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segunda-feira, 11 de março de 2019

THE END


Termina, hoje e sem vencedor, o “desafio” Barolo & Brunello.
 

 Em postagem, do dia 4 de março, prometi presentear, com duas garrafas, das renomadas DOCG italianas, os primeiros dois leitores que encontrassem e me enviassem, uma, apenas uma, matéria em que pelo menos um dos meus 4 bloqueadores da eno-apocalipse, Didu-Bilu-Tetéia, “Diego Rebola”, Beato Escalador de Cruzeiros Medievais Salu” e “Alexandra Corvo di Salaparruta”, tivesse encontrado a coragem comentar negativamente uma única garrafa.
 
 
 

Qualquer vinho, de qualquer origem, marca, nacionalidade ou importadora

Apesar da postagem ter sido acessada mais de 3.000 vezes não houve vencedor.
 

Ninguém conseguiu encontrar uma única crítica desfavorável.

Nenhum, dos mencionados eno-bajuladores do rabo preso, encontrou a coragem, durante os longos anos de profi$$ão, de criticar uma singular garrafa.

 O medo de perder bocas-livres sempre foi mais forte, mais importante, mais confortável, do que a honestidade intelectual.
 

Pelo andar da sacanagem, nossos panglossianos “experts”, impávidos e sem mostrar leve resquício de pudor, continuarão a elogiar quase-vinhos como o Marselan da Perini, Fúlvia Pinot Noir do Dani dos mil nomes, Barbera de Cocalzinho, Talento da Salton, e outras caríssimas garrafas nacionais

E os importados?

Nem um pio sequer sobre os preços escandalosos praticados por algumas importadoras.

Se criticarem, a fonte seca e onde mais nossos heróis arrumariam financiamento para beber, comer, viajar etc., de graça?
 

Apesar de bloqueado, no Face, há uma pequena legião de seguidores de B&B que me informa sobre as picaretagens de nossos profi$$ionais e, sempre que encontrar uma presepada, comentarei.
 

Como previsto, o Barolo e o Brunello permanecerão, tranquilamente, guardados e descansando em minha adega.

Dionísio

sexta-feira, 8 de março de 2019

PICARETAGEM FRANCESA


Quem acredita que os picaretas do vinho atuam apenas nas “periferias” da
 produção e são “bandidos-
banidos” nas denominações mais sérias e
tradicionais, está
redondamente enganado:
Os picaretas não têm pátria,
nacionalidade, confins e se espalham por todas as vinhas do planeta.

Uma grande picaretagem, que deu certo por algum tempo e encheu os
bolsos de seu idealizador, foi aquela em que um vivaldino da Liguria
mergulhou milhares de garrafas de espumante nas profundezas das águas de Portofino.

A vinícola Bisson, de Chiavari, conseguiu vender, aos eno-idiotas de plantão,
 um espumante, elaborado com uva Bianchetta e Vermentino, por 50/60 Euros.
 

É sempre bom lembrar que Bianchetta e Vermentino são castas lígures que nunca revelaram nenhuma garrafa que galgasse o degrau da mediocridade,

A Miolo, que adora uma picaretagem, resolveu, também, mergulhar suas
garrafas borbulhantes e poluir as aguas do Mar do Norte.

Como sempre as “picaretagens-novidades” duram pouco e hoje ninguém
lembra, ainda bem, das garrafas submarinas.
 

Leio, num site italiano, que há uma nova e revolucionária picaretagem
gestando nas vinhas de Champagne, mais precisamente naquelas da Maison
Leclerc Briant”.

A Leclerc Briant, pioneira na adoção de biodinâmica, percebeu que a
“macumba” de Rudolf Steiner já não surpreende, não convence mais
ninguém, e apenas alguns bobocas ainda acreditam que chifres de vaca,
recheadas de bosta, são a “salvação” da lavoura.
 

Para dar um choque no mercado e faturar alto, com os idiotas de plantão,
 resolveu, então, atacar de “FERMENTAÇÃO EM OURO”.

Se você acha que leu errado ou acredita que eu, após ter bebido uma
garrafa de vinho de Cocalzinho, tenha perdido meus últimos neurônios
ainda sãos, relaxe e continue a leitura....... É sério.
 

A Leclerc anuncia que uma parte de sua produção de Champagne, da safra
 de 2016, foi vinificada em barriques de 228 litros confeccionadas em aço
 e revestidas, internamente, com ouro de 24K.

As uvas “douradas” foram colhidas na vinha ”La Croisette”, de propriedade
da Maison em Epernay.

A “explicação”, para a escolha do ouro na vinificação, é dada pelo “chef de
 cave” Hervet Jestin”: “O ouro amplia os níveis da atividade solar
durante a primeira fermentação e cria intensas conexões com a
atividade cósmica”.
 

Para os que adoram novidades (picaretagens) recomendo estocar algumas bisnagas de KY.....

Dionísio     

segunda-feira, 4 de março de 2019

UMA CRÍTICA = BARBARESCO OU BRUNELLO


Qual o elo que une Bilu-Didu-Teteia, Diego Rebola, Beato Salu, Alexandra Corvo Salaparruta e outros “profissionais do vinho” de menor importância?

Todos me bloquearam no Face.

Até aí nada de extraordinário, pois sempre que posso e quando percebo erros e picaretagens de nossos (de)formadores de opinião, os ridicularizo.

 O ridículo é uma arma temida e letal que apavora os eno-pavões e os seus super-inchados-egos; quando ridicularizados entram em pânico e em incontidas convulsões.

