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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

CORNO MANSO


"Tenho comprado o Trio Branco da Concha y Toro por 40 reais e ando bem feliz".
 
 

Um comentário, em B&B, que retrata bem o porquê das empresas empurrarem tanto lixo aos consumidores.

Estou pegando um comentário como exemplo, mas, certamente e pelo mundo afora, encontraríamos consumidores com mesmo comportamento; gente que não se preocupa como, onde, nas mãos de quem, os produtos são produzidos, manufaturados ou montados.
 
 

Minha crítica vai desde as roupas feitas por trabalhadores "escravos" na China, Brasil, Coréia do Norte, passando por processamento de frutas e verduras, cerveja, vinho, sucos em pó, carnes, combustíveis, remédios (alguém lembra a pílula de farinha, ou acha que aquele caso foi único?), carros com software que polui mais que o permitido,  café com vassoura queimada e moída, presunto tipo isso, queijo tipo aquilo, etc. etc. etc.

Enquanto houver gente feliz comprando contrabando falsificado, bebendo quase-vinho, tomando água mineral engarrafada na serra de Santos proveniente daqueles canos maravilhosos à beira da "Imigrantes", usando pneu semi-usado da china, não sairemos desse lodo.

Jamais saberemos se o comentário acima era troll, mas infelizmente concluímos que há, espalhados pelo mundo, milhões e milhões desses "conformados e felizes".

No caso do vinho é bom lembrar que em cada garrafa sempre há a chance de aprendermos mais e mais com a bebida.
 

 Como foi feito o vinho, quais uvas, qual temperatura ideal, qual taça deve ser usada, qual o grau de “pureza", não conhecia essa região, não sabia que poderia harmonizá-lo com essa ou aquela comida etc. etc. etc.

Enfim, em cada garrafa há um mundo de novas descobertas, boas ou nem tanto.....

 Em cada comentário um aprendizado.

Tomar vinhos vagabundos, seja de onde for, não denota burrice letal, mas consolida um possível mau gosto permanente, preguiça em aprender, bovinidade, complacência.

No mundo, levemente mais evoluído, sommerdiers e vinícolas estão passando apertado com o nível de conhecimento cada vez maior dos consumidores. 
 

O vinho "lixo", em países subdesenvolvidos, parece estar com mercado garantido por mais algum tempo, mas resta a esperança que sofredores compulsivos e aqueles que têm preguiça em aprender, caminhem para ser uma minoria que míngua visivelmente. 

Adoraria ver a cara de bunda dessa turma do "Bananal" que vendeu , durante décadas "lixo quase vinho" quando constatar que suas garrafas estão sobrando nas prateleiras e que os bêbados de plantão exigem , sim, vinhos baratos, mas, bebíveis

Em tempo: há vinhos que não deveríamos beber nem de graça.
 

 R$ 40.00 continua sendo um valor irreal para todos eles.

Aliás, R$ 30 e R$ 20, também.

Eu caminho feliz sabendo que estão tentando me enganar em cada esquina, mas não sem alguma luta.

Como diria Zaratustra: corno manso, nunca.
 

Bozo

7 comentários:

  1. Impossível beber vinho de qualidade, e preço justo aqui no Brasil.Para onde correr ? Somente viajando e bebendo na Europa !! Assim mesmo,sabendo aonde ir !! Triste verdade !!

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    Respostas
    1. Nao concordo, hj em dia exitem rotulos bons e honestos no mercado nacional.
      Na verdade o brasileiro tem preguiça de procurar,ficar atento,se informar, que dira estudar o minimo, de regioes e castas e etc ... !!!

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    2. Nessa preguica ou procura mal feita esta a farra do boi que as empresas fazem em cima dos consumidores. Compra de vinho geralmente numa loja ou supermercado é compra de impulso. Pouca gente esta com tempo para procurar e procurar. Tem sogra no carro, criança chata chorando, fila no caixa, mulher dando na academia para o professor. Tudo conspira contra os guerreiros.

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  2. Demorei, mas vi o post. Semana passada comprei uma dúzia de brancos medianos chilenos no bota-fora da Vinci por 37 reais e também fiquei bem feliz.

    Bebo bastante e bebo o que posso. Apesar de passar longe de ser um cara pobre e do amex aguentar, tenho escola, seguro do carro e condomínio pra pagar.

    Por isso, corno manso é o cacete.

    Se alguém conhecer algo melhor do que TRIO a 40 reais ou Errazuriz de média gama a 37, por favor me indique. Juro que não conheço.

    No mais, volta e meia, bebo coisas melhores sim. Talvez até dignas da aprovação do puxa-saco do Palandi, eu diria.

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