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sábado, 26 de outubro de 2019

MONFORTE D'ALBA





Há alguns anos não me hospedava em Monforte.

Lembro que algumas vezes dormi em um agriturismo, “Il Grillo Parlante”, distante do centro da cidade (3 km).

Procura ali, aqui, acolá e finalmente encontrei uma ótima e barata opção bem no centro histórico de Monforte: “Magical Place”.

Bons quartos, silencioso, limpo, um belo apartamento.

Tentando fugir da multidão que, nos meses do “tartufo bianco”, invade Alba e eleva os preços de tudo, Monforte me pareceu uma bela escolha.

Monforte é uma aldeia que parece ter sido planejada por duas mentes totalmente opostas.

Uma cabeça, com neurônios limitadíssimos, criou a cidade nova, que, desfigurada pela exploração imobiliária, é a mais feia de todo o território.

 Um outro cérebro, bem mais antigo, medieval, foi responsável pelo traçado do centro histórico.

Pequeno, mas preservado e charmoso, disputa com Neive o pódio de centro histórico mais bonito das Langhe.

A parte nova é mais popular.

Muitos bares, restaurantes, hotéis, mas todos sem charme e de qualidade discutível.


O pior lugar para se beber, na praça central de Monforte, continua sendo a “Enoteca Caffè Rocca”.

Uma pena...

Bons vinhos, boa localização, mas tudo se perde por causa do proprietário rude, grosseiro e agressivo.

Conheço Rocca há anos e pensei que o envelhecimento melhorasse seus modos, seu caráter......Continua o asno de sempre.

Quando a tarde chegar, enfrente, com coragem, a subida que leva ao centro histórico.

Percorridos poucos metros já se encontra a primeira e bela surpresa: “Osteria de Càtari”.

Ambiente agradável, decoração original, preços interessantes e uma boa carta de vinhos, recomendam uma parada.

Continuando, a subida da ladeira, menos fôlego e mais surpresas.

Bem no topo de Monforte dois locais espetaculares: “Le Case della Saracca” e “Moda Venue”.

O mais impressionante é constatar que uma aldeia, com pouco mais de 2.000 habitantes, abrigue, em seu território, dezenas de bons endereços para se beber, comer, dormir, comprar vinhos e ainda ter locais que esbanjam classe, beleza e requinte como “Le Case della Saracca”, “Moda Venue” e “Osteria dei Càtari”.

Se compararmos Monforte, por exemplo, com Chassagne Montrachet, onde não há um bar sequer para se beber uma taça de vinho, a famosa aldeia francesa parece ridícula.

O “Moda Venue” abriga um belíssimo restaurante onde o arquiteto esbanjou bom gosto, inventiva e soube, com rara felicidade fazer do panorama das “Langhe” o ator principal.

Almoçar, jantar ou mesmo beber uma taça de bom Barolo, no “Moda Venue”, admirando a incrível vista das colinas e vinhedos, vale, não uma, mas várias paradas.

Do outro lado da rua, “Le Case della Saracca”.

Se o arquiteto do “Moda Venue” esbanjou bom gosto, o das “Le Case Della Saracca”, foi genial.

O arquiteto juntou quatro casas medievais, preservou e deixou intacta a maravilhosa parte externa, mas no interior fez o diabo....

Aço, vidro, pedras, pequenas salas em ambientes que se multiplicam, escadas e mais escadas, passagens secretas, adegas em antigas grutas…. Um desbunde total.

Um ótimo restaurante e um pequeno hotel (6 apartamentos), completam o “Case della Saracca”.

Deixei por último o wine bar do local.

Incrível seleção de vinhos, ótimos petiscos, atendimento informal, mas atencioso, são motivos mais que suficientes para se conhecer e nunca mais esquecer este wine bar.

Fuja um pouco da mesmice e prove uma taça de o ótimo vinho “Rossese Bianco” de Monforte.
Bacco

domingo, 20 de outubro de 2019

ROMANÉE-BIONDI 2


O assunto parece não esgotar: “Vinhos Velhos”

Recentemente, nosso velho conhecido, Jean Claude Cara-de-Pau, tentando sobreviver, agora, no papel de “caviste”, desembarcou no país, que consome 1,6 litros per capita/ano, trazendo um sarcófago repleto de vinhos anciãos.

 Quando abriu o esquife, cheio de garrafas mofadas e catadas em adegas-tumbas de Beaune e arredores, alguns blogueiros, sommeliers, formadores de opinião e convidados, babando e suspirando, mal conseguiram disfarçar o orgasmo.

