Dionísio,
durante um jantar em Chiavari, comentou que gostaria de retornar à Borgonha.
Não pensei nem dez segundos, não me fiz de
rogado e, após os normais preparativos, na manhã seguinte colocamos o carro na
estrada.
Dia
límpido, frio... Ótimo para viajar.
“Vamos
passar pela Val D’Aosta, atravessamos o Monte Bianco e, se não tivermos nenhum
contratempo, comeremos as ótimas rãs do Saint Laurent em Macon”.
Fiz
o comentário quase falando comigo mesmo enquanto Dionísio anuía balançando a
cabeça e sorrindo “giocondamente”.
Uma
multa de 90 Euros, pagos na hora aos policias franceses, pelos excessivos 185
km horários, diminuiu nossa pressa, mas não nosso entusiasmo e antes das 13, entramos,
triunfantes e confiantes, no Saint Laurent, bem ao lado da belíssima ponte que
há mais de 800 anos se eleva sobre o rio Saône e une Mâcon e Saint-Laurent-Sur-Saône.
Atendimento
perfeito, rãs, como de costume, maravilhosas, carta de vinhos razoável, preço
condizentes (para os padrões franceses....).
O Saint Laurent continua sendo um endereço
mais que válido em Mâcon.
De
Mâcon para Pierreclos é um pulo.
Havíamos
decidido visitar os Jambom para saudá-los e comprar algumas garrafas de seus
ótimos e baratos vinhos.
Eu
estava pensando, em especial, no belíssimo “Mâcon-Pierreclos 2005” a pequena
obra prima de Pierre Antoine Jambon.
Pierre
Antoine, pilotando seu gigantesco e sacolejante trator pela estreita estrada
rural que de Pierreclos, num sobe e desce constante, acaba desaguando no
quintal de sua pequena vinícola, não nos reconheceu quando o ultrapassamos e ficou
surpreso ao ver meu carro estacionado bem na porta de sua casa.
Onze
horas em ponto!
Saudações,
sorrisos e costumeiros abraços antecederam a abundante e interminável
degustação dos vinhos produzidos pelos Jambon.
Mâcon
Pierreclos Couvée 2005,2009 - Mâcon Pierreclos Fût de Chene 2001, 2005 - Poully
Vinzelles 2009 e finalmente, mais uma pequena obra prima de Pierre Antoine: Vendanges
de La Saint Martin.
Os
vinhos dos Jambon sempre me “obrigam” a um desvio na rota, mas a qualidade e o
preço de suas garrafas compensam qualquer contratempo e distância.
“Mâcon-Pierreclos
Couvée”, “Mâcon Fût de Chene”, meus preferidos, diferem apenas pela presença mais
marcante da madeira no “Fût de Chene”, mas ambos são Chardonnay elegantes, finos
e com uma persistência impressionante no paladar.
Grandes
vinhos por apenas 7 Euros (viva os Bettus da vida....).
Se
alguém desejar gastar uns pouco mais (14
Euros) poderá levar para casa uma garrafa do extraordinário “Vandanges de La Saint
Martin”
O
Saint Martin é produzido apenas nas safras em que as uvas são
atacadas pela “Botrytis Cinerea” e o vinho ( 4.500 garrafas em 2007) se apresenta tão
complexo ao nariz e tão rico na boca que
, sinceramente, não me atrevo ir além com receio de beirar o ridículo e parecer mais um dos sommeliers mentirosos e picaretas que
infestam nossa crítica capenga.
Quem
estiver passando por Mâcon, quiser
provar e comprar grandes vinhos, por um
preço mais que justo, deve dar uma passadinha na.
Domaine
Jambon Marc et Fils
Pierreclos
O Blog está melhor do que nunca. Parabéns pelas ótimas dicas.
ResponderExcluirVc também está melhor que nunca....fez um filho
ResponderExcluirE nós no braziu ziu, pagando preços absurdos por vinhos nacionais de qualidade mais que duvidosa ...
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