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terça-feira, 15 de outubro de 2013

CURSO PARA SOMMERDIER BACCO&BOCCA II



Vamos recomeçar nosso “CURSO PARA SOMMERDIERS”, com as frutas.

O “frutado” é um termo vago e, ao mesmo tempo, muito extenso.

É fácil, cômodo para nossos “sommerdiers” profissionais (rsrsrsrsrsrs), do alto de seus tronos, catalogarem um vinho como frutado sem serem contestados ou indagados; afinal há trocentas frutas que podem “aparecer” em uma taça..... O difícil é identificar qual.
 

Antes de prosseguir é meu dever alertar que o olfato humano não é exatamente o mais brilhante do reino animal.

Um homem, com um bom nariz, perde feio para o urso grizzly que tem um olfato sete vezes mais apurado que de um sabujo e consegue perceber traços olfativos a 30 km de distancia. Para ficarmos apenas com o sabujo é sempre bom lembrar que o cão possui um nariz 1 milhão de vezes mais sensível que o nosso.
 

O único homem, no mundo, que consegue cheirar um vinho e perceber olores submarinos é o Beato Salu, mas este é um fenômeno que foi produzido nas adegas milionárias dos jardins paulistanos e jamais poderá ser superado (hahahahaha).

Nos, pobres e honestos narizes, conseguimos , quando muito, encontrar meia dúzia de aromas.

As famosas “Frutas Vermelhas”, que aparecem em nove de cada dez degustações de nossos sommerdiers, são: amoras, cerejas, morango, groselha...

A cereja não é frequente nem comum em nossas mesas e complica um pouco

 A amora é mais corriqueira e fácil de ser reconhecida (amasse algumas e cheire até memorizar).

Nem vou comentar o morango; morango é fácil demais.

Groselha é quase um mistério, mas com um pequeno truque, que B&B revela agora, você será o primeiro sommerdier  brazuca a reconhecer, imediatamente, a estranha e rara fruta.

 Pegue um pouco de “crème de cassis” e mixe, por alguns segundos, com um espumante qualquer; eis que surge o aroma da groselha.

As frutas brancas (maça, pêssego, banana...) você encontra facilmente nos bons Prosecco ou nos brancos baratos, comuns e jovens (o que adicionam de aromas nos vinhos você nem imagina).

Quando você tiver amassado, mixado, cheirado e bebido à vontade chegou a hora de abandonar os genéricos, “frutas vermelhas”, “frutas brancas” e começar a identificar, com segurança, cada fruta.

Chega de “frutado”!

 Agora chegou hora das: “Notas de pêssego”, “presença de maça”, “cereja dominante”, “claras notas de morangos maduros”.

O treino, para conseguir discernir as frutas, é fácil e não custa um centavo.

Em sua próxima ida ao supermercado vá ate a secção de frutas e discretamente, comece a cheirar a maça golden, a red, a laranja, o limão, a grapefruit, a pera, o melão, a lichia, o kiwi...... tudo o que aparecer pela frente .

Repita 5, 10, 20, 50 vezes, até memorizar.

Pronto, você já está apto a ridicularizar 90% dos sommerdiers que picareteiam por aí.

Antes de passar para frutas secas (nossa próxima lição) quero abordar as frutas tropicais.

Chegou novamente o momento de fazer funcionar a memória.

Já descascou uma banana?

Já cheirou um abacaxi maduro?

Você encontrará as frutas tropicais, o abacaxi em particular, nos brancos maduros, que maceraram longamente sobre as cascas, aqueles que passam do amarelo esverdeado para o dourado intenso ou âmbar.

Na próxima lição: Vinhos “marmelada”, frutas secas, florais e.... muito mais.

Dionísio

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CURSO PARA SOMMERDIERS BACCO&BOCCA


 


 

Os enófilos ,quando se iniciam no fascinante mundo do vinho ,veem no sommelier um alguém com extraordinários conhecimentos, grande sapiência e incríveis poderes.  

Nem sempre, porém, esta visão corresponde à verdade.

 


Se o venerado mestre leciona em um dos milhares de cursos picaretas que, indiscriminadamente e sem nenhum controle, nascem como cogumelos em todos os cantos do Brasil, a desilusão, com o mundo dos vinhos, será inevitável.