 É o paraíso dos enoloide.

Qual o fascínio, qual a atração fatal que os consumidores sentem pelos vinhos velhos?

Será que a atração fatal tem origem naquela antiga e tola máxima: “O vinho quanto mais velho, melhor….”?

Eu, Dionísio, nunca consegui beber um vinho com mais de 30-35 anos que deixasse saudade.

A melhor definição, sobre velhas garrafas, como sempre, foi de Massimo Martinelli: “O vinho muito velho perde suas melhores características, mas ganha emoções”.

Está certo, Martinelli, quando afirma haver muito mais emoção do que razão, mas quase sempre a emoção é soterrada pela decepção.

Martinelli afirma que uma única vez bebeu um vinho com 40 anos em perfeito estado de conservação e com suas características preservadas: Barolo Bussia de Aldo Conterno.

Qual o mistério então dos míticos franceses, do Brunello Biondi Santi e outros, que permanecem vivos e perfeitos mesmo depois de 60-70-80 anos? (A Biondi Santi sempre alardeou que seu Brunello ainda está vivo mesmo aos 100 anos).

É preciso, antes de tudo, não ser enoloide ao ponto de acreditar, piamente, que os Biondi Santi, os grandes Château de Bordeaux, os Romanée, Frescobaldi, Rothschild etc. da vida, são viticultores que trabalham em suas vinhas de sol a sol, que acompanham dia e noite todas as etapas de vinificação e que, por sua abnegação e duro trabalho, suas vinhas foram ungidas pelo Deus Baco.

Enoloide, acorde!

Nossos amigos, que de abnegados não tem nada, são todos nobres, empresários, banqueiros, industriais, comerciantes etc. riquíssimos e que fizeram do vinho, graças aos endinheirados enoloides, uma das atividades mais rentáveis do planeta.

Uma garrafa de Brunello, engarrafada, etiquetada, tampada, embalada, pronta, enfim, custa, no máximo, 9/12 Euros seja ela Biondi Santi, Capanna, Canalicchio di Sopra ou outra qualquer.

O ótimo Brunello “Sasso di Sole” custa 30/35 Euros e o Biondi Santi 130/140.

O Biondi Santi é melhor?

Para bebedores de etiqueta, sim.

  Eu não acho e nada justifica a diferença de 400% no preço.

É mais ou menos o mesmo discurso das bolsas, sapato, roupas de grife, que custam os olhos da cara e que são produzidas em Napoli, China, Índia, Vietnam etc.

Você pode até ter problemas para saldar suas contas no final do mês, mas contribui, orgulhoso, para a boa vida dos Louis Vuitton, Biondi Santi, Romanée-Conti, Ermenegildo Zegna, etc. etc. da vida.

Quando você, finalmente, deixar de ser um enoloide que acredita em pontos, prêmios, “Wine Especuleitor” etc., estará pronto para deixar de usar KY e partir para a próxima etapa: Beber vinho e não etiqueta.

Você perguntará: “Se a Biondi Santi vende o Brunello de 1955, por 9.200 Euros, o vinho, de 64 anos, obrigatoriamente deve estar em ótimas condições ”

Sim, concordo, mas qual o “milagre” que só a Biondi Santi consegue realizar?

É preciso ir além de um ridículo curso como o “Entre Tapas e Copos”, “WSET Desnível 3” ou outra arapuca qualquer.

E preciso pesquisar, ler, viajar e conhecer o caminho das pedras.

A Biondi Santi, desde 1927, adota a “ricolmatura” das garrafas mais antigas guardadas em suas adegas.

 É bom lembrar que a quantidade de garrafas estocadas ninguém sabe, pois somente em 1960 o Brunello consegue a DOC e em 1980 a DOCG.

Os controles, antes das datas acima, inexistiam e a Romanée-Biondi está livre para inventar a quantidade e as safras que quiser.

O que é “ricolmatura”?

Com o passar dos anos, a rolha perde elasticidade e o vinho evapora lentamente.

A “ricolmatura” é uma operação em que a rolha velha é substituída por uma nova e se completa a garrafa com um pouco de vinho da mesma safra

A Biondi Santi jura de pés junto que é apenas isso.

Um enoloide pode até acreditar, mas eu, não.

No livro “Vino al Vino”, Mario Soldati, descreve um encontro com Venanzio Sella, proprietário da “Tenute Sella”.

