Facebook


Pesquisar no blog

segunda-feira, 30 de maio de 2022

CERVEJA X VINHO

 


Enquanto o consumo do vinho, no Brasil, continua patinando entre 1,8 e 2,2 litros per capita/ano e aparece apenas em 27º lugar no ranking mundial, o da cerveja alcança a nada desprezível 3ª posição.

O Brasil consome 7% do volume mundial de cerveja ficando atrás apenas da China, com seus 27% e Estados Unidos com 13%.

O estudo, realizado pela plataforma CuponValido.com.br, aponta que o brasileiro consome, em média, 72 litros de cerveja/ano e este número ridiculiza os míseros 2 litros/ano do vinho consumidos pelos enófilos tupiniquins.


O brasileiro é bobo, não sabe o que é bom, não conhece vinho, não gosta de vinho?

Nada disso.... No Brasil, o vinho, além de ruim é caro.

Se alguém vier com aquela manjada cantilena, de que o vinho nacional melhorou muito de qualidade, devo concordar plenamente...... piorar seria impossível.

O Brasil vinícola, que produz 80% de seus quase vinhos com uvas não viníferas, para piorar deveria vinificar com o que?

Jabuticaba, mamão, goiaba?

Quem invade o mercado com garrafas e garrafões de Pérgola, Chalise, Dom Bosco, Cantina da Serra, Mioranza, Sangue de Boi, Canção e outras porcarias vinícolas, não pode pretender que os consumidores abandonem a cerveja para consumir os horríveis quase-vinhos-nacionais.

Ruins na qualidade, mas ótimos na propaganda enganosa, nossos produtores tentam ludibriar os consumidores inventando prêmios e medalhas conquistadas em concursos picaretas e divulgando opiniões e comentários positivos de nossos críticos, sommeliers, influenciadores e jornalistas, todos membros do famoso clube “Picaretas de Vida Fácil & Bolsos Abertos”.

Não há preocupação com a qualidade e preços acessíveis, apenas a insano desejo de produzir mediocridades com preços iguais ou superiores, até, dos grandes franceses, espanhóis, italianos portugueses etc.


É ou não é uma vergonha um espumante Geisse custar mais que o dobro de um CHAMPAGNE PHILIPPONNAT - GRAND BLANC EXTRA BRUT 2014 - ASTUCCIATIO 0.75 L

Champagne Extra Brut · 12% vol

Uno Champagne eccezionale, profondamente teso, molto preciso e che stupisce per la sua delicatezza unica!

Un vino della gamma Philipponnat eccezionale, un Pinot Noir che porta la firma del domaine e una cuvée Extra Brut 100% Chardonnay meravigliosa! Invecchiato per 7/9 anni per ottenere una grande complessità e per far emergere gli aromi secondari e terziari, questa cuvée è perfetta per scoprire una grande Blanc de Blancs, moderatamente dosato. Fermo, con una consistenza ricca e affumicata, questo vino può finalmente rivelare tutto il suo incredibile potenziale!

all'unità64,00 €



CAVE GEISSE 2012 BRUT

Método Tradicional

108 meses - 9 anos de guarda

Espumante safra 2012
R$ 800,00ou 6x de R$ 133,33 Sem juros

A verdade?

Vinhos nacionais, nada além de potáveis, por preços escandalosamente caros.

Resultado: No Brasil-Cerveja a “Loira-Gelada” custa, em média, U$ 1,38 (10º preço mais baixo do mundo) um dos motivos que colocam nosso país no 3º lugar mundial do consumo.

Mais um dado para os “desinformantes”: A carga tributária, que incide sobre a cerveja, é de aproximadamente 60% o que pulveriza a argumentação dos nossos predadores-produtores vinícolas que sempre culpam os altos imposto pelos preços escorchantes de suas garrafas.

É o Brasil-Cerveja dando lições de baile ao Brasil dos caríssimos e risíveis quase-vinhos

Dionísio.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

OS VIGARISTAS

 


Leio, sem poder conter e nem disfarçar um irônico sorriso, que o primeiro “Brunello di Montalcino”, produzido por André Esteves, chegará, em breve, ao Brasil.

O que motivou meu incontido sorriso, ao ler a notícia, como de costume regiamente paga, foi a lembrança do passado, não tão distante, que une os dois principais “atores” da reportagem: o brasileiro Esteves e italiana Argiano.

Ambos são notórios picaretas que habitaram, cada qual em sua especialidade, tribunais e cadeias.

