Nada contra internet, Facebook, WhatsApp, Instagram etc. etc. etc., que
tornaram a vida mais fácil, a informação mais rápida.
As redes sociais unem pessoas, de todos os cantos do mundo,
democratizam comunicações, opiniões, comportamentos, mas tudo tem um limite: O limite é o bom senso.
“Oi pessoal vejam a ampola que detonei ontem”
“Sorry, mas esta garrafa é para poucos”
“Olhem a vertical deste final de semana”
“Viram minha última story onde enxugo um Ornellaia 1996? ”
Não sei se é enfado, inveja, irritação, ou outro sentimento
qualquer, mas confesso que estou com saco transbordando de tanto presenciar, nas
redes sociais, o incompreensível, inútil e quase doentio eno-exibicionismo.
Parece uma disputa, de egos inflados, em busca do nada.
Uma disputa constante, interminável e sem sentido.
É preciso fotografar, postar, comentar, como um troféu, a
garrafa apenas aberta.
Compulsão, pura e incontrolável.
São fotos de Romanée-Conti,
Monfortino, Cristal, Krug, Sassicaia, Masseto, Montrachet, Vega Sicilia, Barca
Velha e outros “ícones” da viticultura, que surgem nas redes sociais
todos os dias e a cada minuto.
Confesso que não sinto inveja, até porque, a maioria das
garrafas “postadas”, nunca conheceram e nem molharam minha modesta e anônima taça....
Sinto apenas irritação, cansaço e desilusão, ao testemunhar o
crescente voyeurismo e eno-masturbação que atacou, inexoravelmente, os
exibicionistas do vinho.
Não há mais o prazer de compartilhar, comentar, apreciar uma
bela garrafas, com amigos.
É preciso expor, ao “mundo”, o bom gosto e o bem gasto, a mais
cara e rara garrafa e, assim, provocar estupor e inveja nos seguidores.
Quanto mais comentários e curtidas, mais “tesão”, mais baba
caindo da boca
Será a vingança e a vitória de Onan?
Pessoalmente acho a atual eno-masturbação-virtual uma
mastodôntica idiotice.
Não há mais o desejo, o prazer, a alegria de compartilhar
conhecimentos, emoções e experiências que somente uma bela garrafa pode
proporcionar; é preciso ostentar, emular, esnobar.
O vinho se transformou em um símbolo de ostentação, disputa
idiotizante de eno-cegos-egos que se desafiam, no Instagram, Facebook etc.,
para ver quem posta a foto da garrafa mais cara e mais fora do alcance da
maioria dos mortais.
Bons tempos em que nos bares, entre um whisky (com guaraná?),
um Cuba Libre ou uma cerveja, nos gabávamos e muitas vezes mentíamos, de ter
comido essa, aquela, aquela outra .....
Ainda bem que não existia o Instagram, Facebook etc. e não
postávamos....
Dionísio
Fora o fato, não mencionado, de que várias dessas garrafas postadas por esses eno-exibicionistas devem ser falsas...
ResponderExcluirConheço um blogueiro que faz postagens com fotos que pega da página do produtor ou da rede e posta como se tivesse bebido o vinho. Inclusive, com comentários de revistas ou da própria ficha técnica encontrada no site do produtor. Para que? Parece aqueles caras que compram Rolex falso no centro de São Paulo e saem se exibindo.
ExcluirO pior é que está repleto disso nas mídias sociais. O cara escrever “Sorry, mas esta garrafa é para poucos”, é de lascar, não? Também não gosto quando chamam garrafa de "ampola". Lembra curso de ABS e cia. Tecnicamente, até que não é errado. Mas que é esquisito é.
ResponderExcluirSe houvesse como gravar o que fiz na epoca do colegial e faculdade eu estaria dormindo de conchinha com o sergio cabral e o maniaco do parque. Foi lindo. Sorry, agora vou tomar champan com ostras (incluindo as acompanhantes) no 4 seasons.
ResponderExcluirFala a verdade: Você vai mesmo é a um motelzinho barato com o negão do whatsapp.
Excluirpode ser, mas sera motel em algum lugar que voce nunca pisara. sorry, motel com teto giratorio, vinhos de sonho, wi-fi que suporta streaming, pizza feita com pao de forma seven boys (isso aconteceu mesmo).
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