Os Sella, banqueiros, industriais, comerciantes etc., entre outras coisas, são produtores de vinho, em Lessona, desde 1671.

Soldati, no decorrer da conversa, comenta que, na visita aos Biondi Santi, provara vinhos de 50-70-80 anos e que o Brunello realmente era o vinho mais longevo da Itália.

Venanzio, com um sorriso malicioso, responde que ele também poderia produzir vinhos centenários, para tanto seria preciso apenas usar a fórmula que os Biondi Santi haviam “inventado” em 1927: De tempo em tempo basta, não somente completar a evaporação, mas retirar um pouco de vinho velho e completar a garrafa com vinho mais novo.

 EUREKA!

Soldati esbugalhou os olhos e quase caiu da cadeira.

 Balbuciou algumas frases e confessou não saber em quem acreditar, se em Venazio Sella ou nos Biondi Santi.

Eu não sou tão diplomático nem tão educado e não acredito em uma só palavra dos grandes e riquíssimos produtores toscanos.... Biondi Santi inclusos, duvido que a “ricolmatura” aconteça de 25 em 25 anos e que seja realizada com o vinho da mesma safra.

Ela pode acontecer quando e como os Biondi Santi bem entenderem e com vinho que eles quiserem.


No escurinho da adega é possível fazer todas as “sacanagens” possíveis e imagináveis sem que ninguém saiba nada.

É possível, até, produzir um vinho de 1955 novinho em folha.

 Basta usar a famosa “Ricolmatura Venanzio Sella”

O resto é folclore é lenda, para poder cobrar, dos enoloides abonados, 9.200 Euros por uma garrafa de Brunello.

Você, que é um enoloide, acredita em todas as picaretagens do mundo do vinho e quase desmaiou ao ver o sarcófago do Jean Claude Cara-de-Pau, compre meia dúzia de garrafas do Romanée-Biondi 1955/1995 e seja feliz. 
 Dionísio


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

ROMANÉE-BIONDI





 Um amigo de longa data, sincero, bom companheiro, bom copo, ótimo garfo, conversa agradável etc. poderia ser considerado o amigo perfeito?

Sim!

Pois, eu tenho um amigo com todos os predicados acima elencados e que poderia ser a encarnação do “amigo perfeito” se não fosse por um detalhe: É “Framengo” doente.

Quando o assunto é futebol o cara se transforma no maior chato da terra, aliás, não há torcedor mais chato do que flamenguista doente.

Certo dia, depois de uma enésima vitória do seu time, o amigo chegou eufórico ao nosso encontro berrando, feito um maluco, seu grito de guerra: MEEENGOOO, MEEENGOOO, MEEENGOOO.

Sem querer, nem pensar, tirei da cartola uma frase que se encaixa como uma luva no fanatismo futebolístico dos flamenguistas: “Cara, você está parecendo um “mengoloide”.

Desde aquele dia, quando o amigo se exalta o faz excessiva apologia de seu time, o chamo de “mengoloide”.

O que tem em comum o futebol, o “framengo”, o “mengoloide”, e o vinho?

Muito.....

Há anos, para definir o enófilo meio abobado e manipulado pelas revistas, pontuações, medalhas, pontos, prêmios etc. recorro à palavra “eno-tonto”.

Chega!

A partir de hoje, sai de cena o velho eno-tonto e entra no palco, triunfante, o “ENOLOIDE”.

O “enoloide” é tão chato quanto o “mengoloide”.


O “enoloide”, parente próximo do “mengoloide”, é o alvo favorito dos produtores e importadores predadores.

Os predadores sabem que há, no mundo, um sem número de enoloides prontos e ansiosos para serem depenados e que, pasmem, adoram perder as “penas”.

Se não existissem os enoloides não existiriam garrafas de 1.000, 3.000, 10.000 Euros ou mais.

Sem os enoloides os predadores tupiniquins não teriam coragem de lançar no mercado garrafas de R$ 400, 500, 600...... (há, no mercado, garrafas de espumante Gei$$e de R$ 700)

O enoloide é o endinheirado debiloide que faz a alegria e enriquece os produtores que sabem como e onde encontrá-lo, seduzi-lo, depená-lo

Esta semana li este anúncio que quase me enfartou
Veja um belíssimo exemplo de “caça aos enoloides



Brunello di Montalcino Riserva DOCG 1955 Biondi Santi Tenuta Greppo
0,75 L, Cassetta di legno
9.200   IVA inc.    (12.266,67 €/L)

 Dopo la tipica fermentazione in rosso, la maturazione si è protratta per ben 3 anni in botti di rovere di Slavonia, cui ha fatto seguito un lunghissimo affinamento in bottiglia nelle cantine di Biondi Santi, al fresco e al riparo dalla luce. Il vino risultante ha la capacità di sfidare il tempo, conservando le proprie caratteristiche per 60-80 anni.

