Não sei o porquê, mas todas as vezes que leio uma reportagem,
rigorosamente paga, sobre vinhos nacionais, lembro do cenário político
brasileiro: Há sempre e apenas, um quinto de verdades (meias verdades já
eram....).
Nossos produtores consideram e tratam os consumidores
tupiniquins como se fossem perfeitos idiotas.
Há, sim, uma boa parcela de eno-patriotas-tontos, que acredita
e considera o Pérgola, Country Wine, Chalise, Espuma de Prata, Cantina da
Serra, Sangue de Boi e outros insultos à enologia, “vinhos”, mas há, também,
incontáveis enófilos que sabem reconhecer boas garrafas e não se deixam enganar
pela limitadíssima qualidade e o desproporcional preço de nossos vinhos.
Os produtores nacionais, tentando desviar as atenções da baixa
qualidades e caros preços de suas garrafas e garrafões, “descobrem” a todo
momento e em todos os cantos, do imenso Brasil, a “Terra
das Vinhas Prometidas”.
Produzir vinhos, no Brasil, deve ser um ótimo negócio, pois desde o Rio Grande do Sul, até Pernambuco, passando por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, há videiras e vinícolas.
Nossos “Moisés” das “Vinhas Prometidas”, em pouquíssimos anos,
conseguiram alcançar resultados até melhores do que os de seus colegas europeus
que, coitados, sem conhecimento e sagacidade de nossos vinhateiros, demoraram
milênios para descobrir.
Exemplos?
“O espumante nacional é o segundo melhor
do mundo”
“O Intrépido Syrah (de Cocalzinho) é uma aberração de tão bom… (Manoel
Beato) ”
“Espumantes
nacionais ganham medalhas de ouro em concursos franceses”
“ O inigualável Leopoldina Gran Chardonnay D.O 2017 da Casa
Valduga recebeu medalha de ouro em concurso francês”,
“Vinícola Campestre é medalha de ouro em concurso na França”
“Espumante
130 Blanc de Blanc é eleito melhor do mundo em renomado concurso francês”
“Vinícola Guaspari é
premiada em dois grandes concursos internacionais”.
Poderia continuar apontando um sem número de reportagens,
“quintos de verdades”, que nossos impolutos produtores compram, sem o mínimo
pudor, de revistas, blogueiros, jornais, influenciadores, sommeliers etc.
Esta longa e repetitiva (já não lembro quantas
vezes abordei o mesmo assunto) introdução precede o comentário que pretendo
escrever sobre a matéria que uma caneta de aluguel escreveu no “El Pais”
“O Brasil aprende a beber espumante e valoriza o produto feito em casa”
A caneta alugada, já no
início, dá provas que o dinheiro embolsado será respeitado mesmo que a apologia
aos espumantes nacionais seja um total desrespeito à inteligência dos enófilos.
“A primeira
surpresa quando se toma um espumante produzido no Brasil vem do paladar. O
sabor, normalmente leve e fresco, cumpre bem o papel de um vinho dessa
categoria. A segunda, possivelmente, será seu cérebro confuso - ainda na
primeira taça - não lá pelo final da garrafa, quando qualquer confusão já é de
se esperar. O levantar de sobrancelhas é fatalmente precedido pela pergunta:
Mas é brasileiro? ”
Minha opinião: Normalmente a
primeira surpresa é o preço.
A segunda, concordo, aparece já
na primeira taça onde a confusão cerebral e total especialmente quando se pensa
na relação preço/qualidade.
Genial, mesmo, é o “achado” da
caneta de aluguel: “O levantar de
sobrancelhas é fatalmente precedido pela pergunta: Mas é brasileiro? ”
A caneta de aluguel, levanta as sobrancelhas,
freia sutilmente o entusiasmo, mas deixa transparecer que a pergunta poderia
continuar com mais uma piada: “....Parece
francês”;
Faltou coragem ou grana......
Outra pérola da caneta alugada é
a sua incursão nas estatísticas
“......as vendas de espumante cresceram
exponencialmente na última década. Enquanto em 2002, o consumo de espumante
nacional foi de 4,2 milhões de litros, em 2012 esse número saltou para 14,7
milhões de litros”.