 

Imagine, por exemplo, alguém de Brasília que tenha frequentado as aulas do Guto Rosé, aquele patético ex “sommerdier” da Vintage (onde andará?), que, em uma entrevista concedida ao “Correio Braziliense”, afirmava: “..... no vinho tinto as cascas permanecem em contato com o mosto durante 30 dias, já para fazer o rosé 15 dias são suficientes”. 

 

Com um mestre desse (des) calibre o coitado de o enófilo brasiliense nunca e jamais (parece letra de bolero...) conhecerá algo de verdadeiro e útil do mundo dos vinhos.
 

Será que existe algo pior? Algum curso mais picareta? 

Sim, em Brasília há o “SOBRAL” (sobras do antigo Mobral) do vinho!
 

 O pior dos mundos é “aprender” algo sobre vinhos freqüentando o curso mais ridículo do planalto central capitaneado pelo calabrês mais chato e presunçoso do centro-oeste que, entre outras “cositas”, já foi: “especialista” em café, escritor, professor de italiano, guia turístico e hoje ministra cursos de eno-gastronomia.
 

Se você acha que os dois enganadores acima são caras de pau insuperáveis imagine, então, aprender a profissão de sommelier com o eterno presidente (lembra Fidel Castro....Está na poltrona há quase 20 anos ) da AB$-Brasilia que há alguns anos ainda não sabia que o Champagne também pode ser vinificado apenas com uvas brancas (Blanc de Blancs). 

 Você de São Paulo não teria sorte melhor....  

O Tropeço-Beato-Salu, considerado o melhor sommelier do Brasil, por meia dúzia de abonados bebedores clientes do Paris, Fasano, Gero e bebedores de caras etiquetas, poderia conduzir alguém ao normal e racional caminho das taças?
 

Certamente, não! 

Nosso trôpego e enganador sommelier poderia , quando muito, guiar o enófilo através de um delirante mundo em que o vinho revela odores e olores de peixes marinhos ou ribeirinhos.

 


Sim, amigos, o Beato Salu é o único sommelier do planeta que, numa simples taça de vinho, pode captar, entre outras insanidades, aromas de peixes de rio e ouriço do mar. 

Nosso grande “sommerdier” poderia ainda lhe revelar que os vinhos Bandol e Cornas nascem no Rhone (apesar das denominações distarem, uma da outra, mais de 300 km).
 

$ites e blog$ e$pecializado$ não deixam por menos. 

 Por migalhas, algumas garrafas, mordomias, bocas livres, passagens etc. nossos (des)formadores de opinião se prostituem, sem pudor algum, aos produtores e importadores apoiando, por exemplo, indecentes mentiras.

 


Lembra de algumas? 

 “Segundo Melhor Espumante do Mundo”,

“O Fulvia Pinot Noir do Dani-Elle é superior aos primos da Côte D’Or”,

“O Gamay da Miolo bate os produzidos no Beaujolais” e outras sandices do gênero.   

Poderia continuar durante horas apontando dezenas de picaretagens de nossos “profi$$ionai$ do vinho”, mas todas as matérias sobre o assunto já forma escritas e podem ser lidas, por quem teve o cuidado de copiá-las, no antigo B&B. 

Quem não copiou não leu e continua desinformado.
 

Conforme prometemos, a partir desta matéria, B&B, sem nada cobrar (se alguém enviar ½ garrafa de “Criots-Bâtard-Montrachet” receberá diploma de “Melhor Sommelier de Marzagão” assinado por todos os membros de nossa diretoria executiva), revelará alguns pequenos “truques” para descobrir aromas, sabores etc. sem transformar o vinho num mundo exclusivo, complexo, difícil, inatingível..... falso.

 

LIÇAO um

 

Quando deseja aterrorizar os iniciantes o “professor” precisa apenas falar de mirtilos, groselha, “sottobosco”, musgo, cassis, e outros aromas exóticos quase desconhecidos no Brasil.

 


 Pronto..... O aspirante a sommelier entra em “tilt”, tenta curar sua provável anosmia e sai correndo atrás do olfato perdido. 

