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segunda-feira, 22 de julho de 2019

LACRYMA CHRISTI





A pontualidade é uma das minhas incontáveis manias.

Uma das coisas que mais detesto é quando alguém me convida, para almoço, jantar, ou outro compromisso qualquer, “lá-pras...” (lá-pras-oito”, lá-pras-nove, lá-pras......)

 É a horrível cultura do horário “lá-pras”.

Para mim é um drama,

Quando marco, um almoço, para às 13 horas o almoço será às 13 horas.

 Os folgados e defensores do “lá-pras”, que chegam às 13,45, às 14 ou às 14,15, normalmente, comem os pratos frios ou requentados.

 Não raro, todavia, exagero na pontualidade e o exagero se revela, “em todo seu esplendor”, quando preciso viajar: Sempre chego ao aeroporto 3 ou 4 horas antes do voo.

Em minha última viagem não foi diferente ..... Quando me aproximei do balcão da companhia, percebi que o “Check-In” somente iniciaria uma hora e meia mais tarde.

Ficar sentado e apreciar a caótica, barulhenta e apressada “Torre de Babel” da área de embarque do Malpensa, não é exatamente um dos meus programas prediletos.

Sem pensar, duas vezes, entrei no elevador, subi até o terceiro andar e me acomodei em uma mesa do “Rossopomodoro”.

O “Rossopomodoro” é uma barulhenta pizzeria que divide o espaço, da praça de alimentação, com um, não menos ruidoso, McDonald’s.


Nunca entrei em um McDonald’s: Não confio e sempre temi que me servissem vinho com ketchup ou maionese....

O cardápio do “Rossopomodoro” anunciava um vinho da casa, por 4 Euros e outro, tão anônimo quanto o primeiro, por 5 Euros.

A garçonete, solícita e ignara, não soube responder qual era o vinho de 5 Euros, mas para me tranquilizar afirmou: “…. é muito bom e se não gostar eu troco”.

Simpatia, sorriso e .... A moça voltou com uma abundante taça de vinho e confidenciou: “ Sequei a garrafa…”

Quantidade muito interessante, mas o vinho?

Sua cor, amarelo dourado e um nariz, de importantes e complexos aromas, me impressionaram, mas foi a boca que me convenceu: Aquele era um vinho nada banal! Muito pelo contrário, um belíssimo e interessante branco.

Consegui “agarrar” garçonete, em uma de suas frenéticas corridas, e pedi para ver a garrafa.

A elétrica atendente deixou a garrafa vazia em minha mesa onde calmamente a fotografei: “Lacryma Christi del Vesuvio” Crya 2018.

O produtor, Antonio Caputo, parece ter sido atingido pela lava do Vesúvio e seu site é o mais caótico, bagunçado e indecifrável que se possa imaginar.

Informações, contrastantes e incompletas, não esclarecem nada sobre o ótimo “Coda di Volpe” que tive a sorte de degustar no “Rossopomodoro”.

Aliás, não é a primeira vez que os vinhos das encostas do Vesúvio me surpreendem e quem acompanha B&B certamente lembrará a matéria deste link.  http://baccoebocca-us.blogspot.com/2019/02/piedirosso.html

O CRYA “Lacryma Christi”, vinificado com 100% de uvas “Coda di Volpe” tem uma boa estrutura, notas floreais muito pronunciadas e na boca é um festival de frutas onde é fácil perceber a pera e o abacaxi.

Belo vinho, difícil de encontrar no norte da Itália, mas que merece parada para uma taça no “Rossopomodoro” do aeroporto de Malpensa.

Algumas informações: A “Coda di Volpe”, também chamada “Caprettone”, é uma uva autóctone da Campânia, de origens muito antigas, já conhecida e vinificada pelos romanos.

Bacco

3 comentários:

  1. Boa, Bacco!

    Mudando um pouco de assunto, as bizarrices do mundo do vinho não tem fim. Veja isso:

    https://blogs.gazetaonline.com.br/vinhosemaisvinhos/2019/07/untouched-by-light-o-primeiro-espumante-produzido-totalmente-no-escuro.html

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  2. Respostas
    1. hahahaha. Só pode. Logo a moda chega aqui.

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