André Esteves, envolvido em nebulosas negociatas, chegou a ser preso pela “Lava Jato” e a Argiano, afundou na lama, até os cabelos, por ter sido pilhada na famosa fraude, batizada “Brunellopoli”, que falsificou milhões de garrafas de Brunello di Montalcino.

Leia a matéria

https://www.brunello-montalcino.com/news/brunello-2003-sequestrato-antinori-argiano-frescobaldi-castello-banfi

Esteves e Argiano, como é fácil perceber, possuem DNA parecido…. Adoram uma picaretagem.

A matéria, piegas e paga, tem alguns trechos que me causaram náuseas.

Como não vomitar ao ler a seguinte texto: “.....em 2013, Riccardo Bogi, diretor da vinícola, recorda o clima de incerteza na equipe quando souberam que a propriedade tinha um novo dono e a tranquilidade depois das diretrizes traçadas por Esteves. Ele apenas nos pediu para fazer o melhor Brunello possível, o foco não é fazer grandes volumes, mas produzir o melhor vinho a cada ano. E isso está no DNA de Argiano. ”

Como não morrer de rir ao ler que da união de dois notórios vigaristas nasceria um maravilhoso, ilibado, honesto etc. Brunello di Montalcino?

A lengalenga é sempre a mesma: O jornal$sta publica o press release que lhe é enviado e, sem mudar uma virgula, conta a história de uma antiga e rara vinha que abençoada, por alguma divindade toscana, produz vinho incomparável.

Se é incomparável jamais saberei, pois não tenho nenhuma intenção de torrar 180 Euros na Itália, ou R$ 1.780,00 no Brasil, para comprar uma garrafa de Brunello produzida por conhecidos e renomados vigaristas.

Uma coisa é preciso reconhecer: Esteves soube gastar muito bem os bilhões desviados da Petrobras


Dionísio.

PS. Mais uma coisinha, caro Marcel Miwa, o “...craque toscano Giacomo Tachis” nasceu no Piemonte e mais exatamente em Poirino. Marcel, antes de escrever bobagens, consulte o Google.....

quinta-feira, 19 de maio de 2022

AROMAS & SABORES

 


Não entendi a tamanha repercussão e celeuma provocadas pelos sanduiches de picanha, sem picanha, do Mcdonald e os de costela de porco, sem costela de porco, do Burger King.

Eu, que nunca entrei em um Macdonald, a não ser para fazer xixi, não consigo entender como alguém possa gostar de comer aquelas porcarias gordurosas que a multinacional americana produz.

Mas o que me surpreende é o “espanto” das pessoas com a fraude das mencionadas redes, de quase-alimentação (e outras também), com a utilização de sabores artificiais em seus produtos.

É mais que notórios que as técnicas industriais retiram sabores dos alimentos, assim, se torna necessário repô-los e é justamente aí que entram os aromas artificiais.

Algumas informações: A indústria americana dos aromas “Internacional Flavors & Fragrances (IFF) ” fatura 1,5 bilhões de dólares por ano e é pouco conhecida fora do meio, mas sem ela o hambúrguer não teria sabor de picanha, o sorvete de morango, o dentifrício de menta, o salmão de defumado, o biscoito de coco, o vinho de tabaco, tomilho, madeira, “flores brancas”, “frutas vermelhas” etc. etc. etc.

Algum enófilo panglossiano, com cara de espanto, perguntará: “No vinho, também? ”.

Não todos, mas em muitos, sim e especialmente naqueles produzidos pelas grandes vinícolas.

As industrias vinícolas padronizam, estandardizam seus produtos para mantê-los o mais possível sempre iguais e não “chocar” os paladares dos habitués.

Você acha, por exemplo, que a Miolo não padroniza seus deploráveis “Seleção” e o carí$$imo “Sesmarias”?

(um quase vinho)

Você acredita que a “Antinori” produz o “Santa Cristina” sem adicionar nada ao mosto?

São apenas duas vinícolas que me vieram à mente, mas a esmagadora maioria usa e abusa de aromas artificias.

Os “chips”, aqueles pedacinhos de madeira aromatizantes, apareceram e criaram moda a partir dos anos 1990.

Os influenciadores, críticos, experts da época (Parker em primeiríssimo lugar) determinaram que o vinho deveria ter algo mais além dos aromas e perfume da uva.


O vinho da moda deveria ter outros sabores: Baunilha, madeira, café, chocolate, abacaxi, especiarias, couro, charuto e...Bem, deixa pra lá.

Se milhares de produtos eram aromatizados artificialmente quem impediria de fazer o mesmo com os vinhos?

Começou, então, o maciço uso de aditivos artificias no mosto dos vinhos.