Calma, não é nada disso... Seu instrutor, também, não sabe distinguir uma groselha de um tomate cereja e os aromas exóticos, "inventados" e detectados  em cálices de vinho, servem apenas para emprestar uma falsa sapiência ao mestre ilusionista.

 


Como pode, então, o iniciante fugir do labirinto proposto pelos “mágicos” eno-circenses? 

Fácil!

O vinho é normalmente definido como “floreal” ou “frutado”.

 Mas como encontrar, reconhecer e identificar estas sensações?
 

Simples: Basta confiar no próprio instinto e memória. 

Já entrou numa floricultura? 

 Já foi a um casamento decorado com muitas flores?
 

O que seu olfato percebe, imediatamente nestas ocasiões, é o "floral”. 

Já preparou uma vitamina de banana, de melão, de manga ou espremeu uma laranja? 

Aí está o “frutado”. 

O “belo adormecido sommelier”, que hiberna no fundo do seu ser (tô parecendo Julio Verne....), precisa apenas ser despertado e , quando se percebe o “floreal” e o “frutado”, o caminho das pedras aparece nítido e fácil de percorrer.

 


Dionísio

 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

83ª FIERA DE TARTUFO D'ALBA




Começa no sábado 12 de novembro e se prolonga durante todos os finais de semana, até 17 de novembro, a 83ª “FIERA DE TARTUFO D’ALBA”.

A capital das “Langhe” se transforma, neste período, num dos centros gastronômicos mais badalados do planeta.

Italianos, americanos, ingleses, alemães, russos, japoneses, chineses, brasileiros etc. disputam, ferozmente, bares, restaurantes, hotéis, enotecas, B&B, agro turismos: Uma verdadeira loucura.

De segunda a sexta Alba e região ainda conservam alguns traços de civilidade, mas a partir das 10 horas de sábado a cidade e arredores se transformam em um inferno em que estacionar carro, almoçar, beber, dormir ou simplesmente andar tranquilamente e quase impossível.

A esmagadora maioria dos que correm atrás do “Tartufo Bianco D’Alba” não sabe exatamente nada sobre ele.


Sabe apenas, especialmente os novos ricos e futuros pobres (outra vez?), que é caro, fashion e deve absolutamente ser consumido, custe o que custar.

E como custa caro o tartufo.......

Uma ralada, nos restaurantes, raramente sai por menos de 20/30 Euro e nem sempre é “Tartufo Bianco D’ Alba”.

Pode ser tartufo do centro da Itália , chinês, croata, esloveno, marroquino etc. ou muitas vezes nem ser tartufo.

Há os que comem gatos por lebre e há os que comem batata por tartufo.

Surpreso?

Você já deveria saber que ,quando um determinado produto atinge preço astronômico, a falsificação está sempre presente para faturar com os trouxas.

Rolex, Vuitton, Bulgari, Barolo, Brunello, Petrus, Lacoste são algumas famosas vitimas da falsificação e o tartufo não fica atrás...

Você acha que as centenas de restaurantes brasileiros, que anunciam menus com trufas a preços indecentes, usam nas receitas verdadeiro tartufo?

Se você balançou a cabeça afirmativamente pode se juntar à Xuxa e procurar duendes nos bosques da Tijuca.

Vou dar algumas dicas que nossos “experts” tupiniquins, que passaram um final de semana em Alba e já se consideram “Mestres do Tartufo”, desconhecem.

A maioria dos produtos, tais como, sal, azeite, creme, manteiga, massa etc. etc. etc. que exalam o aroma do tartufo é aromatizada com o “bis metiltio metano”. O bis metiltio metano e um dos derivados da destilação do petróleo que exala um perfeito aroma de “Tartufo Bianco D’Alba” .

Alguns consideram o produto cancerígeno e outros afirmam que o bis etc. etc. não causa danos à saúde, mas é de difícil digestão e provoca flatulência.

Se você não digerir e começar a fazer ruídos parecidos como aqueles do escapamento de uma Lambreta, volte ao restaurante e, entre um flato e outro, peça ao proprietário seu dinheiro de volta ou um frasco de bom ar.

Mais uma dica: quando você entrar em um restaurante e perceber aroma forte de tartufo (o aroma do tartufo esvai rapidamente) pode apostar que o dono do estabelecimento falsificou tartufo, medíocres e de pouco valor, injetando o bis etc. etc. etc. no cogumelo.

