Na década de 1950 Nelson Rodrigues considerava o povo
brasileiro portador do “Complexo-Vira-Latas”.
Na visão de Nelson o brasileiro pecava pela timidez, quase
pusilânime, quando se comparava, especialmente, com os europeus “Por ‘complexo de vira-latas’ entendo eu
a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do
resto do mundo........”
Naqueles anos pode até ser que
Rodrigues tivesse razão, não sei, o que sei é que hoje o brasileiro, em muitos
setores, especialmente na eno-gastronomia, deixou para trás o complexo-vira-lata
e se considera um galgo afegão.
O brasileiro tem orgulho por
possuir o maior rebanho bovino do mundo, ser o produtor número 1 de açúcar e
café, 2º de soja, 3º de milho, 3º de frutas, 4º de feijão, 5º de algodão etc.
etc. etc.?
Não, o brasileiro, apesar do nosso país ser uma superpotência
agrícola, não se orgulha disso, continua com complexo-vira-lata,
prefere se imaginar galgo afegão e acreditar, tchã, tchã, tchã,
tchã, que o Brasil é uma excelência mundial na produção de
laticínios,
vinhos e mais recentemente, de azeite.
Tudo começou há algumas décadas quando os gaúchos resolveram
se autodeclararem 2º melhores produtores de espumantes do
mundo.
Franceses, italianos, espanhóis,
portugueses, alemães etc. tremeram, mas quando finalmente beberam algumas
garrafas do 2º melhor espumante do mundo quase morreram de tanto rir.
Preço de Champagne Grand Cru e
qualidade ridícula, os convenceram que o “2º melhor espumante do mundo” era apenas uma piada de mau gosto e alto gasto.
Há poucos anos surgiu uma nova “injeção-ufanismo” para revigorar, consolidar o “Complexo-Galgo-Afegão” do consumidor nacional: “Queijo
Mineiro o Melhor do Mundo”.
Produtores de laticínios da
França, Itália, Holanda, Alemanha etc. mais uma vez tremeram e temeram por seus
Beaufort, Cantal, Brie, Roquefort, Bleu d’Auvergne, Gorgonzola, Parmigiano,
Taleggio, Caciocavallo, Grana Padano, Castelmagno, Leyden, Nagelkass, Gouda,
Serra da Estrela, Tilsiter, Harzer, Limburger.......
A tremedeira cedeu, diminuiu e
foi substituída por enormes gargalhadas quando os tradicionais produtores
europeus provaram os “premiadíssimos” queijos mineiros.
Já não acreditava, eu, que o
Brasil pudesse inventar um novo e soberbo “melhor do mundo”; espumante e queijo
já eram mais do que suficientemente ridículos.
Ledo engano...... afinal se as melhores urnas eletrônicas do mundo
são produzidas na Bahia, o melhor azeite do mundo (ói nóis aqui
traveis…) poderia deixar para trás a milenar tradição grega,
espanhola, italiana, portuguesa etc., e fincar raízes em Minas Gerais,
São Paulo, Rio Grande do Sul......
Sim, caro Nelson Rodrigues, se você
voltasse à vida teria orgulho do brasileiro.
O brasileiro aposentou, de vez, o “complexo-vira-lata” e adotou
definitivamente o “Complexo-Galgo-Afegão”.
Um pequeno problema: O brasileiro
“Galgo-Afegão” adora ser sodomizado pelos predadores de plantão.
Um litro de ótimo azeite
espanhol, português, grego, italiano, custa em média, 9/13 Euros (R$ 50/73).
Nossos predadores não dormem no ponto e....... Azeite Lidio Carraro “Picual” 250 ml = R$ 68,15 (litro R$ 272,60)
LIDIO CARRARO AZEITE EXTRA VIRGEM PICUAL 250 ML:
Prosperato Premium 500 ml=
R$120,00 (litro R$ 240)
Bueno AZ 0.2 - 500 ml= R$ 218,00
(litro R$ 436,00)
Azeite Bueno Az 0.2 500 ml
4x de R$54,50 /
R$218,0
Mantikir Summit Premium 250 ml =
R$ 190,00 (litro R$ 760,00).
à venda em garrafas de 250 ml (R$ 190)
Não quero prolongar meu
“Lagar-Sadismo”, só espero que a Johnson & Johnson, não aproveite o aumento das vendas de KY, na comunidade dos
“Galgos-Afegãos”, e resolva lançar o “KY-Premium-Extra-Melhor-Do-Mundo” por módicos R$ 250.
Dionísio
Obrigado por me lembrar que tudo no bananal custa muito e entrega pouco (exceto taxas de juros, obrigado meu governo por décadas de glórias fáceis).