Não, você não este delirando, não leu errado, são 9.200 Euros ou, se preferir, R$ 42.320, ao câmbio de hoje.
A tradicional e premiada vinícola Biondi Santi, agora, tocada por mãos francesas, aprendeu rapidamente o idioma da Borgonha e quer se transformar na “Romanée-Biondi” toscana e, não tenham dúvidas, que há um expressivo número de enoloides já com cartões Gold, Platinium, Black e os cambau, na mão e ansiosos para detoná-los na compra do “Romanée-Biondi”
O cinismo da Romanée-Biondi é de doer.
Traduzo a descrição do “pega enoloide”

“Depois da típica fermentação para tinto, a maturação se prolongou por bem 3 anos em barris de carvalho de Eslavônia para então afinar longamente na garrafa nas adegas da Biondi Santi no fresco e ao reparo da luz. O vinho resultante possui a capacidade de desafiar o tempo conservando as próprias características por 60-80 anos”


É mentira, é fantasia, é marketing, é picaretagem.
Nenhum vinho chega aos 60-80 em perfeitas condições a não ser que.....
Na próxima matéria revelo o caminho das pedras.
 

Dionísio

PS. Antes de comentarem que já beberam garrafas de 50-70-100 anos e o vinho estava ótimo, aguardem a próxima matéria para não entrarem, de vez, no clube dos “enoloides”



segunda-feira, 14 de outubro de 2019

QUEM MUITO QUER.....


Minha primeira taça de Prosecco foi oferecida, nos distantes anos 1990, por um tio que gostava de beber “Carpenè” nos finais de tarde.

O “Carpenè”, em questão, era um Prosecco, de Valdobbiadene, produzido pela “Carpenè Malvolti”.

Agradável, fresco, sem grande complexidade e fácil de beber, o “Carpenè” não deixava, todavia, transparecer nem prever o enorme sucesso do Prosecco.
Rapidamente, porém, o Prosecco chegou ao topo do consumo mundial de espumantes.

 Hoje o Prosecco é o espumante que mais vende no planeta e a produção, em 2018, foi de impressionantes 660 milhões de garrafas.

É sempre bom lembrar que em 2.009 a produção de Prosecco DOC, IGT, DOCG era de, “apenas”, 220 milhões unidades.

Sucesso?

Nem tanto.....

O espumante do Véneto, que era produzido somente na província de Treviso, se espalhou pelos territórios de Belluno, Padova, Venezia, Vicenza e chegou até o Friuli-Venezia Giulia nas províncias de Gorizia, Pordenone, Trieste e Udine.

O impressionante e irresponsável aumento da área plantada (1.200 hectares/ano) muito contribuiu para a queda drástica da qualidade:  hoje, o Prosecco, é sinônimo de espumante inferior e barato (nas prateleiras dos supermercados há Prosecco de 2,73 Euros).

O resultado: Ninguém dá a mínima se o Prosecco é DOCG, DOC ou IGT, para o consumidor é tudo a mesma coisa.

A revolta já teve início.

Col Vetoraz, produtor de Valdobbiadene, decidiu eliminar a palavra “Prosecco” de suas etiquetas onde constará apenas “Valdobbiadene DOCG”.


Justificando, a retirada da palavra “Prosecco”, a vinícola afirma que a política visando, apenas, a produção industrial e a expansão desenfreada da área plantada, gerou uma situação caótica voltada   somente para o sucesso financeiro de muitas empresas que não representam a tradição histórica dos vinhos das colinas de Conegliano, Valdobbiadene e Asolo.

É um exemplo perfeito do “quem muito quer.....”.

Quando você puder comparar um Valdobbiadene, Cartizze, Conegliano ou Asolo com os Prosecco produzidos nas planícies das outras províncias entenderá a decisão.
Bacco




quinta-feira, 10 de outubro de 2019

MASSIMO MARTINELLI


Há mais de um ano não via Massimo Martinelli.
 

Problemas de saúde, desencontros, falta de oportunidade e uma inexplicável preguiça, foram os “culpados” pela longa separação.
 