Perfeitamente compreensível, então, o bloqueio dos que representam um perigo, daqueles que sabem e alertam que o rei está nu.

Em tempos antigos o portador de más notícias era, frequentemente, sentenciado à morte; hoje o bloqueio é mais fácil, indolor, prático.

O bloqueio é a via de escape, a solução rápida que une nossos heróis das taças.

 Há mais pontos em comum:  total aversão às críticas

Elogiar, sempre, é preciso!

Criticar?

Jamais!

Além de não suportarem críticas, dos que deles discordam, nossos heróis nunca emitem opiniões que possam melindrar produtores e importadores de vinho.

Uma crítica contundente é o caminho mais curto e inexorável para a perda de patrocínios, mamatas, viagens pagas, degustações bocas-livres, graninha no final do mês, etc. etc. etc.

A Alexandra Corvo Salaparruta, uma única vez tentou criticar uma vinícola.

O João Valduga, com um virtual e rápido pontapé na bunda, resolveu o assunto e recolocou a moçoila em seu devido lugar.

Nossos (de)formadores de opinião, todos os santos dias e os não santos, também, inundam as redes sociais com inúmeras declarações elogiando toda e qualquer porcaria que lhes possa trazer uma graninha.

De maneira disfarçada, quase “nonchalance”, tentam dirigir os consumidores para as garrafas importadas e nacionais que intere$$am aos seus patrões (produtores, importadores e lojistas.
Nunca li uma palavra sequer detonando os preços insanos do “6 Ave Maria”, “Singular Nebbiolo”, “Bueno&Cipresso Anima Senza Cuore”, “Geisse Brut 2002” e outros insultos à inteligência e bolso dos consumidores brasileiros.

Alguém já viu, ouviu ou leu uma crítica azeda de nossos impolutos personagens contra os preços insanos praticados pelas importadoras?

Pois bem....

Gostaria que alguém encontrasse uma crítica corajosa, contundente de um dos meus “bloqueadores” alertando os enófilos da baixa qualidade e do alto preço das garrafas nacionais e importadas.
Uma única palavra, descendo a lenha, é quanto me satisfaz.

Retribuirei, aos dois primeiros que enviarem uma crítica válida e contundente, com uma garrafa de Barbaresco ou Brunello.


Palavra de bloqueado

Dionísio  


 

sábado, 2 de março de 2019

LESSONA SELLA X TAURASI RADICI


Convidei um amigo e apaixonado enófilo, para almoçar em minha casa com a promessa que eu prepararia alguns pratos clássicos da cozinha piemontesa se ele fornecesse os vinhos.
 

Os pratos: “Carne Cruda Battuta al Coltello” (carne crua picada com faca) em quatro versões, “Risotto aí Funghi Porcini” (risotto com cogumelos secos” e “Ossobuco al Civet” (ossobuco ao molho de vinho)
 

Receitas calóricas, condimentadas e importantes, que exigiam vinhos tintos, também, importantes.
 

O amigo não decepcionou e se apresentou com um Lessona Sella 2007 e um Taurasi Mastrobernardino 2008.

Uma pequena pausa antes do almoço....

O Lessona, desde sempre um dos meus tintos preferidos, nasce nas terras da aldeia homônima, no extremo norte do Piemonte, é produzido por meia dúzia de produtores e as vinhas cobrem um total de 34 hectares.
 

A pequena área, todavia, produz um gradíssimo vinho.

Fazendo uma conta rápida é possível deduzir que a produção, da DOC Lessona, não supera as 200-220 mil garrafas.

Vinho raro, mas nem por isso caro, o Lessona Sella custa 20-25 Euros nas enotecas italianas.

Vinho, de proverbial elegância, produzido pela vinícola Sella desde 1671, é vinificado com 85% de Nebbiolo e 15% de Vespolina e afina, durante 24 meses, em toneis de carvalho de 25 hectolitros.
 

Por sua incrível elegância poderia comparar o Lessona à sofisticada classe de Audrey Hepburn.
 

O Lessona Sella 2007 acompanhou perfeitamente a “Carne Cruda” e o risotto.

O “Taurasi Radici”, que estava respirando, tranquilamente em um canto, foi servido quando o ossobuco chegou à mesa.

Já ao nariz pude perceber que Taurasi da Mastrobernardino falava inglês e, pior, com o sotaque americano da Winespeculeitor:  Garrafas “fabricadas” para agradar aos enófilos que continuam “mastigando” vinho.

Na boca a certeza e o desespero…. Se o Lessona me lembrara a Audrey Hepburn, aquele Taurasi trazia à mente o Mike Tyson.
 

Madeira em quantidade industrial, excessivas notas balsâmicas (parecia que estava cercado por uma floresta de eucaliptos), taninos agressivos, equilíbrio zero…um horror.

Não quis melindrar meu convidado declarando que aquele Taurasi era uma “tremenda bosta”, mas encostei a taça e não bebi mais nem meio gole.

O Taurasi é um dos mais importantes tintos italianos.

 

A Aglianico, casta que o origina, se adaptou perfeitamente nas terras montanhosas da sub-região “Irpinia” (província de Avellino), mais precisamente em Taurasi, cidade que lhe empresta o nome e nas aldeias limítrofes.
 

O “Taurasi” é um vinho soberbo que recomendo com entusiasmo, mas, sem pensar muito, afirmo que o “Taurasi Radici”, da Mastrobernardino, “fa cagare”.
 

Bacco