Nos saquinhos, parecidos com os do chá, há de tudo e para todos os gostos e pouco importa o que os sommeliers percebem cheirando taças e mais taças…. eles perceberão apenas os aromas   que as indústrias dos aromas produzem.

Exagero?

Dê uma olhada no site abaixo e depois beba uma taça de um quase-vinho da Miolo .....você merece

https://nobile-oenologie.com/it/nobile-staves/

Condenar, então, as redes que produzem porcarias de sanduiche de carne sem carne e deixar de lado os biscoitos de coco sem coco, bala de limão sem limão, salmão defumado sem defumação e vinhos aromatizados artificialmente é injusto: Ou todos ou ninguém....

Mais uma coisa....Se você confia e acredita na pureza e inocência de nossos castos e ilibados industriais vinícolas é um sério candidato a receber o prêmio Candide, ou l'Optimism 2022”.


Dionísio


 

terça-feira, 10 de maio de 2022

ORKUT E FUSILLI AL LIMONE

 


Lembram, ainda, do Orkut?

Não sei se é normal, ou estou envelhecendo muito rapidamente, mas sempre e com maior frequência, as lembranças me provocam boa dose de nostalgia.

A nostalgia me atingiu em cheio, esta semana, ao receber uma mensagem do amigo Magno.

Conheci Magno através do finado Orkut e durante alguns anos nos comunicamos e trocamos ideias sobre vinhos e comidas.

Magno gerenciou um importante grupo do Orkut (já não lembro o nome....) que tratava de eno-gastronomia.

 Aos poucos alguns dos membros do grupo foram estreitando laços, cultivando amizades, até que surgiu a ideia de realizar alguns encontros para melhor se conhecerem.

A amizade, de alguns integrantes do grupo, foi aos poucos se fortalecendo e culminou com a realização de almoços realizados em Brasília e São Paulo.

O primeiro encontro gastronômico foi realizado, em minha casa brasiliense e contou com a presença de Magno e alguns amigos paulistas.

Como quase sempre acontece, o tempo, a distância e o prematuro “funeral” do Orkut dispersaram e dissiparam as amizades.


Já não lembro o nome de quase nenhum e um dos poucos que ainda restam em minha mente é Magno que em sua mensagem pediu a receita de uma massa que há anos publiquei: “Orecchiette com Spinaci e Pistacchi”

Nos anos “orkutianos” B&B era um site hospedado na Locaweb.

 Quando optei pelo atual blog, centenas de matérias, fotos, comentários, dicas, receitas etc., foram para o brejo e para brejo foi também e justamente a receita “Orecchiette con Spinaci e Pistacchi” (Massa com Espinafre e Pistache) que Magno pediu em sua mensagem.


Guardo em minha mente dezenas de receitas que cozinho regularmente, mas há outras, realizadas com menor assiduidade, que salvei, prudentemente, em “documentos”.

 Infelizmente a receita “Orecchiette con Spinaci e Pistacchi” não salvei.

Magno, infelizmente, precisará esperar que um raio de luz ilumine minha escura e cansada memória e traga de volta a receita da massa que provei, em um restaurante de Taormina, no início dos anos 2000

Mas nem tudo está perdido….

Caro Magno, esqueça, por enquanto, a massa “siciliana” e vá de “Fusilli al Limone”

INGREDIENTES (4 pessoas)

¾ de um pacote de “fusilli”

4 limões sicilianos

Creme de leite fresco (3 xícaras de chá)

Manteiga

Queijo Parmigiano ou Grana

Uma dose de Cognac ou Whisky

Suco de limão

Sal.

PREPARAÇÃO 

Retire as cascas dos limões, com o aparelho apropriado, bem finas e sem a parte branca.

Numa frigideira grande e de bordas altas, aqueça 3 colheres de manteiga.

Junte as cascas dos limões, frite por 15/20 segundos e em seguida adicione metade do creme de leite, duas colheres de suco de limão, o Cognac ou Whisky e leve quase à ebulição.

Enquanto prepara o molho coloque uma panela com água e um pouco de sal para ferver.

Quando a água atingir a ebulição jogue a massa na panela e tampe.

No pacote da massa há uma indicação do tempo de cozimento.

Prove os fusilli e quando estiverem “al dente” junte-os ao molho quase fervente.

Incorpore o restante do creme de leite e, sempre com o fogo aceso, amalgame o todo durante 10/15 segundos

Na hora de servir junte abundante Parmigiano ou Grana

Para beber?

Um belo e barato vinho branco: Chardonnay Tarapacá Cosecha de R$ 39,90


Bacco