Os telefonemas, vários, nunca puderam compensar a falta de um aperto de mão, um abraço.....

“Terminei a vindima e se você quiser podemos almoçar no domingo”.
 

O convite irrecusável, de Massimo, venceu a preguiça e coloquei o pé na estrada.

Pouco antes do meio dia, da data combinada, entrei no quintal de “Bricco Mollea”, belíssima propriedade, de Massimo e Angioletta, em Vicoforte.

 
Abraços, risadas, a alegria de sempre.

 As conversas e os assuntos, aos poucos, foram sendo atualizados.

 Saúde, politica, negócios, lembranças etc. já estavam perdendo força e interesse...... “A vindima do Dolcetto terminou ontem. Foi muito boa e acredito que a do Nebbiolo e Barolo o será, também”.
 

Martinelli, em “Bricco Mollea”, possui 3 hectares de Dolcetto e 1 de Nebbiolo.

Em Torriglione, minúsculo distrito de La Morra, Massimo é proprietário de quatro filares de Nebbiolo e lá produz, aproximadamente, 1.000 garrafas de Barolo por ano.
 

O almoço começou com uma seleção de ótimos embutidos, queijos, cotechino com puré de batatas e terminou com um genial prato onde Martinelli mostrou toda sua capacidade inventiva: “Pêssegos e Funghi Porcini”.
 

Sensacional!

Os vinhos?

Todos os produzidos por Massimo Martinelli: “Dogliani Assanen” (Dolcetto), “Langhe Nebbiolo”, “Barolo......Come lo Penso Io”.
 

Grande almoço, ótimos vinhos e inesquecível reencontro que encerramos com uma tremenda garrafa de “Corton Charlemagne”.
 

O Tartufo Bianco está chegando em Alba e arredores.

 Quem visitar a região pode aproveitar a ocasião e dar um pulo até “Bricco Mollea” para conhecer Martinelli, suas vinhas e seus vinhos.

 Para quem quer aprofundar eno-conhecimentos, nada melhor do que agendar uma degustação, guiada por Massimo (15 Euros por pessoa), através do telefone fixo (39) 0174.563.364 ou pelo celular (39) 333.20.90.002
 

Na adega de “Bricco Mollea”, a degustação, as explicações e um bom papo com o enólogo Massimo Martinelli, um dos pais do Barolo moderno, serão muito mais interessantes, aproveitáveis e ilustrativos do que o curso, “Entre Caros Copos”, ministrado pelo eterno perdedor de concursos mundiais, Diego Rebola.

Acredite.

Bacco

 

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

DEFILLA



Que a enoteca “Defilla”, de Chiavari, é um dos meus endereços preferidos, na Liguria, já não é segredo.

Tocada pelo competente sommelier, Sergio Rossi, que administra mais de 1.000 etiquetas, na grande e elegante sala é possível beber, em taças (mais de 20 etiquetas), desde um simples Dolcetto, ou Vermentino, até bons Barolo ou Champagne.

Se o cliente desejar, uma boa cozinha de poucos pratos, mas magistralmente preparados, pode acompanhar os vinhos em degustação.

Ao lado da enoteca, o bar “Defilla” (um dos bares históricos da Itália) com seus 150 anos, continua oferecendo aos clientes, também, boas opções de vinhos em taça, serviço de café, chá, confeitaria e uma impressionante seleção de destilados.

O espaço reservado ao super-alcoólicos é bem menor do que o ocupado pelos vinhos, mas a variedade é de tirar o folego até dos mais refinados clientes.

Cognac, Armagnac, Calvados, Rum, Whisky, Brandy, Madeira, Porto, Licores etc. etc. etc., raros e caros, fazem sorrir os apaixonados consumidores e chorar os cartões de credito......  

As fotos, com alguns preços, comprovam minhas palavras.

Na sofisticada secção do “Defilla”, acreditem, até nossa popular cachaça está presente.

Aliás, em quase todas as prateleiras dos bares da Itália a cachaça está presente o que denota a inteligência e agressividade dos produtores da nossa brasileiríssima pinga, marvada, caninha, branquinha, mé, uma-aí.......


Quase-vinhos nacionais?

Nem sombra.

Nossos produtores-predadores continuam sodomizando apenas os enófilos brasileiros com etiquetas de R$ 300-500-600 e até de R$ 800.

Parabéns e continuem assim para permanecer nos 1,6 litros per-capita ano

Bacco