ResponderExcluirTenho 25 anos de experiência em grandes indústrias no bananal. A obsessão de TODAS, sem exceção, é a de corte de custos, ou seja, como oferecer o produto mais barato possível. A cópia, o genérico. Não a toa diversos gestores Brasileiros fazem sucesso no exterior e comandam multinacionais quando o momento é de apertar oa cintos. Apertam os fornecedores, funcionários, embalagens, ingredientes, etc. NUNCA vi uma empresa nacional focar em qualidade. Repito: NUNCA. Marcas de roupas caríssimas aqui não duram 5 lavagens, chocolates cada vez piores lotados de manteiga, vinhos, queijos patéticos e um longo etc.
ResponderExcluirNem preciso provar o tal azeite, o Brasil é a terra do "mais barato possível pra produzir" e pronto. Vá a um supermercado na Argentina em crise e verá produtos muito melhores que os nossos. Europa nem se fala.
Taga.
Concordo 100%
ExcluirTagarecha, manteiga em chocolate? Antes fosse.
ExcluirA track and field foca em qualidade. Eu compro roupas esportivas nos estrangeiro e na T&F. Nao perdem para ninguém (mas são caras). Natura também presta. O resto ...
Nunca usei T&F, vou acreditar na sua boa fé. Eu tentei Reserva (marca cara de camisas/camisetas) e a qualidade é patética. Roupa de preço similar no estrangeiro dura pelo menos 10 vezes mais. Pelo menos!
ExcluirChocolate não sei dizer o que é, gordura trans, sei lá, mas a qualidade é ladeira abaixo e se acentuou recentemente. Isso pra não falar na quantidade, uma caixa de bombons nos anos 90 vinha lotada, caindo bombons pelos cantos, hoje vem tão vazia que tenho medo do MST resolver invadi-la.
Taga.
bis, sonho de valsa, Lolo, chokito, e por ai vai, tem mais açúcar que acucar. E aquela gordurinha trans que vai matar o vivente rapidinho. Umas fraudes. As empresas que montam esses doces estão matando o povo.
ExcluirAcho que o tema é mais complexo em relação a azeites. Embora o preço do produto nacional seja caro, mas não necessariamente maior do que opções importadas, o azeite brasileiro tem uma vantagem potecial sobre o estrangeiro, que é a possibilidade de ser consumido mais jovem, o que lhe dá mais frescor e qualidade. Coloco como possibilidade e não garantia, claro. A prensagem do azeite no Brasil normalmente ocorre por volta de abril. Logo após, é o melhor momento para comprar. Agora, em junho, existem diversos azeites nacionais mais jovens e eles tendem a ser melhores do que os estrangeiros que chegam por aqui, normalmente com data de prensagem bem mais antiga. É só conferir nas lojas: o estrangeiro normalmente chega aqui com mais de um ano de prensagem. Se fizerem uma comparação com um azeite nacional novo, e eu já fiz algumas vezes, o nacional tende a ser melhor. Estou falando de azeites nacionais bons, como o Boriello, e não desses produzidos por vinícolas nacionais, que tendem a ser suspeitos. O azeite nacional é caro, mas, ao contrário do vinho, ao menos é bom.
ResponderExcluirAri, você deixou de lado o azeite da Argentina e do Chile. São colhidos no mesmo semestre que os de banânia. E são melhores e mais baratos.
ExcluirTudo que essas vinicolas nos ofertaram até hoje (vinhos, degustações, eventos, bitcoin de vinhos, etc) foram pegadinhas. Difícil acreditar em qualquer coisa que saia de lá, seja azeite, grapa ou cremes de spa.
ExcluirNenhum azeite nacional bate um Josep Llorens. E são mais caros.
ExcluirAnônimo, conheço pouco azeites argentinos e chilenos. Devem ser uma boa opção.
ExcluirRecomendo um teste: peguem um mesmo que tenha mais de um ano de extração e comparem com o mesmo azeite, só que recem posto no mercado. A diferença é gigante. O azeite tem uma vida relativamente breve. Por isso que os importados, quando chegam ao Brasil, normalmente já contam com mais tempo de extração. É só ver a data que consta no rótulo.
ExcluirTenho comprado um uruguaio que me agradou muito, com um bom preço. Tenho receio com relaçáo ao armazenamento desses produtos. Como amigo acima citou, tudo é cortar custos....sem falar nas falsificacoes!
ResponderExcluirOs Garzon são muito bons.
ExcluirQualquer azeite bom produzido por vinícolas portuguesas (Cartuxa, Mouchão, Cortes de Cima, Pintas, Paulo Laureano etc), mesmo com o aumento recente, não é superado pelos melhores azeites brasileiros.
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