A pontualidade é uma das minhas incontáveis manias.
Uma das coisas que mais detesto é quando alguém me convida,
para almoço, jantar, ou outro compromisso qualquer, “lá-pras...”
(lá-pras-oito”, lá-pras-nove, lá-pras......)
É a horrível cultura do
horário “lá-pras”.
Para mim é um drama,
Quando marco, um almoço, para às 13 horas o almoço será às 13
horas.
Os folgados e
defensores do “lá-pras”, que chegam às 13,45, às
14 ou às 14,15, normalmente, comem os pratos frios ou requentados.
Não raro, todavia,
exagero na pontualidade e o exagero se revela, “em todo seu esplendor”, quando preciso viajar: Sempre chego ao
aeroporto 3 ou 4 horas antes do voo.
Em minha última viagem não foi diferente ..... Quando me
aproximei do balcão da companhia, percebi que o “Check-In” somente iniciaria
uma hora e meia mais tarde.
Ficar sentado e apreciar a caótica, barulhenta e apressada
“Torre de Babel” da área de embarque do Malpensa, não é exatamente um dos meus
programas prediletos.
Sem pensar, duas vezes, entrei no elevador, subi até o
terceiro andar e me acomodei em uma mesa do “Rossopomodoro”.
O “Rossopomodoro” é uma
barulhenta pizzeria que divide o espaço, da praça de alimentação, com um, não
menos ruidoso, McDonald’s.
Nunca entrei em um McDonald’s: Não confio e sempre temi que me
servissem vinho com ketchup ou maionese....
O cardápio do “Rossopomodoro” anunciava um vinho da casa, por 4
Euros e outro, tão anônimo quanto o primeiro, por 5 Euros.
A garçonete, solícita e ignara, não soube responder qual era o
vinho de 5 Euros, mas para me tranquilizar afirmou: “…. é muito bom e se não gostar eu troco”.
Simpatia, sorriso e .... A moça voltou com uma abundante taça
de vinho e confidenciou: “ Sequei a garrafa…”
Quantidade muito interessante, mas o vinho?
Sua cor, amarelo dourado e um nariz, de importantes e complexos
aromas, me impressionaram, mas foi a boca que me convenceu: Aquele era um vinho nada banal! Muito pelo contrário, um belíssimo e
interessante branco.
Consegui “agarrar” garçonete, em uma de suas frenéticas
corridas, e pedi para ver a garrafa.
A elétrica atendente deixou a garrafa vazia em minha mesa onde
calmamente a fotografei: “Lacryma Christi del Vesuvio” Crya 2018.
O produtor, Antonio Caputo, parece ter sido atingido pela lava
do Vesúvio e seu site é o mais caótico, bagunçado e indecifrável que se possa
imaginar.
Informações, contrastantes e incompletas, não esclarecem nada
sobre o ótimo “Coda di Volpe” que
tive a sorte de degustar no “Rossopomodoro”.
Aliás, não é a primeira vez que os vinhos das encostas do Vesúvio
me surpreendem e quem acompanha B&B certamente lembrará a matéria deste link. http://baccoebocca-us.blogspot.com/2019/02/piedirosso.html
O CRYA “Lacryma Christi”, vinificado com 100% de uvas “Coda di Volpe” tem uma boa estrutura, notas floreais muito pronunciadas e
na boca é um festival de frutas onde é fácil perceber a pera e o abacaxi.
Belo vinho, difícil de encontrar no norte da Itália, mas que merece
parada para uma taça no “Rossopomodoro” do
aeroporto de Malpensa.
Algumas informações: A “Coda di
Volpe”, também chamada “Caprettone”, é uma uva autóctone da Campânia, de origens muito antigas, já conhecida e vinificada
pelos romanos.
Bacco
Boa, Bacco!
ResponderExcluirMudando um pouco de assunto, as bizarrices do mundo do vinho não tem fim. Veja isso:
https://blogs.gazetaonline.com.br/vinhosemaisvinhos/2019/07/untouched-by-light-o-primeiro-espumante-produzido-totalmente-no-escuro.html
Será vergonha?
ResponderExcluirhahahaha. Só pode. Logo a moda chega aqui.
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