Continuo a matéria “ …. E o Barolo Venceu” afirmando que é sempre o dinheiro e não a melhoria da qualidade, que motiva os produtores a tentarem modificar este ou aquele disciplinar.
São sempre os vinhos importantes que sofrem os “ataques” dos
predadores: Vinhos populares, baratos, do dia-dia,
não dão “ibope” nem podem ser supervalorizados.
É sempre é bom lembrar que a mesma tentativa, de modificar a
vinificação e modernizar o Barolo, ocorreu, em 2008, com o Brunello di
Montalcino quando meia dúzia de picaretas foram pegos, pelos controles da província
de Siena, ao adicionarem Cabernet Sauvignon e Merlot ao Sangiovese
Grosso.
Os nomes dos denunciados pelo MP italiano?
Antinori, Argiano, Banfi,
Casanova di Neri e Frescobaldi
O motivo e desejo é o de sempre: Encurtar os tempos para que o
vinho esteja “pronto” para beber, agradar os paladares “internacionais”,
aumentar a produção e rentabilidade.
Brunello e Barolo precisam de “seus tempos” para poder revelar
todo o potencial, alcançar toda a excelência de seus refinados aromas e revelar
sua proverbial elegância.
Não são vinhos imediatos para imediatistas.
O tempo e a tradição venceram: os “modernistas”, atropelados pelas
mudanças na preferência e gosto dos consumidores e com a aposentadoria da moda
“parkeriana”, já não fazem sucesso.
Tive mais uma prova, de que o Barolo tradicional havia vencido,
semana passada, quando, mais uma vez, visitei o incrível e ótimo wine bar e
restaurante “Le Case Della Saracca” em Monforte D’Alba.
Visitar a região de Alba e não conhecer o centro medieval de Monforte,
seu charme, seus bares e restaurantes, é um verdadeiro pecado.
Vielas estreitas e silenciosas, casas seculares, agrupadas em posição de vigília e defesa, ângulos surpreendentes, característicos e envolvidos por aura misteriosa…uma festa para os olhos e imaginação.
É neste ambiente fantástico que encontramos, a não menos
fantástica, “Le Case Della Saracca”.
No começo da tarde, um aperitivo no bar do “Le Case...” é imperdível.
Incrível variedade de espumantes Alta Langa, Trento, Franciacorta,
mais de trinta etiquetas de Champagne, vinhos brancos de todas as partes da Itália,
dezenas de etiquetas francesa, uma soberba seleção de Barolo, Barbaresco,
Nebbiolo, Barbera etc. chegam a confundir e inibir a escolha.
Antes do jantar optamos por beber duas taças de Champagne.
Ambiente alegre que “afoga” o COVID em taças e taças de bom
vinho...
Mais duas taças de Champagne, mesa reservada, pratos
escolhidos...
Chegou a hora do vinho.
Optamos por um Barolo e como de costume, pedi a indicação à
garçonete recomendando: “um Barolo tradicional...”
A moça pediu licença e
retornou com Giulio Perin, proprietário do local, que trazia em sua mão duas garrafas.
Apresentações feitas, elogios ao local e .... “Pensei em recomendar estes dois Barolo tradicionais, de pequenos
produtores, que reputo bem acima da média. Eu, particularmente, indicaria este,
de 2015, que está pronto para beber”.
Quem sou eu para discordar de Giulio Perin!
Garrafa aberta, taças ansiosas e..... lá fomos nos.
https://www.youtube.com/watch?v=F3EK7114mDM
Continua
Bacco
Bom dia!
ResponderExcluirNotei no contra rótulo, L01/2018. Isto quer dizer engarrafado após
3 anos em madeira?
Juro que nunca havia notado e parabéns pela "descoberta" . Deve ser o que você escreveu
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