Sim, caríssimo, o tartufo é um cogumelo e como todo cogumelo pertence a uma vastíssima família.

Um dos primos do tartufo e a “terfezia arenaria” que nasce na areia, se parece com o tartufo, mas não possui o aroma e custa pouquíssimo.

Os falsários injetam o bis etc. etc.etc. na tarfezia e...... “voilà”: Acaba de nascer mais um tartufo d’Alba para trouxas.

Poderia continuar uma hora escrevendo sobre “falcatruas-tartúficas”, mas não quero desanimar os turistas que estão se dirigindo à Alba.

Gostaria, porém, de alertar os gourmets, que esperam ansiosos para degustar um “ovo com trufas” pagando R$ 300/400, nos restaurantes tupiniquins, que se municiem com varias de tubos de Bom-Ar.

Nunca se sabe.........

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de outubro de 2013

O MELHOR SOMMERDIER DO BRASIL


Quando escrevi a matéria “DEGUSTAÇÃO HORÓSCOPO” alguns seguidores do blog duvidaram que o Beato-Salu-Tropeço, considerado pelos ricaços bebedores  de etiquetas da rede Fasano, tivesse declarado haver encontrado, em um vinho, aroma de peixe do rio e ouriço do mar”.

Tive que buscar, então, em meus arquivos (sempre guardo as barbaridades que os eno-picaretas escrevem) para encontrar as exatas palavras do melhor sommerdier do Brasil(o tamanho da fonte é o mais apropriado e justo para a importância do autor).

Em minha memória se fixaram apenas as duas maiores insanidades, mas ao reler a postagem do Tropeço Salu, no Twitter, encontrei muito mais.

Vejam: Ch Lafite 90, olores de bolores couro e ouriço de mar, bem firme( jovem). Vega Sicilia 90, baunilha cocada preta terra molhada( velho) 9:45 PM Mar 10th via web

Nosso eno-poeta-pateta encontra, além de ouriço do mar, olores de bolores, cocada preta e terra molhada.
 

Não contente com tantas imbecilidades, nosso sommerdier mor, continua: Velhinho Ch Latour 80 deleitosamente evoluído: cheira peixe de rio. Barro, metálico. Pimenta seca. Outras especiarias. Firme forte fino 12:26 PM Mar 8th via Twitter for iPhone

Soberbo, fantástico e insuperável exemplo de eno-picaretagem.

Encontrar cheiro de peixe de rio (como será que ele consegue distinguir um pacu de uma piranha?), barro, metálico, pimenta seca.... Não é para qualquer nariz

Não é somente nos aromas que nosso horoscopeiro é falso e despreparado; nosso eno-profeta é um pateta, também, em eno-geografia.

Leia esta pérola: ”Eis o Bandol uva mourvèdre ao lado do Cornas 87 também velhinho fino e mais forte,uva Syrah, ambos da mesma região Rhone http://t.co/9ctkMUp about 15 hours ago via Twitter for iPhone

Caro amigo, pegue o mapa da França e procure as duas cidades.

Em poucos minutos perceberá que nosso Beato-Salu-Tropeço não conhece denominações, confunde a Provença com Rhone e não percebe que as duas cidades são separadas por quase 300 km.

Se o horoscopeiro acima é considerado o melhor sommerdier do Brasil, imagine os outros........

O Beato-Salu-Tropeço, em qualquer restaurante mequetrefe da Europa, perderia o emprego no segundo dia de trabalho, mas no Brasil, terra acostumada com falsos profetas e Polifemos (pensem em nossos políticos) basta ter um olho, até com catarata, para ditar (outro verbo seria mais adequado) regras e fazer sucesso.

Na próxima matéria B&B lançara , finalmente, seu “CURSO PARA SOMMERDIER” para concorrer com os Beato-Salu-Tropeço e AB$ da vida (fácil?)

Não perca!

Se você for aprovado no exame final poderá ser contratado pelo “GERO”.

P.S Por R$ 35 eu assino o diploma mesmo que você não saiba distinguir um branco de um tinto. Não, não é uma imoralidade; muitos sommerdiers profissionais também, não distinguem.
 
Dionísio