Para melhor
informar, a caneta que a$$ina a matéria, deveria salientar que os 14,2 milhões
de litros de espumante produzidos empalidecem quando comparados aos 140 bilhões
de litros de cerveja que os brasileiros secaram em 2020 e ainda mais ridículos
se comparados, por exemplo, aos 500 milhões de garrafas só de Prosecco que o mundo
secou, também, em 2020.
A caneta alugada deve ter enxugado a garrafa de espumante nacional e seu cérebro, além da confusão, entrou em delírio e incorporou o mesmo espirito do “Samba do Crioulo Doido”
(os
fanáticos, do politicamente correto, devem procurar e brigar com os herdeiros
do Sergio Porto....) e começou a escrever um monte de merda como esta:
“Recentemente, o Vale dos Vinhedos, localizado na Serra Gaúcha, entre os
municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, recebeu o selo de
Denominação de Origem, o que significa que os vinhos produzidos nessa região
devem obedecer a regras específicas em relação à plantação da uva e elaboração
do vinho, além de valorizar as peculiaridades da região. Para se ter uma ideia,
o champagne, produzido na região de Champagne, na França, só leva este nome
porque também tem um selo de Denominação de Origem”
O palerma que escreveu esta
sandice deveria perder, caso a possua, a carteira da ABJ.
O palerma tenta comparar e
atribuir a mesma importância, seriedade e rigor, da denominação de origem gaúcha,
à “AOC” francesa.
Já vi tentativas tolas e
ridículas de querer comparar os produtos e produtores gaúchos aos champenois,
mas esta merece uma picareta de ouro....
Um palerma sempre atrai outros e
nossa caneta de aluguel encontra facilmente dois: Frank Bischoff e Rosana Pasini.
Leiam, sem vomitar, por favor....
“Como o espumante
brasileiro ganhou vários prêmios na França, ele está em paridade com os vinhos
franceses”, compara o sommelier Frank Bischoff, que ao longo de seis anos
trabalhando em uma loja de vinhos de São Paulo, viu a oferta de espumantes
nacionais crescer 60% nas prateleiras.“Os críticos de vinho estão falando muito
lá fora sobre o espumante brasileiro. Existe o champagne da França, o prosseco
da Itália e a Cava da Espanha, mas faltava algo novo, algo do novo mundo, e o
Brasil chega para tomar esse espaço”, explica a supervisora de importação da
Aurora, Rosana Pasini.
O Frank deve ter caído,
quando criança, em um barril de espumante “Salton
Demi Sec” e perdido grande parte
de seus neurônios.
A pérola do “sommerdier”, “Como o espumante brasileiro ganhou vários prêmios na França, ele está em paridade com os vinhos franceses”, me causou importantes problemas intestinais.
Quando começava a recuperar a normalidade
aparece a pérola da Rosana “Rousseff” Pasini: “....mas
faltava algo novo, algo do novo mundo, e o Brasil chega para tomar esse
espaço”,
Aceito doações de
papel higiênico..... o meu acabou
Dionísio.
PS> Para quem quiser
ler na íntegra a linda e isenta reportagem
https://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/07/sociedad/1386420296_182569.html
Putin já deu a ideia. Em breve, o governo decreta que só podem chamar "espumante" se for produzido no Rio Grande do Sul!!!
ResponderExcluirRsss
ResponderExcluirA cretinice, ops digo criatividade continua....
ResponderExcluirhttps://www.venicewine.co/vai-passar-sauvignon-blanc-2021
Uma verdadeira obra de arte!!!!
ResponderExcluirhttps://exame.com/casual/marca-nacional-lanca-vinhos-em-homenagem-a-tarsila-do-amaral/
O meu cérebro também ficou confuso vendo esse Bischoff escrevendo prosecco como "prosseco"...
ResponderExcluirINACREDITÁVEL! A picaretagem atige níveis galácticos. A Tarsila deve estar chorando de raiva
ResponderExcluirA Tarsila certamente! Já lidio carraro....não!
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