Eduardo, atento e
colaborativo seguidor de B&B, comenta “Terroir III”:
por falar em Taurasi, Bacco, um minuto de silêncio (e um post sobre,
talvez?) pelo falecimento recente do grande Antonio Mastroberardino, que deu à
Aglianico uma segunda vida.
Confesso que
a vinícola Mastroberardino com 300 hectares de vinhas, quase 30 vinhos em seu
catálogo e 2,5 milhões de garrafa produzida está longe de ser uma das minhas
prediletas, mas Eduardo está carregado de razão quando pede um post e um minuto
de silêncio em homenagem póstuma ao grande viticultor campano.
Mastroberardino
carregava, em suas costas, a responsabilidade de continuar uma atividade
familiar que ininterruptamente se prolongava por dez gerações.
Antonio
trabalhou até o último dia de sua vida e deixou, para seu filho Piero, uma
empresa solida e os vinhos da Mastroberardino estão presente e apreciados em
vários países.
Piero Mastroberardino, como 11º sucessor,
continuará a produzir Taurasi, Fiano di Avellino, Falanghina, Greco di Tufo,
Lacryma Chisti e outros vinhos regionais.
Mastroberardino,
em meados dos anos 40 do século passado, quando a viticultura regional estava
praticamente destruída lutou contra a “modernização” das castas que os técnicos
sugeriam e convenceu muitíssimos pequenos produtores que o caminho da Irpinia
eram as uvas autóctones.
A sabedoria
de Antonio Mastroberardino deu certo: a Irpinia é hoje um exemplo a ser seguido
e seus vinhos possuem identidade, terroir, tradição, qualidade.
Sua estrela maior,
desde sempre, o Taurasi, que é produzido com uvas Aglianico, continua sendo um dos
melhores vinhos da Itália e do mundo.
Por uma
feliz coincidência, ontem, 20 de fevereiro, almocei no ótimo Lord Nelson em
Chiavari.
Eu uma mesa,
pouco distante, Alex Molinari, proprietário do local, também almoçava na
companhia de outras cinco pessoas.
Ao me ver Alex,
gentilmente, me ofereceu uma taça de branco que estava sendo degustada em sua
mesa.
“Lorenzo,
que vinho é esse e quem são aqueles?”
Lorenzo,
competente maitre e grande sommelier, respondeu:
“Aquele que
está apresentando os vinho é o diretor comercial da Mastroberardino, a seu lado
o representante da região e os outros são proprietários de restaurantes
na Ligúria. O vinho, que tenho certeza você detestará, é um Fiano”
Dito e feito:
Agradeci o vinho e na primeira ocasião, sem ser notado, levantei para ir ao
banheiro e pedi ao Lorenzo um outro vinho.
Lorenzo
desceu até a bela adega do Lord Nelson, voltou com duas garrafas.
Abriu uma
garrafa de tinto, a levou para a mesa de Alex e me serviu uma taça do belíssimo
“Villa Margon 1990”.
O Villa Margon,
ótimo branco produzido pela vinícola Ferrari de Trento, recuperou me mal
tratado paladar e me fez esquecer o Fiano da Mastroberardino.
Ao terminar
o almoço Lorenzo se aproximou com a garrafa de tinto que havia servido na mesa de
Alex Molinari.
“Prove esse
vinho”.
Provei.
“Pela cor e
aroma é um vinho com alguns anos nas costas” sentenciei.
Lorenzo
mostrando a garrafa continuou: “É um Taurasi Mastroberardino 1983 que estava
escondido na adega. Uma obra prima!”
Antonio
Mastroberardino sabia vinificar e como....
Grande
vinho.
Aroma
intenso de goudron, paladar agradável indicando que a garrafa teria ainda
alguns anos de vida, elegância e austeridade próprias de grandes vinhos …Perfeito.
Antonio Mastroberardino,
não há um “Super- Tuscan” “cabernemerlotizado” que chegue aos pés do seu
Taurasi 1983.
Bacco
bela homenagem, Bacco. já que o assunto tem sido anti-terroir, achei que o caso da Campania seria um bom exemplo do que a Toscana deveria ter feito.
ResponderExcluirdia desses passei pela Expand-Piantella, espero que o Chicão tenha te transmitido meu abraço. e cadê o Dionísio?
O Chicão deve ter tido sua costumeira crise de Halzeimer .. Dionisio chegou ontem em Chiavari hoje vamos até Orvieto
ResponderExcluirabç