O aeroporto de Brasília inaugurou, na ala de embarque
internacional, uma sala VIP
Antes, a administração do aeroporto, já autorizara o
funcionamento de uma loja "Duty Free".
Comparar a sala VIP e a loja de importados com as de outras
capitais do mundo é passar vergonha.
A "Duty Free" se espalha por pouco mais de 80 m² e a
sala VIP seria ridícula, até, para o aeroporto de Teresina.
Não sou de gastar com perfumes ou camisas Lacoste, em aeroportos,
mas frequento, com prazer, salas VIP e conheço inúmeras.
A de Brasília é a pior!
Meia dúzia de garrafas de água, um suco de fruta, um pequeno
balcão, com três bandejas de sanduíches e uma garrafa de espumante Valduga.
Sim, a única garrafa de vinho é, horror dos horrores, de "Gran Casa
Valduga"
Se os passageiros "vip" são obrigados a beber o "Gran Casa Valduga" fiquei
imaginando o que deveriam engolir os "Não Vip"
CONFISSÕES:
Confesso que há anos deixei de acreditar nos critico$
especialmente quando enaltecem e sublimam o vinho nacional.
Confesso que há anos
deixei de comprar vinho nacional até para cozinhar.
Confesso que criei,
depois de levar inúmeras bordoadas, preconceito contra vinhos nacionais e fujo
deles como os petistas "fogem" de Curitiba.
Mas a solitária garrafa estava me olhando.....
"Dionísio, é de graça!"
O diabinho, dos amantes do álcool, me tentando.......
Depois de uma cuidadosa checada, para ver se ninguém estava à espreita,
me aventurei e enchi uma taça com o "Gran Casa Valduga".
Levei a taça ao nariz e tentei extrair do espumante algum aroma.
Imediatamente pensei que o ar condicionado, muito frio, atacara meu sistema respiratório.
"Gran Casa
Valduga" = Aromas Zero!
Na boca a tragédia foi maior: O "Gran Casa Valduga" atacou, sem piedade, o paladar, vingando,
assim, todos os vinhos nacionais que critiquei
Bem feito!
Nada, de nada; apenas um líquido insosso e gelado.
Nem a sombra de algum prazer, de alguma satisfação, de algo para
ser lembrado... Aliás, ha algo ser lembrado,
sim: Nunca mais beber (nem de graça)
"Gran Casa Valduga" e, se possível, outros Valduga.
O anúncio do embarque veio em meu socorro.
Deixei a taça de
espumante, quase intacta, e corri para a porta do avião.
Já acomodado em minha poltrona, a sorridente aeromoça
percebendo, talvez, um ar de angustia em meu rosto, me ofereceu um lenitivo: "Blanc de Blancs" da Luiz Pato.
Enquanto o espumante português reordenava meu paladar e outros
sentidos, mentalmente, perguntava: "Quem foi o
marqueteiro picareta que inventou aquela campanha que anunciava o espumante
brasileiro como Segundo Melhor do Mundo"?
Teria sido o mesmo que sugerira ao nosso ex (ainda bem)
presidente Lula que o SUS era um sistema de saúde quase perfeito?
O avião estava decolando deixando para trás marqueteiros mentirosos,
SUS quase perfeito e o segundo melhor espumante do mundo.
Onze horas, apenas onze horas, me separavam dos terceiros, quartos
ou quintos melhores espumantes do mundo.
Alguma dica?
Cabochon Monte Rossa (Franciacorta)
Hausmannhof Riserva Haderburg (Alto
Adige)
Pas Dosé Cavalleri
(Franciacorta)
Brut Rosé Costaripa
Dionísio
PS Acabo de tomar
conhecimento que o nosso ex (ainda bem) presidente foi internado, para exames,
no......... Sírio Libanês