco R$ 9,00 por três fatias de pão).

Meu pavor alcança níveis altíssimos quando a nossa jurássica Liana Sabo anuncia, em sua coluna “Favas (mal) Contadas”, justamente às sextas feira, a abertura de mais um restaurante em nossa cidade.

Todos os restaurantes, que abriram suas portas nos últimos 10 anos e que nos criticamos negativamente, tiveram trágico fim: Trocaram proprietários, nomes, cozinha etc. ou fecharam os batentes.

Exagero?

Cadê, só para citar alguns, I Maestri, L’Altra Toscana, Zuu, Cielo, Viene Qua, Alice, Família Capelli e outra meia dúzia que agora não recordo?


Todos foram, merecidamente, para o espaço quando incorreram no mesmo erro: Muita decoração, muita pretensão e nenhuma cozinha.

Nossa Marcia de Windsor das panelas candangas na apresentação do ‘LIMONCELLO”, último rebento da gastronomia brasiliense, comenta e revela a filosofia da casa.

A leitura deixa transparece, nitidamente, a falta de profissionalismo do casal e aponta, desde já, que o novo local não emplacará 2015.

Os erros de sempre se repetem e se multiplicam sem que ninguém ajude os empresários com uma crítica construtiva e, ao mesmo tempo, ácida.

Lá vai, então, a minha “ácida” colaboração: Não basta ter sido caixa do “Orvieto” há 20 anos e muito menos ter “…participado de workshops com chefes de sua predileção, como Roberta Sudbrack e Luciano Boseggia” para tocar um restaurante.

A primeira bobagem aparece no cardápio:

 “... despontam pratos típicos de regiões turísticas, como Cinque Terre e Costa Amalfitana”.

Nossos jovens restaurateurs desconhecem totalmente a gastronomia italiana e que as cozinhas, das duas localidades, são totalmente diferentes e distantes uma da outra: Ligúria e Campânia não condividem os mesmos molhos.

Erros ridículos e primários inclusive de grafia:

1)       Risoto (o risoto perde, como de costume, um” T” mas para compensar o Barollo, na carta de vinhos, ganha um “L”) de polvo grelhado.

2)           Bacalhau assado ao forno com batatas- ovo de codorna, cebola alho e lagosta com risoto (outra vez…) de abobora e queijo brie,

Nenhum dos dois pratos faz parte da culinária das Cinque Terre e muito menos a da Costa Amalfitana.

Corrigindo e alertando: Risotto é um prato típicos das cozinhas do norte da Itália (Piemonte, Lombardia, Veneto).

Brie é um queijo francês e os cozinheiros lígures e campanos nem sabem que existe.

Será que o bacalhau abandonou Lisboa e se mudou com as batatas assadas para Vernazza ou Amalfi?

Ridículo......

3)       Medalhão grelhado envolto em presunto de Parma com molho de vinho do Porto e mel acompanhado de risoto (again...) parmesão

 

4)       Suave polenta ao molho de linguiça toscana...

 

Cinque Terre e Costa Amalfitana servindo polenta com linguiça toscana e medalhão com presunto de Parma?

A cozinheira precisa urgentemente estudar geografia e gastronomia: Nenhum prato do menu pertence à tradição culinária das regiões mencionadas.

Chegou a hora de escolhermos os pratos.

Mais tragédias anunciadas!

O Steack au Poivre (prato típico de Positano.... Rsrsrsrsrs) sem pimenta, adocicado, péssimo

A minha memória não encontrou nem lembrou de nenhum pior: O steack ao poivre do “LIMONCELLO” é um insulto à receita.

O risotto, que acompanhava o medalhão (frio), já estava pronto desde às 8 da manhã e parecia reboco de parede.

A cozinha do “LIMONCELLO” é primária, ridícula.

O serviço, como sempre, lastimável.

O garçom, sem que ninguém pedisse, foi colocado na mesa o couvert.

Dionísio, desconfiado como sempre, quis saber o preço daquele monte de pão

“Vinte e um reais”, informou o garçom.

O couvert retornou para a cozinha….

Pedimos água com gás.

  Outro garçom, atendendo meu pedido, trouxe uma garrafa.

 No escurinho da sala o esperto funcionário, sem cerimônia nem pudor, abriu ½ garrafa de San Pellegrino.

Quando percebi a “sacanagem” (sim, é pura sacanagem...) quis saber o preço.

O funcionário, sem jeito, quase se desculpando, informou que a água, do santo italiano, custava, módicos, R$ 15.

Pequena conta: Se não tivéssemos devolvido o couvert e a água San Pellegrino, o almoço, antes de começar, já somaria R$ 36+3,60(10%)= R$ 39,60.

Os proprietários instruem os funcionários para depenar, sem dó nem piedade os clientes como se fossem um bando de otários.

O “LIMONCELLO”, quando deixar de ser novidade e mais novo “point” da turma do Instagram e Facebook, iniciará sua lenta, mas inexorável descida para a vala comum onde repousam Maestri, Alice, Cielo, Zuu......
 Bocca

15 comentários:

  1. Sabem que isso de xolocar convert na mesa sem o cliente pedir e depois cobrar, agora, é proibido por lei. Saiu no diário oficial do DF essa semana.

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  2. estive lá na semana passada, comi um conchigli recheado de ricota e presunto de Parma. achei gostoso, mas nada memorável - tampouco que justificasse os R$ 69 que cobram no prato. achei o couvert ridículo, mas registre-se um ponto positivo: o sobrepreço cobrado nos vinhos não é grande, comparado aos preços nas importadoras.

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  3. Não conheço nem este, nem os outros restaurantes de Brasília, mas 'risoto', com apenas um 't' foi aportuguesado, e se encontra nos dicionários.

    http://www.priberam.pt/dlpo/risoto
    http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=risoto
    http://www.dicio.com.br/risoto/
    http://pt.thefreedictionary.com/risoto

    Concordo que a definição do Michaelis é ruim, mas o verbete existe.

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  4. ONa verdade, a palavra oficialmente existe na língua portuguesa porque está no VOLP: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23

    Quanto ao restaurante, não posso dizer nada porque ainda não fui.

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  5. Conhecem Trattoria Mediterraneo, Ninny e Fornacella? Os 3 são tocados por italianos. Sempre tive curiosidade para saber a opinião de vocês sobre esses restaurantes.

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  6. Não conhecemos e não temos previsão de realizar visitas aos restaurantes citados
    Abç

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  7. Jura?!?!?
    O jeito é ir lá e conferir se é mesmo tão ruim...

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  8. Ridiculo esses comentarios estive la otimo atendimento,restaurante lindo e aconchegante õs pratos otimos perfeitos. Waldir matos

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  9. Voces sabiam que houve uma ação liminar ajuizada pelos donos do restaurante contra o Google para obriga-lo a dizer a identidade de vocês? Foi julgada improcedente porque e juiz nao achou estarem presentes os requisitos da liminar. E recente. Procurem no Google!

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  10. Bato palmas para quem tem a coragem de dizer o que deveria ser dito desses restaurantes abusivos em Brasília. Parabéns! :)

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  11. Concordo com quase tudo mas... Em português, a grafia correta de Risotto de fato é com apenas um t.

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  12. O "risotto" é uma palavra do vocabulário gastronômico italiano e assim deve ser escrito.O "aportuguesamento" é ridículo. Você gostaria que escrevessem "coque ao vin", "steique ao poivre"? Se viajar pela Itália e encontrasse uma "churascaria" , você entraria para comer um"churasco"?

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