Seria mais fácil ir ao Google, mas....
Bastou comentar, que um produtor de Monforte admitiu usar a
maquina de "osmosi inversa" para corrigir o teor alcoólico de seus
vinhos, safra 2015, para despertar a curiosidade de vários leitores.
Alguns pareciam ter
caído do céu parecendo "Cândidos- Panglossianos" que ainda acreditam que os enólogos
sejam puros e inocentes "poetas" das vinhas e das adegas.
Nada mais falso.
No começo da matéria sugeri a opção mais fácil: Google
O Google é o caminho preferido e percorrido pelos professores
da AB$, $BAV e por um sem número de curso picaretas que infestam o microscópico
e míope mundo vinícola brasileiro.
Relutei um pouco, mas
resolvi aprofundar o assunto.
Botei a mão no teclado, efetuei pesquisas sérias, dei dois telefonemas para poder, finalmente, transmitir uma informação segura.
A primeira maquina "infernal", que invadiu as adegas
há algumas décadas, foi o
"CONCENTRADOR".
O concentrador, na Itália, era usado, frequentemente, para
ajustar o álcool nos vinhos de corte.
A lei local permitia e
permite o uso do concentrador visando obter mostos mais alcoólicos para serem
adicionados, por ocasião de vindimas problemáticas, aos vinhos fracos.
Um pouco mais tarde , quando o mercado resolveu beber
marmelada , o concentrador foi largamente utilizado para produzir vinhos mostrengos.
Como funciona o concentrador?
Há dois tipos: um opera através do frio e outro usando o
calor.
O concentrador a frio retira água do mosto mediante
congelamento.
Aquele que usa o calor subtrai a água por evaporação.
O enriquecimento de um vinho, com mosto concentrado, obriga,
muitas vezes, o produtor a realizar correções e intervenções invasivas nem sempre
recomendadas e corretas.
Nesse ponto entram Parker e os parkerzinhos de plantão.
Para supremo "guru" americano o concentrador foi um
presente dos deuses, uma ajuda divina
Quando o americano resolveu sentenciar que o bom vinho, o
vinho do enófilo refinado, inteligente, "universal, deveria ser denso,
alcoólico, impenetrável e que somente uma faca poderia vencer sua
"marmelatosa" composição e aparência, o concentrador virou a vedete
de muitíssimas adegas e o ídolo de milhares de enólogos.
Com o passar dos anos o vinho-marmelada, de Parker e seus Bic cansou
(ainda bem...), e o concentrador virou peça de museu.
Ainda há, no entanto, muito saudosismo e nas adegas
"medievais", que ainda não perceberam que o consumidor mudou seus
gostos, o concentrador continua sento utilizado por muitas vinícolas que
continuam apostando na imbecilidade do consumidor que alia o alto teor
alcoólico à estrutura, qualidade, envelhecimento etc.
A nova máquina "diabólica": Osmose Reversa!
A máquina da osmose reversa, diferentemente do concentrador, que
apresentava imperfeições, pontos fracos e alguns problemas, brinda o produtor, não
exatamente angelical, apenas com vantagens.
Com as infernais
máquinas de osmose reversa é possível mudar, totalmente e com custos
baixíssimos, a composição de qualquer vinho.
Quando há problemas com o vinho o produtor telefona para uma
firma especializada (na França este recurso é corriqueiro), aluga a máquina de osmose reversa e voilà...... As correções são rapidamente realizadas e, como sempre,
sem que ninguém saiba.
A infernal geringonça "produz"
o vinho que viticultor deseja e precisa: Corrige o álcool, a acidez, elimina
bactérias e outras "cositas mas" .
Terminada a "Operação
Frankenstein" a máquina desaparece sem deixar rastro..... dela e no vinho
manipulado.
Como funciona?
Não sou um técnico e não sei, mas traduzo a "ficha"
de um fabricante.
OENODIA é a única
empresa na Europa que propõe, ao mundo vinícola, eco-processo para o ajuste da
taxa alcoólica.
Esse método,
particularmente precioso, face o aquecimento climático de nossos tempos, permite
abaixar sensivelmente os graus do vinho sem modificar seu potencial organoléptico.
Conservando o controle
das operações durante todo o tratamento, o viticultor e o operador podem
regular o equilíbrio do álcool e a estrutura do vinho com grande precisão.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Este processo combina
duas técnicas de separação através de membranas que trabalham simultaneamente
em fluxo continuo: a osmose reversa recebe o vinho e permite extrair um
permeado composto essencialmente de água e álcool (todos os outros componentes
ficam conservados no "retentado" da osmose)
O permeado desalcoolizado continua seu curso até ser reintroduzido no retentado da
osmose. Respeitando a legislação em vigor não há nenhuma adição de água no
vinho tratado (será?)
SIMPLICIDADE DE USO E QUALIDADE
Eficaz, em qualquer quantidade ou volume de vinho tratado, este
eco-processo garante ao viticultor um tratamento sem nenhum aporte exógeno, sem
diluição aromática nem oxidação. Nada se perde e se ganha em equilíbrio!
Que beleza.....
Para aqueles que acreditam (como
eu) que o vinho deve "transpirar" terroir, clima, tradições, cultura,
raízes, a osmose reversa é a pá de cal.
Haverá alguns que, após a leitura
da matéria, entrarão em suas adegas, olharão, com desprezo, para as garrafas armazenadas
e exclamarão: "Suas osmóticas de merda......."
Não é bem assim....é pior!
Leia com carinho o catálogo "OENODIA",
fabricante da máquina cujas especificações traduzi e clique, para seu
desespero, em "ECO-PROCESSI".
http://www.oenodia.com/it/
Há salvação?
Há.
Aguarde a próxima matéria.
Bacco