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quinta-feira, 19 de maio de 2022

AROMAS & SABORES

 


Não entendi a tamanha repercussão e celeuma provocadas pelos sanduiches de picanha, sem picanha, do Mcdonald e os de costela de porco, sem costela de porco, do Burger King.

Eu, que nunca entrei em um Macdonald, a não ser para fazer xixi, não consigo entender como alguém possa gostar de comer aquelas porcarias gordurosas que a multinacional americana produz.

Mas o que me surpreende é o “espanto” das pessoas com a fraude das mencionadas redes, de quase-alimentação (e outras também), com a utilização de sabores artificiais em seus produtos.

É mais que notórios que as técnicas industriais retiram sabores dos alimentos, assim, se torna necessário repô-los e é justamente aí que entram os aromas artificiais.

Algumas informações: A indústria americana dos aromas “Internacional Flavors & Fragrances (IFF) ” fatura 1,5 bilhões de dólares por ano e é pouco conhecida fora do meio, mas sem ela o hambúrguer não teria sabor de picanha, o sorvete de morango, o dentifrício de menta, o salmão de defumado, o biscoito de coco, o vinho de tabaco, tomilho, madeira, “flores brancas”, “frutas vermelhas” etc. etc. etc.

Algum enófilo panglossiano, com cara de espanto, perguntará: “No vinho, também? ”.

Não todos, mas em muitos, sim e especialmente naqueles produzidos pelas grandes vinícolas.

As industrias vinícolas padronizam, estandardizam seus produtos para mantê-los o mais possível sempre iguais e não “chocar” os paladares dos habitués.

Você acha, por exemplo, que a Miolo não padroniza seus deploráveis “Seleção” e o carí$$imo “Sesmarias”?

(um quase vinho)

Você acredita que a “Antinori” produz o “Santa Cristina” sem adicionar nada ao mosto?

São apenas duas vinícolas que me vieram à mente, mas a esmagadora maioria usa e abusa de aromas artificias.

Os “chips”, aqueles pedacinhos de madeira aromatizantes, apareceram e criaram moda a partir dos anos 1990.

Os influenciadores, críticos, experts da época (Parker em primeiríssimo lugar) determinaram que o vinho deveria ter algo mais além dos aromas e perfume da uva.


O vinho da moda deveria ter outros sabores: Baunilha, madeira, café, chocolate, abacaxi, especiarias, couro, charuto e...Bem, deixa pra lá.

Se milhares de produtos eram aromatizados artificialmente quem impediria de fazer o mesmo com os vinhos?

Começou, então, o maciço uso de aditivos artificias no mosto dos vinhos.

Nos saquinhos, parecidos com os do chá, há de tudo e para todos os gostos e pouco importa o que os sommeliers percebem cheirando taças e mais taças…. eles perceberão apenas os aromas   que as indústrias dos aromas produzem.

Exagero?

Dê uma olhada no site abaixo e depois beba uma taça de um quase-vinho da Miolo .....você merece

https://nobile-oenologie.com/it/nobile-staves/

Condenar, então, as redes que produzem porcarias de sanduiche de carne sem carne e deixar de lado os biscoitos de coco sem coco, bala de limão sem limão, salmão defumado sem defumação e vinhos aromatizados artificialmente é injusto: Ou todos ou ninguém....

Mais uma coisa....Se você confia e acredita na pureza e inocência de nossos castos e ilibados industriais vinícolas é um sério candidato a receber o prêmio Candide, ou l'Optimism 2022”.


Dionísio


 

8 comentários:

  1. Os Americanos são os reis em adicionar sabores, aromas e até corantes artificiais em seus vinhos. Eu até gosto dos vinhos produzidos em Napa Valley (apesar de serem extremamente supervalorizados), mas praticamente tudo que é produzido sem AVA, apenas com a denominação "Califórnia", é lixo imprestável, nesses vinhos imperam oak chips, megapurple e essências.

    Qualquer pessoa que já teve o desprazer de tomar o horrendo Meiomi Pinot Noir sabe o que estou falando. Esse LIXO custa na casa dos 15 dólares nos EUA, mas é vendido no Brasil pela Mistral por mais de R$ 400,00! Eu gostaria muito de conhecer um otario que paga esse valor em algo que está mais para um (péssimo) coquetel do que um vinho.

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    1. Prepare-se para ir ao Maracanã para conhecer uma verdadeira multidão de idiotas que compram o vinho americano e outros imprestáveis e carissímas garrafas

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  2. Produção sustentável de vinhos começa a ganhar espaço no Brasil
    Diante das novas demandas ambientais, produtores de países como França e Nova Zelândia já passaram a adotar práticas que respeitam a natureza.

    https://veja.abril.com.br/gastronomia/producao-sustentavel-de-vinhos-comeca-a-ganhar-espaco-no-brasil/?fbclid=IwAR2J60n5KecVqwLmiiie_CevZuhTwunaYEikdSUmAf5sZvhAhJefX4bTGRg

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    1. Como sempre, quem escreve sobre vinhos, no Brasil, não entende nada do assunto "Na região do Vale do Loire, conhecida pelos vinhos Sancerre feitos com a uva pinot noir....." Veja, abra os olhos......

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    2. O comentário deve ter resultado de leitura dinâmica de alguma resenha sobre os vinhos do Vale. Sancerre produz bons vinhos com
      Pinot Noir, embora em volume muito inferior ao famoso branco. Deve ter lido, registrado apenas a frase secundária e se vende como especialista. Pior é que por aqui não acontece apenas com a cultura vinicola.

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  3. Brasília produzindo vinhos

    https://youtu.be/xTy38lyG-68

    https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-df/2022/05/regiao-do-df-trabalha-para-ser-polo-produtor-de-vinho

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  4. Depois da sabrage com salto alto, que venha o decanter com formato da sapatilha de piloto de F1.
    https://revistaadega.uol.com.br/artigo/piloto-da-f1-lanca-vinho-e-decanter-em-formato-de-sapatilha.html

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